Análises

Você viu a Pequi?

O retorno de uma loba-guará à natureza é acompanhado por pesquisadores, proprietários rurais, chacreiros e residentes da APA da Cafuringa, no Distrito Federal

Otávio Maia · Ana Raquel Gomes Faria ·
29 de maio de 2023 · 1 anos atrás

A epopeia da lobinha Pequi começou em julho de 2020, quando cinco filhotes de lobo-guará nascidos dentro dos limites da Fazenda Trijunção, divisa dos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia, foram resgatados. A mãe os deixou escondidos e saiu para se alimentar; foi encontrada morta cerca de 10 km da toca. Não foi possível determinar a causa da morte dela, que há nove meses carregava um radiocolar, o qual permitia o seu monitoramento tanto por meio do GPS (Global Positioning System) quanto por radiotelemetria, método de rastreamento baseado em um sinal, analógico ou digital, de alta frequência ou VHS (Very High Frequency), o mesmo usado nas transmissões de rádio e televisão. 

Os órfãos, com cerca de 30 dias de vida, foram resgatados por pesquisadores do Onçafari e acolhidos pela Fundação Jardim Zoológico de Brasília, onde permaneceram por seis meses. No jargão dos zoos, foram “criados à mão”. O cardápio adequado ao período de desmame foi definido por especialistas em nutrição: substituto de leite materno para filhotes, ração canina, carnes e frutas. O zoo promoveu um plebiscito para escolher os nomes dos filhotes: Araticum, Baru, Mangaba, Pequi e Seriguela. Justa homenagem à variedade de frutos do Cerrado, muitos deles consumidos pelo lobo-guará.

Pequi, resgata no sudoeste da Bahia com cerca de 30 dias de vida. Foto: Ivan Mattos.

Durante a criação dos filhotes, instituições governamentais, organizações não governamentais, patrocinadores e colaboradores uniram-se para destiná-los à reabilitação que, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é definida como “ação de recuperar as condições sanitárias, físicas e comportamentais de um animal silvestre, de modo que o permita se desenvolver em seu ambiente natural de forma independente e de acordo com as características biológicas de sua espécie”. 

Firmados os acordos e cumpridas as exigências da legislação ambiental, Araticum e Mangaba retornaram ao local de nascimento, aos cuidados do Criadouro Conservacionista da Fazenda Trijunção e dos técnicos do Onçafari, no município de Jaborandi, na Bahia. Baru, Seriguela e Pequi foram para o Parque Vida Cerrado, centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do oeste baiano, sediado em Barreiras. Aos três se juntou Caliandra, com cerca de três meses de idade, resgatada em uma das propriedades monitoradas pela equipe do Parque Vida Cerrado. Nesse ínterim, surgiu a campanha #AjudeaPequi, uma vaquinha virtual que trouxe a Pequi de volta ao Distrito Federal para dar continuidade à reabilitação, sob os cuidados da Jaguaracambé, organização não governamental sediada em Brasília, que tem por finalidade apoiar e desenvolver ações para a conservação da biodiversidade.

O primeiro passo para a retomada da reabilitação da Pequi foi a construção de um cercado, também chamado de recinto, na Reserva Ecológica Paraíso da Terra em Brazlândia, DF, de propriedade do Instituto Teosófico de Brasília, inserida na Área de Proteção Ambiental de Cafuringa. Duas câmeras transmitem e gravam imagens do recinto e do seu entorno 24 h por dia. Em fevereiro de 2022, Pequi foi transportada do Parque Vida Cerrado para o recinto onde passou a receber, diariamente, alimentação composta por frutas comerciais (abacate, abacaxi, atemoia, banana, goiaba, maçã, mamão, manga, melancia, melão, morango), ração canina e proteína animal.

