Análises
5 de novembro de 2004

Lições dos transgênicos

De Camila V. de Andrade L. Prezado Prof. Paulo Bessa,Dirijo-me à V. Exa. como um discípulo o faz ao seu mestre, por muito estudar suas conceituadas lições acerca do Direito Ambiental. Sou estudante de Direito e pesquisadora (ainda que as pesquisas das Instituições particulares sejam um tanto quanto incipientes) da efetividade da Ação Civil Pública como garantia dos Direitos Ambientais. Momento em que tive a oportunidade de ter o primeiro contato com os escritos do ilustre professor.Fazendo uma visita ao site O eco - o qual aproveito para parabenizar os editores pela brilhante iniciativa - deparei-me com um artigo do ilustre professor que me incomodou. No artigo Lições Gaúchas, no qual expõe a luta dos produtores de soja transgênicas no Sul, concordo que lições temos a aprender com os sulistas, sobretudo quanto à forma pacífica e ordeira de conduzir a situação da soja. No entanto no referido artigo, o professor debate o princípio da precaução sob uma ótica que discordo.Também discordo de resistências ativistas não fundamentadas, mas não entendo a invocação do princípio mencionado como ausência de fundamentação. Entendo que nós seres humanos temos uma dificuldade sobrenatural de lidar com aquilo que não dominamos, e está aí um dos principais obstáculos do Direito Ambiental, pois "pagaremos para ver". E, se princípios emanassem de análises fáticas não seriam princípios e sim constatações, no qual peço data venia para reportar-me à uma citação do i. profº Miguel Reale, que diz: "A civilização tem isto de terrível: o poder indiscriminado do homem abafando os valores da natureza.Se antes recorríamos a esta para dar uma base estável ao Direito (e, no fundo, essa é a razão do Direito Natural), assistimos, hoje, a uma trágica inversão, sendo o homem obrigado a recorrer ao Direito para salvar a natureza que morre" e porque não recorrermos exatamente ao Direito Natural para nos orientar quanto à efetividade de normas dogmáticas para socorrermos o Direito à vida? E, em especial quanto ao princípio da precaução, jamais poderíamos imaginar que o corte de uma árvore, ou milhares (para soar menos radical) interfeririam na sincronia dos ciclos de criaturas interdependentes, refletindo indiretamente no nosso modo de vida. Passamos anos sem ter conhecimento de tal fato, e se hoje o temos não é porque o dano ambiental já nos incomoda diretamente, mas sim por que o pensamento preservacionista evoluiu e muito.Sabemos que não estamos falando de fatos previsíveis, e sim de não sabermos a dimensão do nevoeiro nem tão pouco a gravidade da doença, mas, muito mais relevante do que isso, estamos falando da extensão das consequências imprevisíveis para além, e muito além, da culpabilidade do causador.Até porque se possibilidade houvesse de sabermos que o nevoeiro permitiria um grau de visibilidade trafegável, permitindo-nos a cautela, estaríamos diante do princípio da Prevenção. Outro princípio informador do Direito Ambiental, que difere epistemologicamente do primeiro. Não acha?Talvez o princípio da Precaução deveria ser informado pela máxima Shakespeariana na qual há mais coisas entre o céu e a terra do que julga nossa vã filosofia.Entendo o princípio da precaução como um marco para o Direito Ambiental. Sem pretender entendê-lo como um freio para o desenvolvimento, sua interpretaçãodeve ir para além de regras hermenêuticas e adentrar princípios informadores do Direito Natural.Perdoe tamanha audácia.Reitero votos da mais elevada estima e distinta consideração, na ansiedadedeler novamente sua coluna.Um grande abraço

Por Redação ((o))eco
5 de novembro de 2004
Análises
5 de novembro de 2004

Liminar de Barra Grande

De Camila V. de Andrade L. Prezado Rafael,Tenho a satisfação de comungar com você a pretensão de especializar em Direito Ambiental. Não tive a oportunidade de ter acesso a liminar concedida no caso de Barra Grande, mas, sinto-me satisfeita com a atitude do ilustre magistrado, até porque sei que o judiciário do sul do país encontra-se realmente avançado em matéria de Direito Ambiental, uma prerrogativa cultural, o que já não acontece em nossa região. Muito temos por aprender. Parabéns pelo artigo.Abraços

Por Redação ((o))eco
5 de novembro de 2004
Análises
4 de novembro de 2004

Maria Tereza Pádua

De Niéde Guidon     Presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM)Senhores,Como não tenho o e-mail dela por favor passem a ela meus parabéns pelo excelente artigo! E digam também que aqui a situação é catastrófica, com invasões na periferia do Parque, o corredor ecológico que deveria ser criado entre Serra da Capivara e Serra das Confusões invadido, desmatamentos, a zona de maior biodiversidade do Nordeste sendo invadida!Desta vez vão acabar com tudo!

