Nativos da Europa, África e Ásia, os javalis chegaram no Brasil há pouco mais de 500 anos e se dispersam veloz e fortemente há seis décadas, deixando um rastro de prejuízos ambientais, econômicos e sanitários.
Políticas precárias, falta de predadores e disseminação por caçadores ajudaram a distribuir os javalis em 36% dos municípios do país, de todas as regiões.
O javali prefere frutos, raízes e brotos, mas, quando a fome aperta, não perdoa lavouras e outros animais. Destrói nascentes, banhados e beiras de rios, dentro e fora de áreas protegidas.
Também reduz a variedade e quantidade de espécies nativas nas regiões invadidas e pode transmitir doenças a rebanhos comerciais, caseiros e espécies nativas como cateto e queixada.
Com uma alta taxa reprodutiva, de em média 10 filhotes por ninhada, o javali foi erradicado até hoje de ilhas australianas, um esforço árduo, caro, que envolveu muitas pessoas e demorou até 5 anos.
Conter a disseminação envolve veneno, castração química, diversificação de cultivos e até cães treinados. Métodos caros, que precisam de muitas pessoas e grande orçamento.
Entidades defensoras da legalização da caça estimaram em R$ 1,8 mil o abate de cada javali no Brasil. Os custos incluem armamento, combustível, dias de espera e alimentação para pessoas e cachorros.
O Ibama prepara novos planos de ação contra espécies exóticas invasoras mais críticas, como o javali. Especialistas defendem igualmente mais investimento em pesquisas, prevenção e controle desses animais e plantas.
Reportagem Aldem Bourscheit
Edição Daniele Bragança
Imagens: LAEC; FFCLRP-USP, Michael Gäbler, Fronteira Tradicionalista, Felipe Pedrosa, FAEP/Senar-PR/CNA, Pixabay