O manejo alimentar e nutricional da Pequi foi dividido em três fases ao longo dos meses em que ela permaneceu no recinto de reabilitação. Na primeira, a ração canina representou 35% da composição da dieta, frutos 55% e proteína de origem animal 10%. Na segunda etapa, ração 20%, frutos 60% e proteína animal 20%. Na terceira etapa, frutos 70% e proteína animal 30%. A partir da segunda etapa, além da oferta de frutos nativos do Cerrado (araçá – Psidium cattleianum; araticum – Annona crassiflora; bacupari – Garcinia gardneriana; cajuzinho-do-cerrado – Anacardium humile; corriola – Pouteria ramiflora; guabiroba – Campomanesia xanthocarpa; jamelão – Syzygium cumini; mangaba – Hancornia speciosa; lobeira – Solanum lycocarpum; e seriguela – Spondias purpúrea), Pequi passou a receber frutos comerciais com casca, inteiros ou em pedaços grandes — espalhados pelo recinto —, bem como presas vivas (camundongos, codornas e preás, de acordo com as orientações da Comissão de Ética no Uso Animal da Universidade de Brasília).

O espalhamento das frutas e o escondimento das presas vivas fez aumentar a atividade de forragear e as habilidades de caça – por certo o ponto mais sensível da reabilitação de predadores. O comportamento de caça envolve procura, análise, perseguição e manipulação da presa. Esse ciclo de predação pode ser observado nas imagens abaixo, no qual a Pequi apresenta a perseguição lúdica comum aos lobos-guarás e a outras espécies. Ao longo da reabilitação, a Pequi aprimorou, progressivamente, sua capacidade de abater as presas em tempo reduzido. Para a equipe envolvida na reabilitação, a tarefa de fornecer presas, para incentivar a predação, é bastante incômoda. É da natureza do predador perseguir e da natureza da presa fugir. Há quem torça pelo leão, há quem torça pela gazela, mas sabemos que o predador depende da presa para sobreviver. A nós, resta o respeito e a compaixão pela presa.

Os lobos-guarás ocupam extensos territórios cujos tamanhos podem variar de 25 a 150 km2, dependendo da região e da quantidade de recursos oferecidos por ela. Esse território pode abranger áreas antrópicas – modificadas pelo ser humano –, nas quais, frequentemente, filhotes órfãos ou desgarrados dos pais são resgatados e encaminhados a centros de triagem, onde permanecem até a destinação final para zoológicos ou criadores conservacionistas. Indivíduos adultos, quando precisam ser capturados e removidos de áreas antrópicas, são imediatamente destinados à soltura (procedimento de restituir o espécime à natureza, preferencialmente em seu ambiente natural de origem ou semelhante, dentro dos limites de sua distribuição geográfica). Caso estejam debilitados, enfermos ou feridos, recebem tratamento veterinário antes da soltura. No caso de filhotes, a soltura imediata não é possível; falta-lhes o aprendizado adquirido dos pais para sobreviver aos muitos desafios colocados pela vida livre e as habilidades para caçar. Por conta dessas limitações, tanto de sobrevivência quanto de destinação, o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Canídeos Silvestres, coordenado pelo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), em execução desde 2018, incluiu no seu rol de ações a elaboração de protocolos de resgate e reabilitação. 

Pequi em perseguição lúdica. Imagem: Divulgação.

A primeira tentativa de reabilitação de um lobo-guará ocorreu na Serra da Canastra, em dezembro de 2017. Desde então, outras estão em curso, como a da Pequi. O objetivo dessas experiências em diferentes regiões do Cerrado é criar um protocolo de treinamento e soltura para órfãos resgatados. Esse protocolo vai padronizar, por exemplo, os cuidados na criação dos filhotes e instalações necessárias, configurações do recinto de reabilitação, tempo mínimo de permanência do animal nele, cardápios, frequência e formas de ofertar alimentos, equipamentos de monitoramento do recinto, técnica de contenção mecânica, drogas mais indicadas para a contenção química, periodicidade do exame clínico, características da caixa de transporte do animal, época da soltura. Contudo, há aspectos da reabilitação que, provavelmente, vão requerer adaptações e práticas singulares que deem conta das diferentes fitofisionomias – características da vegetação que interferem na diversidade e abundância de frutos e presas – das áreas onde os lobos-guarás serão soltos, da localização da área de soltura em relação a densidade demográfica (plantações, assentamentos, aglomerações urbanizadas, cidades, rodovias, estradas vicinais) e, sobretudo, do temperamento e idiossincrasias de cada indivíduo da espécie. De uma maneira simplificada, significa dizer que o processo de reabilitação não tem controle sobre a capacidade de aprendizado dos animais ou sobre a manifestação e amadurecimento de seus instintos, entendidos aqui como impulsos interiores que fazem um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole. A reabilitação é uma ferramenta de conservação que oferece ao espécime resgatado a chance de retornar na natureza. Contudo, a sobrevivência depende da transposição de um conjunto de desafios ao longo do processo, tanto para a equipe envolvida quanto para o animal.

