Alarme falso

Notícia sobre tubarão sem um pouquinho de carga dramática não tem graça. No dia 7 de abril, jornais do Rio exibiram fotos de um amontoado de 16 tubarões capturados por uma traineira nos mares de Búzios. A informação dava conta de que eles eram da espécie cabeça-chata, "uma das mais agressivas", e não descartava o "risco de se aproximarem das praias". Antes que os banhistas de Búzios saiam correndo do mar aos gritos, o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor do Instituto Ecológico Aqualung e do Projeto Tubarões no Brasil, vem a público desfazer o mal entendido. Em primeiro lugar, os tubarões não eram cabeças-chatas, e sim galhas-pretas (Carcharhinus brevipinna), espécie não agressiva. Marcelo faz questão de lembrar também que nos últimos 84 anos só houve 9 ataques de tubarão no estado do Rio, e que as verdadeiras vítimas são eles. "Centenas de tubarões de diversas espécies são capturados todos os dias em nosso litoral". E isso não é bom. "Capturar uma quantidade muito grande de tubarões em um dia e em uma mesma área torna essa pesca insustentável e pode-se criar um forte desequilíbrio na cadeia alimentar da região", afirma. Como a exportação das barbatanas de tubarão é negócio valioso, o especialista acredita que o alarmismo quanto a risco de ataques esconde a intenção de "obter o aval da população local para essa ‘matança dos comedores de homens’".

Por Lorenzo Aldé
10 de maio de 2005

Cagarras de molho

O projeto que quer transformar o arquipélago das Cagarras, no Rio de Janeiro, em Monumento Natural, chegou ao Senado em 29 de março, mas empacou. Não tem prazo para ser votado. Criado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e aprovado no plenário da Câmara, o PL das Cagarras foi parar nas mãos do senador Marcelo Crivella (PL-RJ), que deve propor algumas emendas, como a de excluir do projeto a ilha Rasa, que pertence à Marinha. Mas além de enfrentar as Medidas Provisórias que vivem trancando a pauta de votações do Senado, a proposta, que visa promover o turismo sustentável nas Cagarras, deve ter como obstáculo a falta de interesse do próprio Crivella. Depois de uma semana de tentativas, o senador não foi encontrado para falar sobre o assunto, e sua assessoria não soube prestar qualquer informação sobre o andamento do processo.

Por Carolina Mourão
9 de maio de 2005

Projeção verde

A General Electric anunciou uma política de investimento e marketing verde e pretende lucrar 20 bilhões de dólares com venda de produtos ecologicamente corretos até 2010. Prometeu também cortar a emissão de gases causadores do efeito estufa e economizar energia, diz reportagem do Wall Street Journal (só assinantes). A empresa é a mais nova companhia americana a adotar medidas que parecem satisfazer cada vez mais um grupo significativo de consumidores.

Por Carolina Elia
9 de maio de 2005

Geração Agente Laranja

A BBC News (gratuito) lembrou os 30 anos do fim da guerra do Vietnã com uma matéria sobre a herança da principal arma química usada pelos americanos na época. O agente laranja foi pulverizado sobre as florestas vietnamitas para dizimar a mata usada pelos guerrilheiros como esconderijo. Mas acabou por poluir rios, solos e envenenar pessoas que geraram crianças com deficiências genéticas e outros tipos de anomalias. Para o diretor da Cruz Vermelha do país, os Estados Unidos cometeram um crime de guerra, mas a justiça americana rebate que na época as leis internacionais permitiam o uso do agente.

Por Carolina Elia
9 de maio de 2005

Salvai os lírios do campo

Os ingleses que cuidam tão bem de seus campos levaram um susto com a notícia de que grande parte de suas espécies de plantas silvestres estão ameaçadas de extinção. Entre elas, uma popular flor amarela trazida para a região através dos fazendeiros romanos. As plantas não estariam resistindo à pressão das áreas de pastagens, herbicidas, fertilizantes e atividades agrícolas. O Guardian (gratuito) publicou fotos de algumas das espécies para testar o conhecimento de seus leitores.

Por Carolina Elia
9 de maio de 2005

Problemas nucleares

Tony Blair mal começou seu terceiro mandato e um problema bastante impopular desponta no horizonte: investimento em energia nuclear. O país tem que reduzir suas emissões de gases poluentes até 2010 e alguns defendem que construir usinas nucleares é a melhor solução. Mas um vazamento numa das unidades do país deu munição à oposição, mesmo ele tendo sido controlado e não oferecer nenhum tipo de perigo à sociedade, conta o Guardian.

Por Carolina Elia
9 de maio de 2005

Brincando com fogo

Tempo é dinheiro. Como um bom americano, um fazendeiro do Kansas decidiu parar de gastar tempo e energia queimando o seu campo e decidiu convidar turistas para fazer o trabalho sujo. Deu certo! Cerca de 40 pessoas o procuram na época das queimadas e pagam 100 dólares para poder atear fogo na mata. No fim, ele oferece biscoitinhos e música ao vivo para os convidados, relata o Wall Street Journal (só para assinantes).

Por Carolina Elia
9 de maio de 2005

Lentes no meio ambiente

O Guardian exibe duas séries de fotografias de Sebastião Salgado. Uma é sobre vulcões, a outra, sobre baleias francas na Patagônia. As duas fazem parte de seu último projeto, Genesis, que está levando Salgado a fotografar um objeto até então inédito para suas lentes. O meio ambiente.

Por Redação ((o))eco
9 de maio de 2005

Acorda, Terra

Estão fazendo 25 anos desde que a primeira teoria sobre o aquecimento global do planeta foi formulada. A The New Yorker celebra a data com uma série de 3 reportagens sobre o fenômeno, mostrando que hoje, além de praticamente não haver mais polêmica sobre o fato de que o homem, ao liberar gases na atmosfera,

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Lobby

O Estado de S. Paulo tem longa reportagem sobre o estado da BR-163, obra de infra-estrutura prioritária para o governo petista. Nenhuma novidade, a estrada é um horror, mas o relato vale como prova de que andar por lá é de fato um tormento. O ruim do texto é que ele praticamente não menciona o desastre ambiental que foi a abertura da estrada e nem tampouco os passivos futuros que sua pavimentação poderá gerar. Voz mesmo sobre o assunto só é dada aos sojeiros – coisa que não chega a espantar tratando-se de reportagem feita pela editoria de economia.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005