Uma das unidades de conservação decretadas pelo governo no Dia do Meio Ambiente (05/06), foi o Refúgio de Vida Silvestre do Sauim-de- Coleira, na zona rural de Itacoatiara (AM).
A medida foi comemorada por ser considerada estratégica para conservar um dos macacos mais ameaçados do país. Afinal, o Saguinus bicolor só vive numa pequena fração da Amazônia.
Contudo, o decreto pré-autoriza que o Refúgio e sua Zona de Amortecimento sejam cortados por gasoduto, linhão, mineração e exercícios programados pelas Forças Armadas.
O texto cita que as atividades serão “licenciadas pelo órgão ambiental competente” e que o ICMBio será comunicado das atividades militares “sempre que possível”.
Fontes que pediram para não ser identificadas por ((o)eco garantem que as obras foram exigidas pelos ministérios de Minas e Energia e da Defesa para dar sinal verde ao Refúgio.
Especialistas foram surpreendidos pela proposta e projetam sérios impactos na gestão do Refúgio, no Sistema Nacional de Unidades de Conservação e no licenciamento ambiental.
Afinal, as obras seriam incompatíveis com a legislação do Refúgio e demonstrariam um toma-lá-dá-cá entre ministérios para sua criação. O ICMBio afirma que tudo está dentro da lei.
Fontes pedem ao menos compensações sérias se obras saírem do papel, como recursos para o Refúgio, mais fiscalização, novas unidades de conservação e passagens de fauna.
Edição webstory Gabriela Güllich
Imagens: Marcelo Camargo/Agência Brasil, Toninho Tavares/Agência Brasília, PAC/Reprodução, Saulo Cruz/MME, Diogo Lagroteria
Reportagem Duda Menegassi e Aldem Bourscheit