Armando o circo no arquipélago
Minc, de olho no sucesso que uma retirada de gado deve ter junto à imprensa, já batizou a operação em Noronha. Ela se chamará Arca de Noé. →
Minc, de olho no sucesso que uma retirada de gado deve ter junto à imprensa, já batizou a operação em Noronha. Ela se chamará Arca de Noé. →
Vinte e seis grupos indígenas já sondaram o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) sobre como implementar operações de manejo para a retirada de madeira em suas terras. →
A Mil Madeireira, subsidiária da Precious Woods em Itacoatiara, no Amazonas, que é considerada um modelo de manejo florestal no Brasil, está sob risco de paralisar suas atividades. É que o Ibama não renovou sua autorização de exploração anual. As atividades de corte foram suspensas no início de outubro. E os estoques de madeira que a empresa ainda está processando são suficientes para apenas mais três semanas. →
A falta de renovação da licença de exploração da Mil Madeireira não se deve a nenhum problema com suas práticas de manejo. Ela é fruto do zelo com que a empresa fez seu pedido de renovação, que acabou por empurrá-la para um labirinto burocrático. Junto com a entrada do pedido, a Mil anexou os dados do georeferenciamento que ela mandou realizar dos 400 mil hectares de floresta que tem em Itacoatiara. As informações indicaram que havia um discrepância de dois graus entre elas e os mapas que estão na base de dados do Incra e do Ibama. A procuradoria do Ibama no Amazonas exige que a empresa corrija o seu georeferenciamento. →
O Conselho Nacional dos Seringueiros lançou campanha no site Extrativismo.com.br contra o uso do nome do líder Chico Mendes para batizar o instituto criado por Marina Silva para cuidar das unidades de conservação federais. A partir de abril de 2007, quando ambientalistas reclamaram da escolha, o Ministério do Meio Ambiente deu de ombros. Agora, os próprios extrativistas expressaram seu inconformismo, mas por outro motivo: “A demora dos processos, os planos de manejo que não são aprovados, a falta de demarcação e sinalização da reservas extrativistas... e o movimento lutando por isso há 20 anos...não tem lógica”, diz um trecho do protesto, que abriu votação. →
Depois do surto de pingüins no litoral brasileiro este ano, era de se esperar que as aves já tivessem voltado para casa em novembro. Mas não foi exatamente o que aconteceu, como mostra a fotografia tirada pelo leitor Fábio Rudge no meio da tarde desse domingo, em Búzios (RJ). “Por mais que biólogos, estudiosos, ambientalistas e jornalistas afirmem que isso é um fato natural, eu, morador da beira-mar, nunca vi algo assim.... eles simplesmente ficaram e continuam por aqui com um calor de 30 graus”, afirma. Para quem não lembra, Fábio vive na praia de Manguinhos (uma das mais conhecidas do balneário fluminense) e foi um dos personagens da matéria “Mortandade, sinal de vitalidade?”, publicada aqui no mês de julho. →
O roubo de areia, nova modalidade de crime ambiental que invade as praias caribenhas, é o tema de reportagem da agência Associated Press, manchetada pela agência Grist. Em Porto Rico, a retirada ilegal de areia das praias acontece na calada da noite e tranforma áreas de águas calmas em locais expostos ao mar agitado. As pequenas ilhas do Caribe são os alvos favoritos das construtoras e, para proteger as cidades, o governo tem agora que erguer muros na costa. Um dos maiores roubos ocorreu na Jamaica, onde levaram o equivalente a 100 caminhões carregados de areia do noroeste do país, acabando com a proteção dos manguezais. →
O Ibama no Piauí confirma que quase 12 mil hectares contínuos de Cerrado foram devorados na Serra do Quilombo, no município de Bom Jesus, 600 quilômetros ao sul de Teresina, no Piauí. Segundo ambientalistas, o responsável pela proeza é um empresário mineiro, multado em R$ 5 milhões. O desmatamento teria como alvo o plantio de soja, que avança desde o sudoeste baiano. O Ibama soube do caso quando boa parte da vegetação havia tombado, enquanto outros órgãos ambientais e de policiamento nada fizeram para conter a destruição, alegam ecologistas daquele estado. →
Apesar de citadas na Constituição e abordadas por centenas de leis nos níveis municipal, estadual e federal, questões ambientais ainda são tratadas como pura "militância" e vistas com certo preconceito pelo Brasil afora. O estigma de "entrave ao desenvolvimento" ainda é usado por setores conservadores - pura falta de sintonia com os tempos modernos. A mídia tem papel fundamental para mudar este quadro, passando a abordar pautas ampliadas, observando as realidades regionas e novas formas de crescimento econômico. Por essas e outras que o Núcleo de Ecojornalistas do RS lança esta semana, em Porto Alegre, o livro Jornalismo Ambiental: desafios e reflexões. São 450 páginas com textos de brasileiros e estrangeiros abordando particularidades, desafios e possibilidades da cobertura ambiental. A obra estará disponível para venda, em breve, pela página da Livraria Cultura e pontos na capital gaúcha. →
Em boletim recente distribuído pelo Ibama, sobre as taxas de desmatamento na Amazônia, o ministro Carlos Minc comentou que boa parte da madeira ilegalmente extraída da floresta tem destino certo, dentro e fora do país. "Essa madeira ilegal é esquentada e vai parar na China ou São Paulo”, comentou. Alguns engenheiros florestais e gente da fiscalização federal comentam que essa é a ponta de imenso iceberg de ilegalidade empresarial. →