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6 de agosto de 2004

Inação

Dinheiro nem sempre é o problema quando se fala da preservação ambiental no Brasil. Duro mesmo é a falta de ação. Há 4 anos, o país liberou empréstimo de US$ 200 milhões para financiar um programa de desenvolvimento sustentável no Pantanal. A quantia seria usada para recuperar bacias hidrográficas, controlar o uso de agrotóxicos na agricultura, ampliar as áreas de conservação e promover o ecoturismo. Parte dele iria viabilizar até projetos de saneamento básico em algumas áreas urbanas da região. Até agora, o ministério do Meio Ambiente não usou nem US$ 1 milhão, embora tenha já pago pouco mais do que este valor para manter o empréstimo em disponibilidade no BID. Em outubro, desembarca aqui missão do banco para avaliar o que anda sendo feito com o dinheiro. Como não há nada para mostrar, é provável que recomendem cancelar o financiamento.

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6 de agosto de 2004
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6 de agosto de 2004

Volta ao futuro

No setor elétrico, há quem veja nas críticas da ministra Dilma Roussef ao processo de licenciamento ambiental de grandes obras no Brasil um eco dos desejos das grandes empreiteiras. A ênfase que o modelo petista dá a geração de energia, a opção pelas grandes hidrelétricas em detrimento das usinas térmicas – que não exigem muita obra – e possibilidade da aprovação das parcerias público-privadas (PPP’s) no Congresso mostram que o país está na bica de voltar aos anos 70, a época do Brasil Grande, que fez a felicidade de muito empreiteiro. Para chegar lá, só falta vencer um obstáculo que inexistia há 30 anos: as exigências de licenciamento ambiental.

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6 de agosto de 2004
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6 de agosto de 2004

Crise de identidade

MSC - Kiko, lá vai o rascunho do “quem somos”, que você me encomendou. É para ser corrigido e criticado:O Eco é um site jornalístico ligado no...

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6 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Arraias e a carta da SBPC