Após 10 minutos da abertura do portão, Pequi deixou o recinto de reabilitação e caminhou tranquilamente na direção dos fotógrafos. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

E o que se espera do animal reabilitado? Que ele seja capaz de sobreviver no seu habitat, manifestando comportamentos e habilidades típicos da espécie para definir o seu território, encontrar água, alimento, abrigo, caçar, defender-se ou fugir de predadores e potenciais ameaças, comunicar-se, reproduzir, defender os filhotes e ensiná-los a sobreviver. O animal reabilitado precisa fortalecer os seus instintos para lidar com a competição pelos recursos que garantirão a sua sobrevivência, e essa competição, no caso dos lobos-guarás, vai desde o consumo de frutos e pequenas presas (aves, répteis, marsupiais, roedores), que também são alimentos de outras espécies – inclusive de outros canídeos como o cachorro-do-mato e a raposinha-do-campo –, até confrontos com outros lobos. Brigas podem ocorrer quando um espécime percorre o território de outro, por exemplo, na busca por “casamento” ou quando o jovem “sai de casa”, deixando para trás pais e irmãos em busca de seu próprio território, evento chamado de dispersão. Geralmente, o “bate-boca” com meneios, rosnados e pelos eriçados é suficiente para resolver as pendengas, sobretudo em relação ao pedaço de chão de cada um. Mas a “coisa toda” pode ficar séria e dois lobos “saírem no tapa”, o que pode ser fatal. A tolerância do lobo-guará à presença de outros no seu território varia de acordo com o sexo, idade, relações de parentesco e mesmo com a fartura ou escassez de alimentos disponíveis.

De volta a epopeia da Pequi, em setembro de 2022 ela enfrentou um dos principais riscos presentes no Cerrado: o fogo. Um incêndio acometeu parte da Reserva Ecológica Paraíso na Terra. A velocidade com que o fogo avança sobre a vegetação no período de estiagem, dependendo da direção do vento, é surpreendente. Um recurso utilizado para prevenir a passagem ou a propagação do fogo é a preparação e a manutenção de aceiros, faixas de terreno das quais a vegetação nativa é completamente removida. E foi o aceiro ao redor do recinto da Pequi, preparado com a colaboração do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e brigadistas-voluntários de Brazlândia, que evitou que o fogo atingisse o seu interior. A aproximação do fogo e da fumaça fez com que a Pequi fosse retirada do recinto e transportada, em uma grande caixa de madeira, para uma área segura. Lá ela foi alimentada e permaneceu resguardada até que fosse possível levá-la de volta ao recinto horas mais tarde. A reabilitação exige a adoção de medidas que mantenham o recinto protegido do fogo e a definição de um protocolo de resgate a ser executado quando alguma ameaça põe a vida do animal em risco.

Em meados de março de 2023, a Pequi deu mais um passo importante em direção à soltura. Ela recebeu um radiocolar doado pelo Smithsonian’s National Zoo & Conservation Biology Institute. Se fosse possível entrar na mente de um animal que carrega um radiocolar, provavelmente encontraríamos muitos reclames sobre o incômodo causado por ele. Todavia, assim como o gesso é necessário, durante um tempo, para consolidar a fratura, o radiocolar é essencial à reabilitação, pois permite o monitoramento após a soltura, por um ou dois anos. No caso da Pequi, o radiocolar, por meio do GPS, grava a localização (coordenada geográfica) dela a cada hora e transmite esses eventos a cada seis horas, que são apresentados sobre um mapa.

