energias renováveis e desmatamento

Entre 2020 e 2023, o total desmatado no país por projetos de renováveis chegou a 9,4 mil hectares, área equivalente à capital do Espírito Santo, Vitória.

A Caatinga do nordeste brasileiro é o bioma que mais tem sofrido com a situação, mostra levantamento realizado por ((o))eco, em banco de dados do MapBiomas.

O maior desmatamento por projetos de renováveis – e também o de maior velocidade – já registrado pelo MapBiomas ocorreu em São José do Belmonte (PE).

É a cidade do autodenominado “maior complexo de energia solar da América Latina", comandado pela espanhola Solatio. Foram desmatados 1.513 hectares de vegetação nativa para dar lugar ao complexo de painéis fotovoltaicos. 

“Isso é um total contrassenso para o Brasil. Não faz o menor sentido desmatar, principalmente para a [energia] solar”, disse Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.

Segundo Cristina Amorim, coordenadora do Plano Nordeste Potência, os números mostram que, apesar de as tecnologias da energia renovável serem consideradas limpas, a forma como elas têm sido implementadas não é.

Redução de renda, insegurança alimentar, êxodo rural e problemas de saúde são alguns dos muitos outros impactos que, de acordo com as organizações que compõem o Plano Nordeste Potência, precisam ser levadas em conta.

Edição webstory Gabriela Güllich

Imagens: PAC/Flickr, Sidney Gouveia/FlickrCC, SECOM/São José do Belmonte, Divulgação/Solatio, Paulo H. Carvalho/Agência Brasília, Salve as Serras / Divulgação

Reportagem Cristiane Prizibisczki