Como a ciência enfrentará as Mudanças Climáticas de forma conjunta?

Grupo internacional formado por 55 pesquisadores de 7 diferentes partes do globo viajou em meados de março à Amazônia

O objetivo foi discutir impactos das mudanças no clima sobre a biodiversidade e como enfrentar desafio de forma conjunta

A formação do grupo multidisciplinar não é usual na Ciência, mas tem se mostrado uma necessidade para enfrentar os desafios trazidos com as mudanças do clima.

Expedição Amazonia _ 02 _ Loren Buck

Expedição Amazonia _ 02 _ Loren Buck

Há alguns anos havia um grupo de colegas, e inclusive eu, que percebemos que existem desafios enormes que temos que resolver relacionados às mudanças climáticas, biodiversidade, conservação e que, para enfrentar efetivamente esses desafios, precisávamos de uma nova compreensão de como a biologia, como a Terra funciona. E para fazer isso, precisávamos ter uma rede interdisciplinar de cientistas para lidar com isso. Bem, entendemos que a primeira coisa que podemos fazer é realmente agregar uma rede de cientistas para quebrar essas barreiras que parecem nos separar na ciência. Portanto, temos ecólogos, biólogos moleculares, biólogos populacionais, todos os tipos de áreas diferentes da ciência que muito raramente interagem. O objetivo disso era realmente quebrar esses nichos e fazer com que cientistas de diferentes formações disciplinares conversassem entre si para que pudéssemos encontrar novas soluções para esses problemas emergenciais.

A Rede RCN - p2g2pop, como é chamada, reúne mais de 300 cientistas de 23 países

comprometidos em compreender como as mudanças climáticas interferem na genética, nas características físicas e nas populações de animais vertebrados ao redor do globo.

A Amazônia foi escolhida para o encontro de parte dessa rede de cientistas por sua importância na regulação climática global e sua rica biodiversidade.

Expedição Amazonia _ 01 _ Erika

Expedição Amazonia _ 01 _ Erika

A ciência é construída a partir da diversidade, da diversidade de pontos de vista, de opiniões e de abordagens. Então, a reunião dessas pessoas aqui, torna o encontro e o debate mais ricos. Além de a gente poder formar a nossa próxima geração de pesquisadores, nós temos a obrigação e o dever de formar essa nova geração que está vindo por aí. Nós queríamos trazer para os envolvidos uma experiência transformadora e essa experiência transformadora eu acredito que a gente pode encontrar aqui, nesse ambiente incrível e biodiverso, em que as pessoas estão podendo vivenciar na medida em que discutem os problemas, não apenas os restritos à Amazônia, mas os que se refletem também na Amazônia atual.

Impulsionadas pelo desmatamento na Amazônia, as emissões de gases estufa brasileiras cresceram duas vezes mais do que no resto do mundo.

Fazer o encontro dos cientistas lá foi estratégico para pensar em soluções para este e outros problemas.

Nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes – tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo

Antonio Guterres, Secretário-Geral da ONU, disse durante o lançamento do último relatório do IPCC:

Esse esforço o grupo de pesquisadores da RCN g2p2pop já está fazendo.

Reportagem Cristiane Prizibisczki

Fotos e Vídeos Cristiane Prizibisczki

Edição Marcio Isensee e Sá