Por Redação ((o))eco
4 de novembro de 2004
Fotografia
3 de novembro de 2004

A moréia-verde

A moréia-verde (Gymnothorax funebris) foi clicada pelo fotógrafo amador Rafael Lima em Abrolhos, no sul da Bahia. Ela deu o ar da graça, em pleno...

3 de novembro de 2004
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1 de novembro de 2004

Textos excelentes

De Roberto Trogianni     SEMA de Pirenópolis - GOPrezado Sr. EDITOR, Queremos cumprimentar as excelentes publicações neste site, dos textos da Dra. Maria Tereza Jorge Pádua, onde verificamos sua grande preocupação com as questões ambientais e as ações pertinentes ao desenvolvimento sustentável.

Por Redação ((o))eco
1 de novembro de 2004
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28 de outubro de 2004

Os automóveis e o meio ambiente

De Leandro Alves     Repórter - Agência AutoData - São Paulo Caros amigos de O Eco,Acompanho com grande interesse e admiração as contundentes reportagens publicas no site. E de clicar ali e acolá acabei encontrando o tema Dramas da Combustão de 17.09.2004, quando vocês abordaram o tema em que sou especialista. Atuo há sete anos como jornalista especializado em automóveis e nos últimos dois tenho pesquisado e publicado várias matérias que envolvem a relação meio ambiente indústria automotiva. E nesse campo, tenho muitos esclarecimentos a prestar. Sérgio, benzina, o combustível que você associou ao benzeno é nada mais que a tradução para o espanhol da gasolina. Provavelmente essa palavra foi usada para diferenciar a nossa gasolina, que recebe pouco mais de 20% de álcool (e sabe lá o que mais) da gasolina consumida nos países da América do Sul, pura, sem nenhum aditivo. Portanto, o tetrafuel da Fiat – que não é da Fiat, mas da Magneti Marelli, que desenvolveu a tecnologia – poderá ser exportado, enquanto os bicombustíveis serão comercializados apenas no Brasil.Marcos e Sérgio, não se incomodem com o desenvolvimento de tecnologias limpas fora do Brasil enquanto consumimos gasolina e álcool em qualquer proporção e também GNV (Gás Natural Veicular) a próxima moda a ganhar força nos próximos, talvez já em 2005. As montadoras gastaram bilhões de dólares em desenvolvimento de combustíveis limpos, células de combustível, hidrogênio, motores elétricos sem, em nenhum dos casos, apresentar projeto viável. Até agora nenhum veículo conseguiu se desvincular do motor a combustão a gasolina. Toyota Prius e Honda Insight rodam com gasolina, não? E quando estão em alta velocidade ou rodam sem parar mais de 300 km só o combustível mineral dá conta. Legal, no trânsito urbano eles podem liberar água pelo escapamento, mas para os Estados Unidos o benefício ainda é muito pequeno e, portanto, inviável. Só na Califórnia essa tendência tem se confirmado. Por aqui, nem pensar. Bom, mas o que interessa é o potencial do Brasil nessa área de combustíveis. O GNV – que polui pouco menos que a gasolina mas nesse particular há um avanço – ganhará escala. E consumimos menos da metade do GNV que compramos da Bolívia, sem falar nas reservas na bacia de Santos. O álcool, apesar de sua produção avançar sobre as florestas e as queimadas aumentarem o efeito estufa, ainda assim, essa opção vem ganhando mercado interno e admiradores fora do Brasil. Japão e Austrália, dentre outros países, poderão comprar álcool brasileiro para misturar na gasolina. A evolução dos motores – tecnologia desenvolvida no Brasil – permitirá esse blend. E não faltará álcool no Brasil, podem apostar. Sem falar no mais baixo nível de emissões do álcool comparado com qualquer outro combustível. Entretanto, minha aposta para o futuro próximo chama-se biodiesel, assunto que vocês já abordaram em O Eco, mas que ainda está longe de se esgotar. Só para mostrar o potencial desse combustível cito o pequi, uma oleaginosa que cresce como mato no cerrado. Ele e o dendê têm o maior potencial de gerar biodiesel em quantidade que o Brasil não precisaria mais utilizar o diesel mineral. Tem muita gente - leia-se matrizes das montadoras - de olho em nossas oleaginosas. E não se esqueçam que o País é movido a diesel. Caminhão só roda com diesel. E pode, sim, beber boa quantidade de biodiesel sem reclamar, garantem - em off - os fabricantes de motores. Poderia sugerir a produção de várias pautas sobre esses e outros temas como: tecnologia automotiva associada ao meio ambiente, materiais “verdes” utilizados na produção e reciclagem no setor, outro assunto que ganhará força em breve. De qualquer forma, se avaliarem que minhas propostas não se alinham ao conteúdo de O Eco, espero ter colaborado para esclarecer a vocês algumas coisas que fazem parte do meu dia-a-dia. Continuem com o belo trabalho e desejo a Todos sucesso nessa empreitada. Grande abraço

