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16 de novembro de 2006

Palmas

A participação brasileira na COP 12 em Nairóbi mal rendeu notícia em jornal. Mas o desempenho apagado de nossa delegação não intimidou os puxa-sacos de plantão. A reunião para balanço feita depois do encontro, que juntou as cabeças coroadas que o Brasil mandou ao Quênia,entre elas Jorge Vianna, prestes a virar ex-governador do Acre e sério candidato a um cargo em Brasília, e a ministra Marina Silva, virou uma sessão de louvação à diplomacia brasileira na questão climática. Sabe-se lá por que.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Vaia

A única voz dissonante nessa reunião, que contou com a presença de políticos, empresários e tietes, foi a do deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que está longe de poder ser qualificado como um ambientalista. Ele criticou a atitude tacanha do Brasil, que ao invés de fazer propostas ativas contra o aquecimento fica procurando culpados, e disse ser incompreensível a aliança com China e Índia nessa questão.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Apatia

As ONGs que assistiram à apresentação da proposta brasileira em Nairóbi, durante a 12ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, contam que os delegados dos outros países não se empolgaram com a idéia do desmatamento evitado. Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, ninguém perguntou por detalhes ou fez comentários. A razão para isso, interpretaram os ambientalistas, é que poucos acreditam que os países ricos vão depositar voluntariamente dinheiro num fundo em que as nações pobres poderão se beneficiar sem assumir qualquer compromisso formal. Marina Silva defendeu a proposta do desmatamento evitado dizendo que o Brasil já assumiu diversos “compromissos internos” de combate à degradação.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Bateu o martelo

De acordo com texto dos repórteres Paulo Moreira Leite e Nicola Pamplona, do Estado de São Paulo, o governo já bateu o martelo sobre a construção da usina nuclear de Angra 3. Os técnicos do setor consideram o momento favorável, graças aos temores de que sofreremos um novo apagão se não investirmos em energia. O projeto, que deve consumir 1,7 bilhão de reais, teve sua licença ambiental suspensa pela justiça do Rio de Janeiro. A reportagem, no entanto, conta que o Ministério de Minas e Energia já corre para reverter o quadro.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Mais estudo

Um relatório feito por doze cientistas e encampado pelo Ministério Público de Rondônia cobra mais estudos ambientais para se liberar a licença prévia ao complexo hidrelétrico do Rio Madeira. A notícia também está no Estadão. Segundo os estudiosos, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) feito por Furnas e Odebrecht erra ao não considerar os impactos das barragens Santo Antônio e Jirau em todo o bioma amazônico. Mais do que isso, o relatório afirma que é imprescindível avaliar o impacto de empreendimento na parte da bacia que está em território boliviano. Uma das principais dúvidas volta a ser o depósito de sedimentos nos reservatórios; para um dos pesquisadores é preciso levantar dados na Bolívia. Já o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) introduz um novo problema na história: argumenta que o cálculo do relevo da região pode ter levado a uma estimativa irreal sobre o tamanho dos reservatórios. Eles poderiam ser até duas vezes maiores que o divulgado no EIA.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Avanços

Com a proximidade do fim a 12ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Nairóbi, alguns temas cruciais estão avançando. Na discussão sobre as metas para um segundo período de Quioto, depois de 2012, os países desenvolvidos já acenam que poderão aceitar uma revisão de suas obrigações. O Brasil e outras nações em desenvolvimento não deram sinais de que poderão assumir compromissos próprios, mas ao menos não barram mais as negociações.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Incentivo

O secretário geral da Onu, Kofi Annan, não está nada satisfeito com os rumos que a comunidade internacional tem tomado em relação ao aquecimento global. Em discurso feito na última quinta-feira aos participantes da COP-12, no Quênia, pôs a culpa do problema numa “assustadora falta de liderança” entre os países. Enquanto isso, quem paga mais pela omissão é a população pobre, que nem sequer contribui muito para a poluição. Annan negou que estivesse se referindo aos Estados Unidos em sua fala. “Eu só quero que os líderes ao redor do mundo mostrem coragem”, diz ele à reportagem do jornal The New York Times.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Contradição

Na opinião do especialista em mudanças climáticas do Greenpeace, Carlos Rittl, que acompanha a conferência no Quênia, a resistência do Brasil em aceitar metas no Protocolo de Quioto é incoerente. Ele lembra que o próprio programa de governo do reeleito Presidente Lula afirma o compromisso do país em assumir metas de combate ao desmatamento; de redução das emissões de CO2 por queimadas; de diminuição da queima de combustíveis fósseis e de mudanças no uso da terra – como contribuição nacional ao esforço global de redução do incremento de gases de efeito estufa. “Isto tem que ser traduzido em uma vontade política”, pontua Rittl.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Legado

Um post do pesquisador Clark Williams-Derry no blog da revista virtual Grist reflete sobre a cobertura do aquecimento global pela grande mídia. Segundo Derry, que é diretor de um centro de pesquisa e comunicação em Seattle (Eua), estamos entrando num terceiro momento no foco das notícias. Primeiro, falava-se no aquecimento como uma discussão controversa entre cientistas. Depois, passou-se a alertar para as perdas financeiras que o problema pode trazer (principalmente depois do relatório Stern). Agora, segundo ele, começam a surgir reportagens sobre a implicação ética de deixarmos para os nossos netos um planeta, assim... digamos, estragado. Para o autor, esse tipo de abordagem pode ajudar a tocar mais fundo o coraçãozinho de quem lê a notícia. Tomara.

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16 de novembro de 2006
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Adaptação

O tema que mais avança no Quênia é a constituição de um fundo para a adaptação de países que possam vir a sofrer impactos com as mudanças climáticas. A criação de tal instrumento já foi acertada, embora não se tenha qualquer dinheiro garantido. Outro ponto que ainda está em aberto é quem coordenará o fundo. As nações desenvolvidas defendem que o fundo seja atrelado ao Global Environment Fund (GEF). Mas os emergentes discordam. O GEF depende muito de recursos e decisões do governo americano.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Só uma proposta

Já a discussão sobre a compensação financeira de emissões causadas pelo desmatamento de florestas tropicais caminhou menos do que se esperava. O que ficou claro é que há diferenças notáveis entre as propostas de Papua Nova Guiné e do Brasil. Para distinguí-las, a primeira agora recebeu de vez a alcunha de “desmatamento evitado”, pois propõe compensações com o uso de crédito de carbono. Já a proposta brasileira passou a ser conhecida como redução de emissão por desmatamento, por não prever compensações, apenas cortes reais nas emissões.

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16 de novembro de 2006
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16 de novembro de 2006

Peixe morto

A coisa vai mal no fundo dos oceanos. Um estudo publicado pela Sociedade Zoológica de Londres culpa a pesca com rede em águas profundas pela destruição dos ecossistemas oceânicos. Segundo a pesquisa, que virou notícia do jornal britânico The Independent, algumas espécies de peixe estão sendo literalmente dizimadas – inclusive algumas ainda novas para ciência – devido à prática desse tipo de pesca próximo a áreas de corais e montes marinhos (montanhas submarinhas que não atingem a superfície). O problema foi também apontado recentemente em um relatório da WWF. A Ong culpa os governos pela falta de iniciativa na proteção das espécies.

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16 de novembro de 2006