Notícias

Estudo mostra que redução de área protegida favorece desmatamento

Ocupação e hidrelétricas são os principais motivos para diminuição. Em 38 delas, a soma líquida ultrapassa 2,5 milhões de hectares perdidos.

Redação ((o))eco ·
27 de fevereiro de 2014 · 10 anos atrás
Gado apreendido na Operação Boi Pirata, dentro da Reserva Ecológica Terra do Meio. Foto: Cgfis/Ibama.
Gado apreendido na Operação Boi Pirata, dentro da Reserva Ecológica Terra do Meio. Foto: Cgfis/Ibama.

Assim como é verdade afirmar que unidades de conservação reduzem o desmatamento da floresta amazônica, também é correto supor que o oposto é verdadeiro: redução de áreas protegidas aumenta o desmatamento. A conclusão veio de um estudo publicado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
 
O estudo destaca 10 de 40 áreas que sofreram alterações pelo governo federal e pelos governos estaduais de Rondônia, Mato Grosso e Pará para os dados sobre o avanço do desmatamento após a perda da proteção formal ou mudança de categoria para uma de menor proteção. O resultado foi que nas unidades avaliadas entre 2003 e 2011, 5 anos após a redução, o desmatamento aumentou em média 50% em comparação aos 5 anos anteriores à perda de proteção.

Usando a amostra das 40 áreas protegidas que perderam ou tiveram a proteção legal reduzida, os principais motivos que levaram a perda da proteção foram ocupações, com 74% dos casos. Em segundo lugar são as instalações de projetos hidrelétricos, com 42%. O balanço indica uma perda de 2,5 milhões de hectares em 38 áreas protegidas na Amazônia.

UC estaduais em perigo

Há 2 semanas, deputados de Rondônia aprovaram um projeto de lei que anula a criação da Reserva Extrativista Jaci-Paraná, na região de Minas Nova, no município de Buritis. O episódio está longe de ser uma exceção.

As Unidades de Conservação estaduais são as que mais sofreram processo de anulação ou recategorização para um tipo de UC de menor proteção. Representam 77% das áreas protegidas alteradas, contra 28% Federais e 5% de Terras Indígenas.  

Pará e Rondônia concentram mais de 80% das áreas protegidas alteradas. A perda de área é mais comum em Unidades de Conservação de Uso Sustentável (84%), do que em UCs de proteção integral (8%) e Terras Indígenas (8%).
 

Saiba Mais
Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia

Leia Também
Regularização fundiária reduz desmatamento em UCs
Estudo reforça: áreas protegidas protegem de verdade
Campeonato de redução de unidades de conservação

Leia também

Notícias
28 de março de 2024

Estados inseridos no bioma Cerrado estudam unificação de dados sobre desmatamento

Ação é uma das previstas na força-tarefa criada pelo Governo Federal para conter destruição crescente do bioma

Salada Verde
28 de março de 2024

Uma bolada para a conservação no Paraná

Os estimados R$ 1,5 bilhão poderiam ser aplicados em unidades de conservação da natureza ou corredores ecológicos

Salada Verde
28 de março de 2024

Parque no RJ novamente puxa recorde de turismo em UCs federais

Essas áreas protegidas receberam no ano passado 23,7 milhões de visitantes, sendo metade disso nos parques nacionais

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.