Localizado no norte de Goiás, o Território Quilombola Kalunga é um dos principais refúgios do Cerrado no estado.
Ao contrário do resto do estado, onde resta apenas 30% de cobertura do Cerrado, nas terras quilombolas o bioma segue protegido, com 83% da vegetação nativa ainda de pé.
O modo de vida dos quilombolas está diretamente ligado à conservação, com uso de plantas medicinais, coleta de frutos e manejo do fogo.
“Todo mundo depende do Cerrado para sobreviver. São os saberes tradicionais”, resume o supervisor da brigada do PrevFogo, Charles Pereira, quilombola da comunidade Kalunga de Engenho II.
O fogo é um elemento natural do Cerrado. Na época, intensidade e frequência correta, ele ajuda a manter a riqueza do bioma – a savana mais biodiversa do mundo.
Através de queimas prescritas e controladas, os quilombolas mantêm a diversidade do bioma e previnem grandes incêndios, com a eliminação da vegetação seca que serve de combustível para as chamas.
Este trabalho de manejo, que começou em 2014, tem dado resultado. O último grande incêndio no território foi em 2017.