Índio quer ouro
A mesma equipe do Ibama foi informada sobre a extração de minérios com bombas na Terra Indígena Igarapé Preto, vizinha à futura unidade de conservação. →
Felipe Lobo é jornalista e publicitário, e atua com comunicação, sustentabilidade e mudanças climáticas desde 2005. Foi repórter e um dos editorias de conteúdo do site O Eco, gerenciou as comunicações do ITPA (Instituto Terra de Preservação Ambiental) e do Greenvana e trabalhou na Hora do Planeta no WWF-Brasil. Desde 2013 é um dos sócios da Na Boca do Lobo, empresa de comunicação com foco em sustentabilidade. É um dos criadores da exposição O Dia Seguinte, experiência imersiva, interativa e sensorial sobre mudanças climáticas e suas relações com as cidades.
A mesma equipe do Ibama foi informada sobre a extração de minérios com bombas na Terra Indígena Igarapé Preto, vizinha à futura unidade de conservação. →
Cheasepeake Bay, no estado de Maryland, é uma das mais bonitas e mais importantes baías da costa Leste dos Estados Unidos. Com 166 mil quilômetros quadrados de área, é o maior estuário do país e até 3 décadas atrás estava prestes a acabar por causa da pressão da poluição e da pesca industrial. Rios de dinheiro foram jogados na limpeza de Cheasepeake e a pesca foi submetida à plano de manejo. Deu certo – a água e os mangues ficaram mais limpos e os estoques pesqueiros voltaram a crescer – exceto pelas famosas ostras do local. Elas nunca se recuperaram. Agora, segundo o The New York Times, a situação delas anda tão ruim que as autoridades estão pensando em repovoar a baía com espécie de ostra importada da Ásia. Não só para dar um meio de vida a quem ganha com a sua pesca, mas para recolocar nas águas da baía o principal bicho responsável pela sua filtragem. Na teoria, parece bom. Na prática, a ver. Historicamente, a introdução de espécies exóticas provou ser imprevisível e irreversível. Em geral, causam mais danos do que benefícios. →
No ecosystemmarketplace, uma reportagem diz governos de vários países estão olhando para um programa do governo chinês com interesse redobrado. Nele, o fazendeiro que plantar árvores em áreas sob risco de erosão, deslizamento e enchentes, ganha das autoridades dinheiro e subsídios na compra de sementes de grãos. O governo também está limitando crescimento da agricultura, determinando áreas de plantio e proibindo sua expansão sobre áreas de floresta. Atualmente, em locais com mais de 25 graus de inclinação, só se pode plantar árvores. A reação chinesa aos danos ambientais da agricultura começou em 1999 e já produziu o replantio de árvores em 16 milhões de hectares. A recuperação dessas florestas custou para o governo, até agora, 2 bilhões de dólares. →
A subida de temperatura nas latitudes mais ao Norte no Canadá está matando vastas extensões de floresta nativa no país. O clima fez explodir a população de besouros na região e a infestação estea matando milhares de árvores. Nessa batida, disse biólogo ao The Washington Post, breve os besouros estarão infestando praticamente todas as florestas nativas do Oeste da América do Norte. A ver. →
Esse é o primeiro inverno em muito tempo em Yellowstone, Parque Nacional americano, que a paisagem está livre dos snowmobiles, motonetas que andam na neve, fazer um barulho terrível e, segundo ambientalistas, provoca impactos desmesurados na natureza. É que entrou em vigor regulação limitando seu uso em parques nacionais e estimulando outras formas de visitação no inverno que tenham baixo impacto ambiental. Diz o The New York Times que a indústria do turismo não está nada contente com a situação, porque há anos a barulheira dos snowmobiles e o cheiro de combustível que exalam vinham sendo a principal maneira de movimentar seu caixa. Os turistas também não estão satisfeitos com as alternativas de passeios de inverno que estão sendo oferecidas, como o passeio num ônibus montado sobre lagartas. Dizem que não é emocionante. Pode até não ser. Mas pelo menos, garante a conservação do Parque. →
Modificação importante no tom do novo relatório sobre clima que é preparado anualmente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Até então, o IPCC escrevia nos seus textos que a emissão de poiluentes na atmosfera poderia estar causando o aquecimento da Terra. No próximo relatório, os sábios dirão, garante a BBC, que não há outra explicação possível para o fenômeno a não as emissões de poluentes fabricadas pelo homem. O relatório chega às mãos de chefes de estado de todo o mundo até o fim desse mês. →
O The Los Angeles Times tem reportagem mostrando um paradoxo ambiental típico dos tempos modernos. A expansão dos subúrbios californianos sobre as áreas de floresta do estado está também provocando aumento da população de ursos nessas regiões, ao contrário do que se poderia imaginar. O alimento fácil, conseguido nas latas de lixo, é a principal explicação para a presença desses bicões tão próximo do homem. No curto prazo, a notícia é boa. Mas no longo, significa que os ursos estão se afastando de seu modo de vida tradicional, comendo muita coisa que não devem e se chocando com seres humanos, que já pressionam as autoridades para varrer os ursos para bem longe de suas casas. →
A The New York Review of Books resenha dois livros sobre meio ambiente. Um, Thin Ice, de Mark Bowen, relata o trabalho de uma cientista que há anos estuda os efeitos do aqueciomento global sobre glaciares na Terra. Para quem quer entender o assunto e quer conhecer a história do problema, é leitura fundamental. O segundo livro, Dancing at the Dead Sea, de Allana Mitchell, procura responder a uma questão importante nesses dias de hoje, quando fazemos de tudo para acabar com a natureza e nós mesmos: os seres humanos são uma espécie suicida? →
Na costa de um dos poucos países que insiste em arpoar baleias, o Japão, 50 delas praticaram suicídio coletivo encalhando numa praia. Só pode ser um protesto radical. A notícia está no The Independent. →
Choque ambiental é isso aí. O Pinus, velho vilão da natureza nas serras gaúcha e catarinense, quem diria, está ajudando a recuperar a população de pumas nas duas regiões. A descoberta foi peita por Peter Crawshaw, um dos maiores especialistas brasileiros em felinos carnívoros. Mas antes que os madeireiros saiam decantando os benefícios ambientais do Pinus, é bom saberem que seu impacto positivo na população de pumas é de curto prazo. As florestas replantadas oferecem a eles proteção para se moverem entre as áreas onde há mata nativa remanescente. Mas não dão alimento. No longo prazo, isso significa que os pumas deverão intensificar seus ataques contra ovelhas, potros e bezerros de criadores locais. →