Salada Verde
27 de outubro de 2008

Expedição ao médio rio Negro

Cerca de 65 pesquisadores participam neste momento de uma expedição organizada pela ONG WWF-Brasil no médio Rio Negro para realizar levantamentos sócio-ambientais no arquipélago de Mariuá e na região onde se pretende criar a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi. Elas são consideradas prioritárias para conservação da Amazônia. Os estudiosos iniciaram os trabalhos no dia 17 de outubro e só encerrarão as pesquisas em 15 de novembro. A ONG conta o dia-a-dia da aventura em um blog.

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27 de outubro de 2008
Salada Verde
27 de outubro de 2008

Derrapada botânica

Nem toda preservação é possível apenas com boas intenções. Exemplo disso é o que pretende promover a malharia Malwee. Resolveu esverdear e plantar 15 mil mudas de nativas na região de Jaraguá do Sul, Blumenau e Pomerode, em Santa Catarina. O problema é que, entre as árvores, eles querem fincar araucárias na região litorânea de Santa Catarina, onde a espécie, típica de altitude, dificilmente sobreviveria. De acordo com notícias que andaram circulando pelos jornais catarinenses, parte das mudas seria plantada em áreas protegidas de Jaraguá do Sul, o que, sem estudos, pode representar uma ameaça às demais plantas nativas.

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27 de outubro de 2008
Salada Verde
27 de outubro de 2008

Araucárias na Amazônia

A iniciativa de reflorestar uma área litorânea com araucária pode já nascer fadada ao insucesso, mas isso não significa minimizar o potencial de adaptação de um ou outro pinheiro-do-brasil. Há mais de 20 anos colonos vindos do Paraná plantaram no quintal de casa duas mudas de araucária em plena Amazônia mato-grossense, em Juína. Apesar de todas as intempéries, as árvores vingaram. Não são exatamente frondosas, estão um pouco secas e tortas, mas sobreviveram. E ali no quintal lembram a força paranaense na colonização de Mato Grosso.

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27 de outubro de 2008
Salada Verde
27 de outubro de 2008

Um lobbie a mais

A indústria adora vender seus produtos, mas não gosta muito de revelar o que eles contêm, principalmente se forem geneticamente modificados. Os ruralistas no Congresso tentam há tempos acabar com a obrigatoriedade da rotulagem de alimentos que contenham transgênicos, determinada pelo Decreto 4.680/2003. Agora, a nova tentativa para desinformar a população ganha forma no Projeto de Lei 4.148/2008, do deputado gaúcho Luis Carlos Heinze (PP). O texto foi apresentado justamente quando começou o plantio da primeira safra oficial de milho transgênico. Um dos argumentos contra a rotulagem é o de que ela seria desnecessária, já que os produtos tiveram aval da CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Mas quem confia em um grupo cheio de defensores da indústria?

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27 de outubro de 2008
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27 de outubro de 2008

Para renovar a Economia

A Terra é finita, mas a Economia ainda trata o planeta como um fonte inesgotável de recursos, incentivando a humanidade a viver para consumir. Por isso, a última edição da revista britânica New Scientist dedica muitas páginas em sua edição de 25 outubro para vasculhar esse assunto mais do que urgente. Para o economista Herman Daly, professor da Universidade de Maryland e ex-consultor do departamento para o meio ambiente do Banco Mundial o fato de o nosso sistema econômico ser baseado na busca do crescimento acima de tudo, faz com que o mundo esteja caminhando para um desastre ecológico e também econômico, dadas as limitações dos recursos. “Para evitar este desastre, precisamos mudar nosso foco do crescimento quantitativo para um qualitativo e impor limites nas taxas de consumo dos recursos naturais da Terra”.

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27 de outubro de 2008
Salada Verde
24 de outubro de 2008

Uma santa hidrelétrica

O projeto da Usina Hidrelétrica de Santa Isabel, em Araguatins (PA), está causando frisson entre militares e governistas. Nos primeiros, porque a água de seu reservatório promete alagar toda a região da Guerrilha do Araguaia. Um alívio para quem pretende manter esqueletos no armário, ou melhor, debaixo da terra. Nos segundos, porque pode se tratar de rara oportunidade para conseguir gente e dinheiro e abrir parte da caixa preta de um capítulo bem feio da história nacional.

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24 de outubro de 2008
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24 de outubro de 2008

Cortinas abertas para o Fundo Amazônia

No dia 1º de agosto, o presidente Lula assinou um decreto responsável por criar o Fundo Amazônia, cuja intenção é arrecadar até um bilhão de dólares em um ano através de doações para cuidar da maior floresta tropical do planeta. Foram precisos quase dois meses, no entanto, para o pontapé inicial do projeto, o que aconteceu nesta sexta-feira. Na ocasião, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e representantes do Comitê Orientador do fundo se reuniram na sede do BNDES (RJ), banco responsável por gerir as finanças, para definir as prioridades das ações.

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24 de outubro de 2008
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24 de outubro de 2008

Crise econômica não é problema

O curioso, no entanto, é que Minc e o diretor do BNDES, João Carlos Ferraz, receberam a imprensa antes de iniciarem os trabalhos estratégicos com o comitê (formado por representantes dos governos estadual, federal e da sociedade civil). Resultado: não tinham uma novidade para contar. Mas, em tempos de recessão econômica, precisaram responder à pergunta óbvia: afinal, será que empresas privadas e governos internacionais ainda estão dispostos a investir no Fundo? Para o ministro, sim. “Não vai influir em nada. Muitas empresas querem se associar a ações verdes, e já estamos em contato com diversos interessados”, garantiu. Mas não contou exatamente quantos ou quem seriam.

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24 de outubro de 2008
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24 de outubro de 2008

Pós-Quioto é esperança

Segundo Minc, o Brasil deve anunciar três empresas doadoras em dezembro, na conferência de negociações Pós-Quioto que está agendada para a Polônia. “Aliás, estes encontros são muito importantes, porque os países começam a se mostrar mais propensos a transferências de recursos”, disse. Até agora, no entanto, apenas a Noruega formalizou um investimento no valor de um bilhão de dólares – pagos até 2015. Mesmo assim, a primeira parcela ainda não foi depositada. “O primeiro projeto do Fundo Amazônia deve começar em 2009”, afirmou Ferraz, do BNDES.

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24 de outubro de 2008
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24 de outubro de 2008

Prioridades do Fundo

Nem Minc, e tampouco Ferraz, souberam dizer qual o enfoque deste primeiro projeto – já que ainda não tinham conversado com os demais membros do Comitê. Mas são sete as áreas passíveis de investimentos pelo Fundo Amazônia: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico e econômico; conservação e uso sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008