Um manual contra o tráfico internacional de felinos

Artimanhas para driblar a fiscalização em rodovias, portos, aeroportos e correios mantêm os lucros de indivíduos e quadrilhas ligadas ao tráfico interno e global de animais selvagens

Para começar a acabar com essa farra, entidades brasileiras lançaram um guia para identificar partes de felinos americanos e meios que os bandidos usam tentando se safar da vigilância

As 10 espécies de felinos listadas têm proteção legal e não podem ser transportadas sem licenças federais. A relação tem de grandes onças ao gato-palheiro, do porte de um gato doméstico

Versões impressas e eletrônicas da publicação chegam a órgãos ambientais e policiais para ampliar a vigilância, distinguir entre peles naturais e artificiais, verificar se notas fiscais são mesmo “quentes”

Técnicas usadas por traficantes foram denunciadas à Organização Mundial de Aduanas. Os 184 países conectados à entidade respondem por 98% do comércio global

Mais apreensões ajudarão a mapear rotas, identificar criminosos, endurecer a fiscalização contra o tráfico, aumentar a penalização de responsáveis e a conservação da biodiversidade

Maior proteção e redução nos números do tigre asiático aumentaram a demanda por itens traficados da onça-pintada, o “tigre americano”, uma espécie já alvo de caça e perde de habitats

Garras, dentes e outros itens do maior felino das Américas viram amuletos ou servem a um curandeirismo taxado de “medicina tradicional” em países asiáticos

Ao mesmo tempo, ações da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica apertam o cerco contra o tráfico com maior controle sobre o comércio de animais e plantas ameaçados de extinção

O projeto permitirá o cruzamento de registros de importações e exportações e uma fiscalização mais acirrada, especialmente em áreas de fronteiras

Reportagem Aldem Bourscheit

Fotos: John Novis / Greenpeace Liga da Terra Internacional Márcia Foletto / O Globo PRF Tristan Farsac Vanessa de Oliveira Ribeiro

Edição: Marcio Isensee e Sá