48 dias – Mapeando as emissões. E as responsabilidades

 A reunião de Copenhague não aconteceria se há 17 anos atrás não tivesse ocorrido a Rio 92. Foi ali, na cúpula de meio ambiente e desenvolvimento da ONU, que diversos países decidiram criar uma Convenção sobre Mudanças Climáticas. O nascimento deste painel  dentro das Nações Unidas foi guiado por um lema que até hoje persiste 'Responsabilidades comuns, porém diferenciadas'. Trocando em miúdos, isso significa que os países que ao longo dos anos emitiram maior quantidade de gases estufa na atmosfera devem assumir maior carga de ações para combater o problema do aquecimento global. O mapa abaixo, produzido pelo World Mapper, reproduz os dados que estão por trás desta discussão diplomática. Os países mais gordinhos são aqueles que mais emitem.

Por Gustavo Faleiros
19 de outubro de 2009

49 dias – Um encontro que pode mudar o rumo de Copenhague

Começou neste domingo, dia 18, em Londres, o encontro de ministros das maiores economias do mundo. A iniciativa reúne os países desenvolvidos membros do G8 e mais 10 economias emergentes, entra elas Brasil, Índia e China. Por consequência, ali também estão os maiores emissores de gases estufa do planeta . Juntos , emitem 80% do total de gás carbônico (CO2). Nicholas Stern, o economista que escreveu o relatório sobre os impactos econômicos das mudanças climáticas, publicou um artigo no jornal The Guardian no qual afirma que este encontro pode decidir os rumos das metas de Copenhague. O problema que persiste para que um novo acordo climático seja fechado é a divisão entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento. Embora, China, México e o Brasil estejam acenando com metas voluntárias, como é caso de nossa meta de redução para o desmatamento (70% até 2017), os Estados Unidos gostaria de ver estas metas firmadas em um documento, como afirmou o negociador americano Todd Stern. Mas isso só ocorrerá se o próprio governo de Obama oferecer uma meta ambiciosa. Mas se isso irá ocorrer, ainda é uma grande incógnita. Leia aqui o artigo de Nicholas Stern Saiba mais Uma sobra paira sobre Copenhague

Por Gustavo Faleiros
19 de outubro de 2009

50 dias, 20 mil pessoas, 2012, 2oC, 25% a 40%, US$ 100 bilhões – Os números de Copenhague

Copenhague, Copenhague, Copenhague. Daqui a 50 dias, mais precisamente a partir do dia 7 de dezembro, poucas palavras serão repetidas com tanta frequência quanto o nome da pacata capital da Dinamarca. Para lá, voará uma verdadeira horda de diplomatas, ambientalistas, jornalistas e autoridades. Serão 20 mil pessoas ali. Os quartos de hotel já estão esgotados em todos os 98 municípios da antiga terra dos Vikings. Agora, quem está programando a ida a 15a Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15 para os íntimos, está marcando hotéis na cidade de Malmo, na Suécia, onde um trem cruzará a ponte sobre o Mar do Norte, todos os dias, em uma jornada de 50 minutos. Todo este frenezi servirá para discutir o desafio que representa o aquecimento global. E em torno deste debate existe uma grande expectativa: a esperança que um novo acordo político transformará o planeta em algo diferente, o mundo da economia do baixo carbono, assim se diz. Para tanto, eis aqui a discussão ao redor de números. Os números são metas, prazos, limites. E são eles que causam tanta discórdia. Entenda porque: Os limites 2009 – Esta é data limite que foi acordada entre as delegações membro da Convenção do Clima da ONU para que um novo acordo climático seja fechado. 2012 – Neste período expiram as obrigações do Protocolo de Kyoto, que foi criado em 1997. A reunião de Copenhague busca definir o acordo pós-2012. 2015 – Esta é a data limite apresentada pelo IPCC para que as emissões globais atinjam um pico. Isso significa que a partir daí as economias deveriam passar a reduzir drasticamente seus níveis de poluição. 2020 – De nada vai adiantar o novo acordo climático se não houver metas de médio prazo. E isso significa incluir cortes radicais de emissão já para o fim da próxima década. Os impactos 2oC – Esta é a temperatura que as negociações estão considerando como o limite para evitar transformações catastróficas no planeta 450 ppm ou 350 ppm - As negociações trabalham para construir um futuro em que a concentração de gás carbônico na atmosfera fica estabilizada em 450 ppm. Muitos pesquisadores, no entanto, afirmam que isto é um risco, e que a meta deveria ser baixar as concentrações para 350 ppm. Atualmente estamos em 384 ppm. 59 cm ou 110 cm - O IPCC utiliza como projeção de aumento do nível do mar a taxa entre 18cm a 59cm até 2100. Mas há cientistas muito mais pessimistas, como alguns reunidos em uma comissão do governo holandês , que sustentam que já no final do século teremos uma elevação de 55cm a 110 cm. 2016 e 2080 - Bastante controversos, os modelos do departamento de meteorologia do Reino Unido, Hadley Center, possuem as previsões mais sombrias para o futuro de ecossistemas em uma planeta mais quente. No atual ritmo de emissões, o Mar Ártico deixaria de congelar durante os verões ja em 2016. Já a Amazônia, com um aumento de temperatura de até 4oC tornaria-se um completo Cerrado em 2080.  As metas 20% em 2020 - A única meta concreta colocada na mesa até agora é a da União Européia. 25% a 40% - Os cientistas do IPCC e o próprio acordo de Bali, da Convenção da ONU, sustentam que uma meta global de 25% a 40% seria a única forma de inverter a curva de emissões de gases de efeito estufa. 0 em 2030 - Isso é o que propõem os europeus para o desmatamento de florestas tropicais. US$ 100 bilhões - A quantia de dinheiro proposta pelo primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown para ser paga a cada ano às nações pobres que precisam se adaptar às mudanças climáticas  

Por Gustavo Faleiros
18 de outubro de 2009