O acesso à localização se dá por meio de um aplicativo para celular ou do site do fabricante do equipamento. A transmissão e recepção dos dados via satélite é um serviço pago. O radiocolar também transmite um sinal na faixa VHF, que permite que o animal seja localizado por meio de uma antena (unidirecional ou onidirecional) conectada a um receptor. Cada radiocolar é programado para emitir o sinal (bipe) em uma frequência única, individualizada, como as estações de rádio de notícias e músicas. Quanto mais perto do animal, mais intenso é o bipe. Esse método de monitoramento, chamado de radiotelemetria, tem, em termos de distância, pouco alcance, mas é extremamente útil. Por fim, o radiocolar é capaz de informar se o animal está morto e possui um mecanismo chamado drop-off, que faz o colar se desprender do animal após um período programado. 

A instalação do radiocolar foi feita com a Pequi sedada. No colar, foram coladas tiras de fita reflexiva que o tornam mais visível, ajudando na prevenção de atropelamento. Fotos: Otávio Maia.

Durante a contenção para colocar o radiocolar, a Pequi foi pesada (24,8 kg) e passou por um exame clínico, que incluiu a coleta de amostra de sangue e algumas medições. A morfometria é o estudo das medidas e formas dos organismos vivos, que geralmente é realizado com o uso de técnicas estatísticas e matemáticas. A morfometria é importante pois fornece informações quantitativas e objetivas sobre as características físicas dos animais, permitindo a comparação e análise de diferentes populações, espécies e grupos taxonômicos. Os métodos morfométricos são úteis para a conservação de espécies, pois podem ser usados para monitorar a variação morfológica em populações ameaçadas ou para avaliar o sucesso de programas de reabilitação e reintrodução.

Além de protagonista do experimento de reabilitação, a Pequi participa de duas outras pesquisas: monitoramento de longo prazo do ritmo cardíaco e caracterização da microbiota intestinal de lobos-guarás. Na primeira, um biologger (dispositivo de armazenamento de dados) implantado debaixo da pele (tecido subcutâneo), na região torácica, próximo ao coração, registra, a cada dois minutos, a frequência cardíaca da Pequi. O tempo de duração da bateria do biologger pode chegar a quatro anos. Os dados coletados por esse monitoramento poderão gerar evidências fisiológicas para entender a saúde e o comportamento do animal em reabilitação. A medição dos batimentos cardíacos também permite a avaliação da resposta dos animais a estímulos externos, como aquecimento global, perda de habitat e interações com o ambiente e outras espécies. Essas informações podem subsidiar decisões sobre bem-estar, conservação e proteção das espécies. A segunda pesquisa, sobre aspectos microbiológicos e nutricionais das dietas de lobos-guarás cativos e de vida de livre, caracteriza a diversidade da microbiota intestinal a partir de amostras de fezes, por meio da técnica DNA Metabarcoding. A correlação entre os itens alimentares consumidos pelo lobo-guará e o conjunto de micro-organismos presentes nas fezes pode ajudar a compreender o impacto das alterações do habitat na dieta e na saúde dos animais. A pesquisa pretende, ainda, identificar, nas fezes, microrganismos que sejam indicadores de saúde.

Exame clínico e morfometria. Fotos: Otávio Maia
Substituição do biologger (monitor cardíaco) pela doutora Rosane Nogueira de Moraes, coordenadora do projeto Ritmos da Vida e pesquisadora visitante do Smithsonian Conservation Biology Institute. Fotos: Otávio Maia.

Desde que foi solta, às 17h do dia 17 abril – após 10 meses de permanência no recinto de reabilitação na Reserva Ecológica Paraíso na Terra –, os movimentos da Pequi estão sendo monitorados. Na madrugada do dia 18, armadilha fotográfica instalada em frente ao portão do recinto de reabilitação registrou não só a visita de Pequi, como também de uma loba-guará residente na região, conhecida como Cajuzinha. Aparentemente, elas já se encontraram algumas vezes, mas não houve confronto. A dinâmica entre Pequi, Cajuzinha e um terceiro lobo-guará que, vez ou outra, teve presença registrada no entorno do recinto, deve ser acompanhada com atenção. À tarde, no mesmo dia 18, Pequi voltou ao recinto em busca de alimento. Saciada a fome, se embrenhou no mato. A presença dela não foi mais registrada no recinto desde então, que, todavia, permanece aberto caso ela queira se refugiar nele; essa condição caracteriza a chamada soltura branda.

