Encravado no coração do Cerrado, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães abriga a vegetação considerada hoje como sendo a mais propensa a incêndios da Terra.
Em nível global, as savanas, entre os demais ecossistemas do planeta, respondem atualmente pela maior parte da área queimada global e pelas emissões de carbono associadas.
Em 2023, no entanto, o Parna da Chapada dos Guimarães teve apenas três hectares atingidos por incêndios, algo que só foi possível com uma mudança de paradigma na relação entre homem-fogo.
Antes de 2017, quando a unidade começou a manejar o fogo para fins de redução da matéria orgânica disponível no solo, os incêndios chegaram a queimar mais de 14 mil hectares de uma só vez.
Ao contrário do incêndio, que invade todos os espaços, destruindo a fauna e a flora que encontra pela frente, e representa um alto custo no combate, as queimas prescritas têm dia, hora e condições específicas para acontecer.
Elas são realizadas sempre em pequenas extensões, quando a umidade do solo ainda é relativamente alta, no início da estação seca, em área controlada e sob condições atmosféricas previamente estudadas, para que não haja perigo de espalhar.
Dessa forma, o fogo passa rápido sobre a área, afetando apenas a camada mais superficial do solo, e não afeta as raízes e dá à vegetação a chance de se recuperar de forma mais rápida.
Edição webstory Gabriela Güllich
Imagens: Gabriela Güllich, Maíra Arantes Leite/WikimediaCC, ICMBio, Vânia Pivello, Duda Menegassi, Vinicius Mendonça/Ibama
Reportagem Cristiane Prizibisczki