Em menos de uma semana, duas onças-pintadas (Panthera onca) foram atropeladas na rodovia SP-613. Essa rodovia corta o Parque Estadual Morro do Diabo, no município Teodoro Sampaio, interior de SP.
As duas onças eram jovens, uma delas com menos de 1 ano, e não resistiram ao impacto. A Rodovia Arlindo Bettio cruza o parque em um trecho de aproximadamente 14 quilômetros.
A estrada contava com radares de controle de velocidade, mas em janeiro de 2021 eles foram retirados depois que o contrato com a operadora não foi renovado. Esse tipo de radar funciona disparando uma micro-onda em direção ao chão. Quando um veículo passa pela área de cobertura, o sinal sofre uma breve interrupção, e ao sair da área, o sinal volta.
Dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), órgão ligado à Universidade Federal de Lavras (MG), mostram que morrem, por ano, 475 milhões de animais selvagens, de todos os portes, vítimas de atropelamento.
Os radares são uma das formas de conter esses acidentes, que colocam em risco tanto quem dirige, quanto a fauna ao redor. Após o atropelamento das onças, a Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena) enviou um ofício ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para pedir a instalação de radares de controle de velocidade.
Em resposta ao g1, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP) afirmou que fará um mapeamento dos atropelamentos nas rodovias estaduais, entre elas a que corta o parque, para identificar os pontos críticos.
Já a Fundação Florestal, órgão estadual responsável pela gestão do parque, afirmou que irá adiantar para maio as ações de conscientização junto aos motoristas nas entradas do parque.
Até os acidentes, a Fundação Florestal monitorava 11 onças-pintadas no Parque Estadual Morro do Diabo, com registros feitos por armadilhas fotográficas.
Notícia Duda Menegassi
Fotos: Polícia Ambiental, Acervo PARNA Iguaçu, Helder Henrique de Faria/Wikiparques, Nilton Fukuda/EstadãoConteúdo/CC, Mário Alves, Rede Pró-UC, Associação dos Amigos das Florestas, ICMBio/Divulgação
Edição Daniele Bragança