O COLAPSO DA MATA ATLÂNTICA

Ao longo de mais de cinco séculos, a Mata Atlântica foi explorada e destruída, com o pouco que resta hoje extremamente fragmentado ao longo dos 17 estados que contemplam o bioma.

O desmatamento pode provocar uma série de consequências, num efeito dominó rumo ao colapso do ecossistema e da biodiversidade no fragmento.

Um grupo de pesquisadores brasileiros analisou como o desmatamento afeta o equilíbrio ecológico em remanescentes da Mata Atlântica no sul da Bahia.

De acordo com a pesquisa, à medida que o desmatamento avança, há uma clara redução da estrutura da vegetação, com árvores mais baixas e finas, um dossel mais aberto, mais quente e com menor produção e qualidade de frutos.

Isso impacta aves, mamíferos, insetos e árvores e afeta diretamente as espécies especialistas, que dependem da floresta preservada. E permite o avanço das espécies generalistas, capazes de viver em ambientes perturbados.

Os fragmentos tendem a ser dominados por espécies de árvores intolerantes à sombra e de madeira macia, o que provoca o encolhimento da estrutura da floresta e a redução nos estoques de carbono acima do solo.

O pesquisador da UESC, José Carlos Morante-Filho, um dos autores do estudo, chama atenção para a necessidade de pesquisas de longo prazo de monitoramento, para avaliar essas alterações ao longo do tempo.

Quando ocorre o desmatamento  em parte de um remanescente florestal, nem todas as espécies respondem rapidamente a essa perturbação, mas isso não significa que as espécies não vão responder. Algumas espécies podem demorar anos para apresentar um declínio nas suas populações após um distúrbio.

José Carlos Morante-Filho, pesquisador da UESC

O caminho para impedir o colapso é claro: impedir novos desmatamentos e começar a recuperar as florestas destruídas. Restaurar a Mata Atlântica é fundamental.

Notícia Duda Menegassi

Fotos: Duda Menegassi, Arquivo/((o))eco, Eduardo Rosa/SOS Mata Atlântica, Nelson Almeida/AFP, Fabio Origuela de Lira, Ciro Albano, Germano Woehl Jr./Instituto Rã-bugio, Glauco Umbelino/Flickr

Edição Daniele Bragança