Uma nova contagem aponta que as populações de micos-leões-dourados da Mata Atlântica cresceram 30% na última década.
Em 2013, havia 3.700 desses primatas. Este ano, são cerca de 4.800. Na década de 1970, menos de 200 viviam na natureza.
O salto no número de micos se deve a ações de conservação e à colonização de quatro novas áreas na região Sudeste.
A espécie vive concentrada em matas de baixada nas bacias dos rios São João e Macaé, no estado do Rio de Janeiro. A contagem exigiu 9 meses de campo e não pesou populações isoladas em matas de municípios como Búzios e Araruama.
Os grupos atuais venceram impactos da febre amarela, mas sofrem com desmate, fragmentação e seu comércio ilegal.
Entre 2014 e 2018, a doença encolheu populações do primata em até 90%, como na Reserva Biológica de Poço das Antas. O Rio de Janeiro é um dos oito estados da Mata Atlântica que mais perderam vegetação nativa, entre 2021 e 2022.
A prejudicial fragmentação de áreas preservadas poderia ser reduzida com mais respeito à legislação florestal.
O tráfico é outra ameaça. Cresceu a apreensão de armadilhas e de micos traficados, no Brasil e no Exterior.
Reportagem Aldem Bourscheit
Fotos: Andréia Martins / AMLD, Márcio Isensee e Sá, Luiz Thiago de Jesus/Luis Paulo Ferraz – AMLD, Eduardo Rosa/SOS Mata Atlântica, Plantão dos Lagos / Reprodução
Edição Daniele Bragança