Terceira maior baía do Pantanal, Chacororé chegou a perder mais da metade da cobertura de água em 2020. Por conta da situação em que chegou a área úmida, o estado de Mato Grosso foi processado pelo Ministério Público (MP).
Três anos depois desse episódio, ((o))eco viajou até Mato Grosso para acompanhar uma jornada que une ribeirinhos, pescadores, pesquisadores e entes públicos na busca pela restauração da baía.
“Chacororé e Sinha Mariana são as riquezas do nosso dia a dia”, diz Capim, como é conhecido o pescador Domingos Antônio de Oliveira, que mora na comunidade tradicional de Estirão Comprido, em Barão de Melgaço (MT).
Na cheia do início de 2023, Chacororé parecia melhor. Mas são grandes os esforços que buscam entender como a baía pode voltar a encher também durante o período de seca.
Isso envolve saber como funciona a baía em seus diferentes ciclos hidrológicos. É o que pesquisadores tem feito desde que Chacororé se tornou um sítio acompanhado por Pesquisa de Longa Duração (Peld).
“Estamos fazendo diversos estudos da água, dando ênfase nas conexões laterais entre o rio Cuiabá e as baías, que são lagoas parentais à ele”, diz Carolina Joana da Silva, coordenadora da iniciativa financiada pelo CNPq.
A nível local, muito pode ser feito para mitigar ameaças à Chacororé, mas a inação rendeu uma ação civil pública a Mato Grosso, que neste ano firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o MP.
“Como que a gente vai fazer pra colocar água dentro da baía na época da seca?” A pergunta feita pela pesquisadora é também que os estudos que estão sendo elaborados a partir desse acordo buscam resolver.
Reportagem Michael Esquer
Fotos: Michael Esquer/((o))eco
Edição Daniele Bragança