Façam-me o favor

No último sábado, antes de mostrar sua apresentação – essencialmente aquela que se vê no filme “Uma Verdade Inconveniente” – Al Gore, diante do auditório do Parque Ibirapuera lotado, mandou um recado à classe dirigente brasileira: o mundo todo está prestando atenção no programa brasileiro de álcool combustível. Por favor, disse ele, não dêem argumentos para os oponentes dos combustíveis alternativos. Conduzam o programa de maneira ambientalmente responsável.

Por Redação ((o))eco
14 de maio de 2007

Cautela diplomática

Na sessão de perguntas depois da apresentação, o foco foi a Amazônia. Gore disse a Virgílio Viana, secretário de desenvolvimento sustentável do estado do Amazonas, que o pagamento de royalties pela indústria farmacêutica pode ser um importante incentivo para que os moradores da região mantenham a floresta em pé. A atriz Christiane Torloni aproveitou para pedir a assinatura de Gore para o manifesto do movimento Amazônia Para Sempre. Ele quis uma cópia do documento para ler antes de assinar.

Por Carolina Elia
14 de maio de 2007

Dúvida

Agora que ficou super rico com a venda do seu banco, o Pactual, para o suíço UBS, o banqueiro André Esteves decidiu se dedicar a causas ambientais aderindo à The Nature Conservancy (TNC), ong respeitadíssima internacionalmente e tão rica quanto ele. Só falta decidir uma questão de geografia. Esteves ainda não sabe se entra para o braço brasileiro da TNC ou se dá um salto mais alto e vira membro da nave-mãe da ong, sediada nos Estados Unidos.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Minério com mato

No dia 18 de maio, técnicos do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) estarão em Itaituba, no Pará, para discutir com garimpeiros a possibilidade de implementar a exploração florestal de baixo impacto em áreas de mineração. É a primeira tentativa no Brasil de se conciliar garimpo com manejo florestal.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Rede

Falando em SFB, o órgão pôs na internet o seu Portal de Gestão Florestal. Nele, será possível a qualquer cidadão saber quais são e a quantas andam os planos de manejo em Florestas Públicas aprovados. O portal, por enquanto, está funcionando em caráter experimental. Completo mesmo o portal só deverá estar daqui há alguns meses, quando os estados finalmente estarão despejando nele informações e dados sobre a gestão de suas florestas.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Revolução

A direção do SFB também deu partida num projeto para tentar corrigir 400 anos de negligência do Estado com o patrimônio público. Iniciou o cadastramento de todas as florestas públicas do país. É coisa para levar no mínimo uma década. O levantamento está mapeando na escala 1/ 100 mil as matas que estão em Unidades de Conservação, Terras Indígenas e glebas dos estados e da União.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Pedreira

Nas Unidades de Conservação e Terras Indígenas, o trabalho de cadastramento conseguirá correr relativamente rápido. O diabo está nas glebas onde sobraram florestas. Uma vez mapeadas, cada uma exigirá uma ida a cartório para um diagnóstico e eventual regularização de sua situação legal. Só então poderão ser averbadas. Mas isso não significa o fim do trabalho. Depois de tudo isso concluído, os técnicos do SFB terão que visitar cada uma individualmente para fazer sua demarcação.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Prazo

Oficialmente, o SFB diz que o decreto de criação do Distrito Florestal de Carajás, onde o governo federal pretende fomentar atividades ligadas ao reflorestamento, só será assinado no segundo semestre. Mas a direção do órgão tem fé que o presidente Lula assine o decreto na primeira semana de junho. A partir de segunda-feira, uma caravana de funcionários do SFB passa a semana na região realizando audiências públicas para debater a proposta federal. A primeira será em Marabá, no Leste do Pará.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Grana

Quem for à audiência de Marabá ouvirá a informação de que o BNDES constituiu uma linha de crédito especial para financiar operações de reflorestamento na região. A linha pode chegar a um bilhão de reais. O governo federal tem um carinho especial em relação a propostas de recuperação de mata envolvendo espécies nativas como o Tachi, a Fava bolota e o Paricá. A Embrapa faz pesquisas com essas árvores há quase três décadas em Bel Terra, no Pará, e seus técnicos estão convencidos que pelo menos na Amazônia, elas podem muito bem ser uma opção ao eucalipto para projetos de reflorestamento.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Nós e eles

Não se pode acusar George Bush de ser totalmente contrário ao meio ambiente. Pelo menos no mar. Esta semana, ele enviou ao Congresso projeto de lei para reforçar a conservação de corais em águas americanas. O projeto pede aumento de orçamento para coleta de dados e monitoramento desses ecossistemas. No início do ano, ao longo das ilhas do Norte do Havaí, Bush criou a maior reserva marinha do mundo. O desempenho de Marina Silva em relação à preservação costeira no Brasil tem sido uma decepção. Em seus quatro anos à frente do Ministério do Meio Ambiente, ela não adicionou sequer um milímetro de área costeira ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Cólera na água de lastro

A constatação do vibrião do cólera em algumas amostras retiradas da água de lastro de navios em portos brasileiros foi decisiva na inclusão do controle microbiológico do Vibrio cholerae patogênico na Convenção Internacional para Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios, da Organização Marítima Internacional (OMI). A descoberta foi divulgada na semana passada. A convenção, aprovada em 2004, ainda precisa ser ratificada por pelo menos 30 países para entrar em vigor. A água de lastro é uma das maiores dores de cabeça para quem mexe com conservação em ambientes litorâneos.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007

Números

Os principais jornais brasileiros estamparam nesta sexta-feira a notícia de que evitar a derrubada das florestas tropicais pode diminuir as emissões de gases do efeito estufa em 12% até 2100. Para isso, “basta” que a taxa de desmatamento no mundo caia 50% em 2050, disse um grupo de cientistas brasileiros e norte-americanos, em estudo publicado na revista Science. Um dos autores da pesquisa, o climatologista Carlos Nobre do Inpe, defendeu que as metas fixadas no artigo não são difíceis de serem atingidas. “O corte de 50% é uma taxa arbitrária”, diz. “Fizemos assim porque achamos perfeitamente factível todos os países conseguirem esse índice”. O Estadão ressaltou que os dados fortalecem a proposta brasileira de criar incentivos financeiros para os países tropicais reduzirem o desmatamento.

Por Redação ((o))eco
11 de maio de 2007