Restingas fixam praias, dunas e mangues e, mesmo protegidas em lei, desaparecem pela urbanização, especulação imobiliária, turismo praiano e contaminação biológica.
Plantas exóticas invadem as restingas e reduzem sua capacidade de resistir a temporais, a ressacas e à elevação do nível do mar, efeitos turbinados pela crise global do clima.
Isso é um grande problema, pois as restingas, sobretudo as dunas frontais, a primeira elevação a partir da praia, protegem a costa, casas e pessoas desses eventos extremos.
No litoral brasileiro todo há restingas invadidas por plantas exóticas, sobretudo em áreas mais antropizadas. No Sul, invasões são potencializadas por mais calor e mais chuvas.
Plantas exóticas invasoras ameaçam a flora e a fauna nativas, incluindo espécies raras como o lagartinho-da-praia (Liolaemus occipitalis) e a perereca-de- bromélia (Xenohyla truncata).
Frutos e sementes de plantas exóticas invasoras são espalhados pelo vento, água, pássaros e morcegos, mas a mão humana é o grande estopim das invasões biológicas globais.
Conter as invasões depende de monitoramento e controle permanentes, bem como da restauração de restingas como ambientes protetores e abrigos de biodiversidade.
Reportagem Aldem Bourscheit
Edição Daniele Bragança
Fotos: Rafael Barbizan Sühs, Duda Menegassi, Instituto Hórus, André Ganzarolli Martins/CC