De: IWC/BRASILPara: Marcos Sá CorrêaAssunto: Arraias e a carta da SBPCO bate-boca abaixo pode te interessar. Estou brigando com os "cientistas" e argumentando em favor das restrições legais que existem à movimentação de material biológico transfronteiras. Não só os temas sanitários são importantes para esse debate, mas também a biopirataria e o tráfico de espécies ameaçadas são freqüentemente travestidos de "pesquisa", e é mais do que comum os "doutores" brasileiros simplesmente meterem amostras no bolso ou na mala e saírem por aí, sem querer se submeter aos processos legais necessários, obtenção de licenças e similares, etc.Estou achando que esse linchamento sumário, que querem promover contra os pobres dos funcionários da vigilância agropecuária, é um obscurantismo corporativista, que presta um desserviço ao cumprimento das normas internacionais de proteção da biodiversidade. Estou mandando isso a um monte de gente, para reflexão, pois acho que a SBPC está patrocinando uma baita injustiça. Pretendo também escrever aos ministros mencionados na carta-bobagem, para fazer um contraponto.Profunda indignação me causa é o teor dessa "Carta aos Comuns", enviadadiretamente do Olimpo dos Deuses Científicos.Realmente, a SBPC já tevedias melhores, em vez de se pronunciar a favor de um corporativismo que eximaos "cientistas" da lei e das normas de comportamento que regem a choldraignara - ou seja, nós. Falta muita leitura aos senhores doutores...José Palazzo.TrudaDe: Osmar Luiz JúniorPara: [email protected]:Arraias e a carta da SBPCSBPC pede apuração das responsabilidades pela destruição das arraias africanasO presidente da SBPC, Ennio Candotti, enviou carta, datada de 29 dejulho, aos ministros da C&T, Saúde, Meio Ambiente, Agricultura e Justiçamanifestando indignação com o ato, ocorrido na última sexta-feira, no RJ.Leia a íntegra da carta, endereçada ao ministro Eduardo Campos:Na sexta feira, 24 de julho de 2004, exemplares raros de arraias. africanas, trazidas ao Brasil das Ilhas Canárias pelo pesquisador brasileiro Marcelo Carvalho da Universidade de São Paulo, USP, foram sumariamente apreendidos e incinerados pelo funcionário José Alberto Correia Cardoso, da vigilância agropecuária do aeroporto do Rio de Janeiro.O material que, por estar preservado em formol, não apresentava qualquer risco de contaminação, havia sido cedido ao pesquisador pelo Governo espanhol e estava devidamente acompanhado por sua documentação de origem. A SBPC manifesta sua profunda indignação pelo deplorável ato de intolerância e prepotência burocrática.Denunciamos a agressão e o cerceamento das atividades de pesquisa científica e o abuso de autoridade do funcionário da vigilância do Ministério da Agricultura que não observou, no exame da questão, elementares normas de civilidade.Solicitamos aos senhores ministros da Ciência e Tecnologia, Saúde, Meio Ambiente e Agricultura e Justiça, a rigorosa apuração das responsabilidades pela destruição do valioso material de pesquisa e exemplar punição da prepotência no exercício da função pública.O caso em questão reveste-se de particular importância por ocorrer após recente manifestação do Sr. Presidente da República, que, por ocasião do programa Importa Fácil reafirmou o valor estratégico da pesquisa e estabeleceu legislação especial para desburocratizar a importação de materiais e insumos de interesse científico.Lamentamos que a orientação presidencial e as determinações Constitucionais de incentivo à ciência (Art. 218) não sejam observadas pelos funcionários e instituições de vigilância do Governo, que revelam ignorar o valor do conhecimento científico para a defesa dos interesses da nação.Observamos que fatos como o que aqui denunciamos ­ apreensão e destruição sumária de material de pesquisa - têm ocorrido com grande freqüência, indicando que os órgãos responsáveis não têm observado as diretrizes de Governo no trato das questões de interesse cientifico e tecnológico.A SBPC se coloca a disposição das autoridades para examinar, juntos, as causas da perseverante resistência destas agências em colaborar com o desenvolvimento científico e tecnológico do país e promover uma campanha de informação e treinamento dos funcionários envolvidos nos diferentes ministérios responsáveis pelas ações de controle e licenciamento do Governo.Eis mensagem de José Ricardo M. Mermudes, do Departamento de Entomologia do Museu de Zoologia da USP: 'Hoje falamos tanto em Biodiversidade e existem ainda burocratas incapazes de reconhecer um papel fundamental do zoólogo no Brasil e no mundo. Quando descrevemos e trabalhamos com espécies do Brasil e do mundo estamos garantindo a soberania do nosso país'.Leia a manifestação de Igor Freiberger, microempresário da área de informática e graduado em Direito pela UFRGS:'Burrice é o termo cabível para a atitude dos fiscais do Mapa no Aeroporto do Galeão. Destruir amostras biológicas por falta de documentação é algo injustificável, seja porque o problema poderia ser resolvido enquanto as amostras aguardassem liberação, seja pelo valor intrínseco do material biológico.No caso das raias emprestadas pelo governo espanhol, a situação é ainda mais grave: a arbitrariedade dos fiscais alcançou propriedade estrangeira e ignorou que os cientistas já estavam tomando as medidas para obter a documentação necessária.Segundo a lógica desses fiscais, um Rembrandt emprestado para uma. exposição no Brasil, se estivesse com a documentação incompleta, seria. queimado. Menos mal que obras de arte não estão sob a competência míope do.Ministério da Agricultura. Servidores públicos que agem dessa forma revelam despreparo e prepotência, violando a legalidade exigida para seus atos.Do alto de sua suposta autoridade, demonstram que existem dois brasis: o do lado de cá do balcão, que é mal-atendido pelo Estado, e o do lado de lá, repleto de prerrogativas e sempre com uma boa justificativa para atender mal'.

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Massacre na selva

Com a ajuda da Polícia Federal, o Ibama do Amazonas apreendeu este ano 1.800 peças de artesanato indígena feitas com penas de aves, escamas de pirarucu e dentes de peixe-boi, entre outros subprodutos de animais silvestres. Uma portaria da Funai editada em junho, quando começam as principais festas regionais, proibiu esse tipo de comércio. Antes a venda de artesanato com subprodutos da fauna silvestre era permitida desde que apresentasse “certificado de origem indígena”, uma garantia de que só eram utilizadas sobras da caça de subsistência. As evidências de que os índios passaram a exterminar animais para lucrar com o artesanato levou à suspensão das concessões. Segundo o Ibama, no ano passado cerca de 28 mil araras foram abatidas com este fim, em cálculo subestimado, baseado apenas no material apreendido. A portaria da Funai aumentou o rigor na fiscalização do período de festas em 2004, com a apreensão de todo o estoque das 38 lojas de artesanato cadastradas junto ao Ibama em Manaus. Nem a tradicional festa dos bois-bumbás de Parintins escapou: foram encontradas penas de papagaios e araras azuis na fantasia da cunhã-poranga (espécie de porta-bandeira) do Boi Caprichoso. O Ibama esperou o desfile acabar para apreender o material e multar a agremiação em R$ 25 mil.

