Uma pequena e exótica galinha topetuda que habita as florestas do Nordeste está com seus dias contados.
As estimativas são de que, em até dez anos, o uru-do-nordeste (Odontophorus capueira plumbeicollis), uma possível subespécie de uru que ocorre do Ceará a Alagoas, esteja extinta na natureza.
Para garantir a existência da ave, um grupo de pesquisadores encontrou e capturou cinco indivíduos na Serra de Baturité (CE) e enviou-as para o Parque das Aves (PR).
A equipe, liderada pelo biólogo Fábio Nunes, instalou armadilhas para captura das aves e obteve três machos e duas fêmeas. Segundo ele, esta foi uma ação emergencial.
Além das dificuldades em conseguir indivíduos para estabelecer uma população de segurança fora da natureza, a tarefa de enviar as aves para o criadouro não foi nada simples.
A única forma de enviar animais em um voo hoje é via carga, um procedimento longo demais para aves tão ariscas.
Após a persistência dos pesquisadores, a Azul Linhas Aéreas informou que poderia disponibilizar um avião para o transporte se a equipe pagasse o combustível, orçado em 20 mil reais. Por meio de um crowdfunding, a equipe conseguiu arrecadar o valor.
O objetivo é que esses indivíduos possam fundar uma população de segurança a partir do processo de reprodução assistida em cativeiro.
O objetivo é que esses indivíduos possam fundar uma população de segurança a partir do processo de reprodução assistida em cativeiro. A ideia é que esta população gere filhotes que irão repovoar as matas nordestinas no futuro.
REPORTAGEM Carolina Lisboa FOTOGRAFIA Ciro Albano Acervo Aquasis ROTEIRO E EDIÇÃO Milena Giacomini