Chuvas rareando, rios assoreados e barrados para geração de energia não deixaram o Pantanal encher nos últimos anos como historicamente acontecia.
Ao mesmo tempo, o calorão e a seca marcam com fogo o bioma e os dois estados brasileiros que abrigam a maioria da planície alagável sul-americana.
O índice de chuvas nos últimos 6 meses está bem abaixo da média de períodos anteriores e em zonas do MT e do MS permanece de moderadamente a extremamente seco.
Medições do nível médio do Rio Paraguai em Ladário (MS) chegaram este ano a valores menores que os registrados em 1964, quando a régua chegou ao recorde de menos 61 cm.
Esses ingredientes espalham chamas pela região e alavancam as chances de novos e potentes incêndios descontrolados, destaca o Instituto SOS Pantanal. Os incêndios de 2020 consumiram cerca de 26% do bioma no Brasil.
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ, as queimadas de janeiro a maio deste ano já são 39% maiores que as do mesmo prazo de 2020, conhecido como um dos piores anos da história do bioma.
Para enfrentar o desafio, a nota da SOS Pantanal prega uma articulação entre governos federal, estaduais e municipais para mais fiscalizar e melhorar o uso da água.
Edição webstory Gabriela Güllich
Imagens: Instituto Homem Pantaneiro (IHP), SOS Pantanal, Joédson Alves/Agência Brasil, FIRMS/Nasa, Filipe Frazão/Ipatrimônio, Ernani Júnior/IHP, Luc Leuzinger/CC
Reportagem Aldem Bourscheit