Como mostram os registros dos pontos de localização da Pequi, ela tem ampliado, gradativamente, a exploração de novas áreas. Em 30 dias, ela caminhou cerca de 650 km por uma área de aproximadamente 100 km2. Considerando o recinto como ponto de partida, entre idas e vindas, a maior distância atingida por ela foi de 15 km na direção norte. O Parque Nacional de Brasília fica a 10 km ao leste. À equipe que monitora os deslocamentos cabe vigilância constante até que a Pequi adquira experiência na natureza, conhecimento da região e atinja maturidade que lhe permita evitar zonas de risco, como as rodovias com tráfego intenso. Às vezes, o radiocolar passa algumas horas sem gravar a localização ou a transmissão dos dados não acontece com a periodicidade programada. Esse ínterim já chegou a 30 h. Quando isso acontece, causa muita aflição na equipe que acompanha a reabilitação, que fica às cegas desde a última localização enviada. Contudo, apesar das limitações do sistema, o monitoramento pelo GPS é de grande valia, pois permite acompanhar as andanças da Pequi por áreas que ela está visitando pela primeira vez, identificar áreas abundantes em recursos ou que oferecem risco, conhecer os horários de maior atividade (que podem ser comparados àqueles observados no recinto de reabilitação) e delimitar o território que ela vier a ocupar.

Outro ponto positivo do monitoramento pelo GPS é a possibilidade de avisar aos moradores das propriedades e assentamentos percorridos pela Pequi da presença dela. Afinal, lobos-guarás, embora tímidos, são também curiosos. Semanas atrás ela foi flagrada farejando mochilas de turistas que visitavam uma cachoeira. Receosos que ela pudesse carregar alguma, começaram a gritar e gesticular. Pequi prontamente se afastou. Em relação aos humanos, ela tem se comportado como desejável, mantendo-se distante das pessoas e das residências. Vídeo sobre a soltura da Pequi foi compartilhado nos grupos de WhatsApp da região da soltura e um grupo foi criado – #VocêViuaPequi? – com o propósito de estabelecer uma rede de vigilância e proteção, com a participação ativa da comunidade residente na Área de Proteção Ambiental Cafuringa. Áudios enviados por proprietários de fazendas, funcionários, chacreiros e residentes revelam a admiração das pessoas pelo lobo-guará e a alegria de ter a Pequi por perto.

O envolvimento e sensibilização da comunidade de moradores é um dos aspectos fundamentais do processo de reabilitação da Pequi. Ainda teremos muitas andanças pela frente.

O projeto “Reabilitação de filhote de lobo-guará Chrysocyon brachyurus em área privada inserida na Área de Proteção Ambiental Cafuringa, Brazlândia, DF” foi autorizado pelo ICMBio/Sisbio, por meio da autorização para atividades com finalidade científica número 79552-1. A reabilitação de lobos-guarás, prevista no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Canídeos Silvestres (PAN Canídeos), contempla quatro espécies ameaçadas de extinção e tem como objetivo reduzir os impactos provocados nas populações de canídeos silvestres pela alteração de habitat, contato com animais domésticos, atropelamentos e conflitos com o ser humano.

As opiniões e informações publicadas nas seções de colunas e análises são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião do site ((o))eco. Buscamos nestes espaços garantir um debate diverso e frutífero sobre conservação ambiental.

  • Otávio Maia

    Médico veterinário, doutorando em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília

  • Ana Raquel Gomes Faria

    Zootecnista, doutoranda em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, coadministradora da plataforma de cursos Fauna em Foco, integrante da Jaguaracambé e coordenadora da reabilitação da Pequi.

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Comentários 1

  1. Gilson Farias Rodrigues diz:

    Meu Deus como sou apaixonado pelos animais!!! Sofro com seus dramas. O HOMEM é uma verdadeira praga, infelizmente!