O projeto Ponta dos Castelhanos foi licenciado em março pelo governo baiano numa fazenda que toma quase 20% da ilha, ou 1.651 ha.
Parte da natureza regional foi preservada por quilombolas, pescadores, extrativistas, que vivem respeitando os limites ambientais.
Populações e territórios são vítimas de uma “corrida pela terra” para a formação de “latifúndios costeiros”, dizem especialistas.
O processo será acelerado se o Ponta dos Castelhanos for validado. Projeto foi suspenso pela suposta ocupação de terras federais. A licença inicial prevê menos de 3 ha desmatados, mas ocupação será de 347 ha com loteamentos, pousadas, residências e pista de pouso.
Haverá impactos terra e mar, em corais e mangues, fundamentais à renovação da vida marinha. O uso de água doce será intenso.
Parte dos habitantes da ilha contraria o projeto, enquanto outra vê uma oportunidade para conseguir empregos e mudar de vida.
Eles foram esquecidos por políticas de desenvolvimento socioeconômico, sobretudo a comunidade de Cova da Onça, junto ao Ponta dos Castelhanos.
Responsável pelo projeto, a empresa Mangaba Cultivo de Coco disse atender a “todos os requisitos legais e regulamentares”.
Reportagem Aldem Bourscheit
Fotos: Fellipe Abreu / Mongabay Brasil / O Eco
Edição Daniele Bragança
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