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Adeus à floresta de araucárias

From: "Germano Woehl Jr." To: "Marcos Sá Corrêa" Sent: Saturday, July 31, 2004 7:03 PMSubject: Adeus à floresta de araucáriasMesmo restando (tanto no Paraná como em Santa Catarina) menos de 0,7% do que foi nossa majestosa floresta de araucárias, sua destruição continua ocorrendo de forma impiedosa e em ritmo acelerado, devido às exportações de soja para a China. Nada é capaz de deter a fúria destruidora do homem em busca da riqueza fácil e imediata. Que se danem as gerações futuras! O importante é o lucro fabuloso da venda da soja para a China, por mais um ou dois anos, quem sabe. A árvore araucária deverá ainda fazer parte do planeta por mais algumas décadas, séculos talvez, mas o ecossistema "floresta de araucárias", que abriga uma fabulosa fauna e flora, tem seus dias contados. Daí vocês podem deduzir que plantar algumas mudinhas de araucária tem pouco efeito prático (do ponto de vista da conservação da natureza), talvez ela tenha sido a árvore mais plantada pelo homem até hoje, no Brasil, e cadê a floresta? Como árvore isolada ou em monocultivo, a tendência é desaparecer também, mas vai demorar um pouco mais.Vejam na foto anexada como é triste o cenário de destruição de uma floresta de araucária que foi derrubada recente em Itaiópolis, SC (Distrito de Itaió). Numa floresta dessas, considerando só os animais vertebrados, deveriam existir algumas centenas de rãzinhas (que tiveram morte instantânea, esmagadas pelo trator-de-esteira), répteis, mamíferos e pássaros, como a ameaçadíssima gralha-azul, que depende dos frutos da araucária para sobreviver, o pinhão. Imaginem o que gralha-azul vai sentir quando estiver faminta e procurar por esta e outras araucárias próximas (estudos revelam que os animais mapeiam em seu cérebro as fontes de comida).Germano Woehl Jr.www.ra-bugio.org.brGuaramirim, SC

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Não é bem assim

Da caixa postal: Na última a semana de junho a comunidade científica brasileira resolveu comprar briga com um funcionário da Receita Federal no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Alegando que as amostras de arraias africanas trazidas por pesquisador brasileiro para o país não tinham a documentação necessária para entrar no país, jogou todas elas no incinerador. Os cientistas ficaram indignados. Em carta aos ministros da Ciência e Tecnologia, Agricultura, Meio ambiente e Justiça, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência chamou o servidor que decidiu tocar fogo nas amostras de obscurantista e acusou a burocracia federal de querer impedir o desenvolvimento científico no Brasil. Tem gente no entanto achando que os doutores estão exagerando. Dizem que o funcionário apenas cumpriu com seu dever e que as restrições à importação e exportação de material biológico, antes de atrapalharem a pesquisa, ajudam a impedir a biopirataria e o tráfico de espécies. Acusam os medalhões da ciência brasileira de quererem fazer pesquisa no Brasil com material estrangeiro trazido em suas malas.

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Adeus às araucárias

Da caixa postal: No dia 28 do mês passado, enquanto o Ibama multava os proprietários de duas áreas no município de Candoi, no Paraná, em R$ 283 mil por terem desmatado irregularmente 145 hectares de terra, a derrubada de árvores corria solta à centenas de quilômetros dali, no município de Itaiópolis, Santa Catarina. O alvo era uma floresta de Araucárias – as mesmas árvores que em sua maioria tombaram em Candoi. Estava sendo arrancada do chão com o auxílio de tratores-esteira. George Wolheim Jr fotografou a área de mato destruída em Santa Catarina e enviou a redação de O Eco mensagem onde diz que o Brasil está prestes à se despedir de um de seus mais importantes ecossistemas: o da floresta de araucárias. Hoje, nos resta apenas 0.7% do que ela foi um dia.  

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Conversa

A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) está discutindo com técnicos do ministério do Meio Ambiente maneiras de tornar mais rápido o processo de licenciamento ambiental de obras de grande porte no Brasil. Já fez várias propostas. Sugeriu, por exemplo, criar cadastro na Internet com o nome organismos e consultores considerados referência

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4 de agosto de 2004
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4 de agosto de 2004

Use o Eco

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4 de agosto de 2004