Quando se pensa em um louva-a-deus, é normal pensar em um inseto estranho, que habita lugares distantes e é um predador voraz.
Diferente desse imaginário, a maior diversidade de espécies de louva-a-deus está justamente no Brasil.
Em todo o mundo, a ciência já conhece cerca de 2.500 espécies de louva-a-deus e 250 delas, o equivalente a 10%, estão no Brasil.
O louva-a-deus é conhecido pela sua habilidade de passar despercebido pelos ambientes através de uma excelente camuflagem. Alguns bichos mudam de cor conforme eles crescem e/ou de acordo com o ambiente.
O projeto Mantis, se dedica há 8 anos em pesquisar, fotografar e divulgar estes insetos.
Os louva-a-deus têm sido uma ponte entre o conhecimento do universo dos insetos e a aproximação da natureza, para podermos falar da importância de conservação deste grupo de animais, que estão num declínio global Léo Lanna, coordenador do Projeto Mantis
Muitos mitos circundam o louva-a-deus. Um desses boatos é o de que a fêmea se alimenta da cabeça do macho durante o acasalamento.
As informações levantadas pelos pesquisadores, indicam que esse fenômeno é uma grande exceção à regra e os poucos casos registrados estão associados a ambientes frios.
Outro mito sobre eles está nas redes. São os vídeos com milhões de visualizações sobre o “assassino” louva-a deus, que come passarinhos, lagartos e até mesmo cobras.
O louva-a-deus até pode agarrar um bicho maior que ele, porque ele é um predador que reage por movimento, mas esse não é o alimento normal desses insetos.
Na natureza não há nenhum registro de um deles se alimentando de lagartos ou cobras. Já a predação de passarinhos foi documentada no mundo inteiro.
Quando se fala sobre conservação dessas espécies da carismática ordem Mantodea, existe uma barreira: o déficit de informação sobre o grupo.
No momento atual, as pesquisas ainda estão focadas em descrever os animais encontrados. Quando esses dados forem suficientes, talvez já seja tarde para algumas espécies.
Reportagem Jéssica Martins
Fotos: Projeto Mantis / Divulgação
Edição: Marcio Isensee e Sá