O Japu, pássaro preto de bico e cauda amarelos que habita boa parte das matas da América do Sul, tem usado novos materiais para construir seus ninhos: detritos plásticos.
Uma pesquisa ainda não publicada conduzida pela UFPA mostra que, regionalmente, 66,6% dos ninhos do japu contêm fibras emaranhadas e cordas plásticas.
De acordo com José Eduardo Martinelli Filho, professor da UFPA, estima-se que sejam lançadas por ano 182 mil toneladas de plástico nas águas da Amazônia brasileira, o que a torna a segunda bacia hidrográfica mais poluída do mundo.
Além do plástico descartado nas crescentes cidades amazônicas, o bioma também recebe o resíduo gerado por países com rios a montante, como a Colômbia e o Peru.
Outro estudo da universidade paraense identificou a retenção de microplásticos por plantas aquáticas no rio Amazonas, que acaba passando ao longo da cadeia alimentar, contaminando diferentes animais.
De acordo com dados apresentados por Martinelli Filho, 70% das cidades da Amazônia brasileira não possuem tratamento de água e apenas 2,6% dos municípios apresentam condições adequadas de saneamento básico.
Edição webstory Gabriela Güllich
Imagens: Ricardo Oliveira/Folhapress, Dominic Sherony/AnimaliaBio, Paulo Fernando Bertagnolli/WikiAves, Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano, Paulo Henrique Crepaldi/WikimediaCC, Australian Institute of Marine Science, Caroline Ferraz/Sul21
Notícia Cristiane Prizibisczki