A história de uma floresta vazia que volta à vida

Jornalismo ambiental e independente

Uma floresta cheia de árvores grandes, mas vazia de animais é uma floresta em leito de morte. Isso porque as interações dos bichos com as plantas são parte fundamental do que mantém a saúde desse ecossistema

Na Mata Atlântica, tão destruída, degradada e fragmentada, esse fenômeno das florestas vazias, sem animais grandes, como antas, muriquis e onças, é comum e tem consequências graves

Essa ausência afeta principalmente as árvores grandes, que precisam destes grandes animais para dispersar seus frutos e garantir o nascimento de novas árvores da espécie

Um dos casos mais emblemáticos é o Parque Nacional da Tijuca, uma mancha verde espremida pela cidade do Rio de Janeiro, que foi desmatada e depois replantada no século XIX

Um levantamento mostra que das 33 espécies de mamíferos de grande e médio porte que ocorriam na área do parque, atualmente restam apenas 11

É por lá que, em 2009, começou uma iniciativa para reverter esse cenário através da reintrodução de animais nativos que haviam sido extintos anteriormente pelo impacto humano

Depois dela, o projeto Refauna, como foi batizado, trouxe de volta os bugios e os jabutis-tinga, que também são bons dispersores de sementes e, com isso, ajudam a perpetuar o ciclo de uma floresta saudável

A equipe do Refauna faz o monitoramento contínuo das espécies reintroduzidas e avalia novas espécies que poderão ser as próximas a voltar ao parque

Roteiro Milena Giacomini Edição Marcio Isensee e Sá Apoio Instituto Serrapilheira 26 de Janeiro de 2021

Jornalismo ambiental e independente