Por Redação ((o))eco
28 de outubro de 2004
Análises
25 de outubro de 2004

A União faz a força

De Wilson Cavalcanti     São José dos Campos, SPAo Pedro da Cunha e MenezesGostei muito de sua matéria (A União Faz a Força / 17.10.2004) sobre a aplicação dos conceitos do ICS (Sistema de Controle de Incidentes) no Rio de Janeiro. A esse respeito, veja a matéria que produzi e que “O Eco” fez-me a gentileza de publicar em 10 de setembro passado ("Aviões no combate a incêndios"). Enfim, é reconfortante saber que ao menos o primeiro passo dessa maratona cuja linha de chegada é a plena capacidade no combate a incêndios florestais já foi dado em nosso país.

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25 de outubro de 2004
Notícias
22 de outubro de 2004

Corais em cativeiro

Cientistas brasileiros conseguiram reproduzir corais em laboratório e acompanhar todas as fases de reprodução do animal marinho. Na foto ao lado, foi registrado o momento em que o coral estava expelindo os gametas ou, para facilitar, os “espermatozóides”. A espécie escolhida para a experiência foi o coral cerébro Mussismilia, que é 100% brasileiro, só existe aqui. Uma escolha mais do que justa uma vez que o objetivo dos pesquisadores do Projeto Coral Vivo é recuperar comunidades de corais em nossos recifes. Esse ecossistema é essencial para manter o litoral rico em vida marinha.

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22 de outubro de 2004
Notícias
22 de outubro de 2004

Nova literatura

A Conservação Internacional do Brasil vai lançar este mês a revista Megadiversidade. A proposta é abrir espaço para a publicação de artigos ou trabalhos acadêmicos sobre temas ligados à conservação ambiental no Brasil. A primeira edição vai ter como matéria de capa o relatório desenvolvido este ano pela organização sobre as conseqüências de se explorar petróleo e gás perto do Banco de Abrolhos, no sul da Bahia. O documento foi essencial para impedir que fosse concedido licença ambiental para a exploração da região.

Por Redação ((o))eco
22 de outubro de 2004
Notícias
22 de outubro de 2004

Praga amazônica

Se fossem planta, certamente seriam classificadas como praga, tal é a velocidade de sua expansão e o tamanho do mal que fazem ao meio ambiente. São as estradas piratas, um fenômeno antigo na Amazônia mas que na última década começaram a ser abertas em ritmo de Brasil Grande. Os empreiteiros são as madeireiras, cuja avidez por árvores na mata virgem não respeita nem as áreas legalmente protegidas. Só no centro-oeste do Pará há mais de 20 mil quilômetros de rodovias clandestinas – o equivalente a 2/3 da malha de estradas federais no país inteiro. O número foi apurado em 2001 pelo Imazon, de Belém do Pará, que está prestes a concluir novo estudo sobre o problema. Seus técnicos apostam que no centro-oeste do estado, vão contabilizar desta vez 50 mil quilômetros clandestinos.

Por Redação ((o))eco
22 de outubro de 2004