Uma viagem aos geoglifos milenares da Amazônia

Jornalismo ambiental e independente

Geoglifos são grandes figura feita no chão. No Acre essas estruturas de terra escavada foram registradas pela primeira vez na década de 1970, quando o pesquisador Ondemar Dias encontrou oito dessas estruturas.

O entendimento atual dos especialistas é de que esses geoglifos eram locais de rituais e cerimônias. Os pesquisadores perceberam que existe uma uniformidade no que diz respeito à amplitude e profundidade das valetas.

“Enquanto Pitágoras estava fazendo seu teorema, essas pessoas estavam fazendo geometria no Acre. Isso para mim é fantástico!"

Alceu Ranzi, paleontólogo

Os geoglifos em geral delimitam um espaço interno que varia entre 1 e 3 hectares. O tamanho varia entre 20 e 385 metros de diâmetro/lado, com média de 137,5 m. 

O mistério sobre os geoglifos e as civilizações que os construíram aumenta pelo fim repentino deles. Cerca de 300 anos antes da chegada de Cabral, os índios deixaram de fazer esses monumentos.

Apesar de toda a monumentalidade e de remontar a um Brasil que ainda pouco conhecemos, apenas um dos cerca de 800 geoglifos amazônicos foi tombado pelo Iphan como patrimônio histórico e cultural do país. 

A maioria dos geoglifos estão localizados dentro de propriedades particulares rurais, onde o desmatamento para ocupação, revelou o patrimônio arqueológico acobertado pela floresta.

A educação dos proprietários é fundamental para garantir a proteção dos geoglifos e evitar que incidentes que causou a destruição do geoglifo na Fazenda Crixá, em Agosto de 2020, se repitam.

“Esses povos tinham línguas próprias, tinham visões diferentes, traços diferentes, e viveram aqui por milhares de anos. Nós temos que colocar isso na História do Brasil. O Brasil não começou em 1500”

Alceu Ranzi, paleontólogo

Roteiro e Edição Marcio Isensee e Sá Fotografias Mauricio de Paiva 31 de Janeiro de 2022

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