Eco nada

Diz o ditado que meia palavra basta. Foi apostando nisso que a empresa de ônibus Costa Verde, que explora a região litorânea do Rio de Janeiro, estampou na lataria de seus veículos a simpática qualificação "Ecobus". A rápida associação entre o termo e o nome da companhia levaria o incauto turista a sentir-se ainda mais confortável sabendo-se conduzido por um ônibus ecológico. Ecológico? Nada. O "eco" em questão, segundo a própria empresa, refere-se a "econômico". Seus ônibus fazem 3 km por litro de combustível. E ainda que se possa argumentar, a seu favor, que economia de combustível tem um quê de benefício ecológico, não cola. Três quilômetros por litro não é nada demais. Em outras palavras, estas inteiras: é propaganda enganosa mesmo.

Por Lorenzo Aldé
14 de abril de 2005

Mutilação

A justiça federal interferiu nos planos do governo do Tocantins e suspendeu a decisão de reduzir em 89% a Área de Preservação Ambiental (APA) da Ilha do Bananal/Cantão. Como conta o Estado de São Paulo(só para assinantes), o projeto de lei foi aprovado de forma relâmpago pela Assembléia Legislativa e sancionado pelo governador em março.Tanto a Naturatins, órgão ambiental do Tocantins, quanto o governo defendem que a APA de 1, 7 milhão de hectares deve ser reduzida para apenas 185 mil por falta de condições para fiscalizá-la e por vontade dos moradores locais. Aí deve se ler agropecuaristas que estão loucos para plantar arroz e soja na região, rica em biodiversidade. Uma matéria publicada pelo Instituto Socioambiental revela melhor essa história.

Por Carolina Elia
14 de abril de 2005

O estado da Amazônia

A evolução da indústria madeireira na Amazônia Legal nos últimos 6 anos mostra que a atividade é economicamente competitiva, gera empregos, mas também acelera a destruição da floresta pelo baixo índice de manejo florestal. Segundo um artigo publicado pelo Imazon, 6,2 milhões de árvores foram cortadas na região em 2004, mas uma maior eficiência no processamento da madeira levou a preservação de 950 mil árvores. Por outro lado, nos últimos anos o setor abriu milhares de quilômetros de estradas endógenas mata adentro, criando sérios impactos ambientais e socioeconômicos. No centro-oeste do Pará, maior produtor de madeira do país, 82% das estradas existentes em 2001 na região foram construídas em áreas florestais, sem planejamento e autorizações exigidas por lei. O avanço das estradas endógenas na Amazônia é o tema de um dos documentos publicados pelo Imazon para marcar o início da série "O estado da Amazônia".

Por Redação ((o))eco
14 de abril de 2005

Pérola

Em Gana, na África, onde estava na quarta-feira 13 de Abril, o presidente Lula resolveu discursar sobre o comércio exterior e mandou ver nas suas habituais metáforas. Disse que o comércio entre nações é como plantar uma árvore. Primeiro, continuou, precisa-se arar a terra. Depois colocar uma semente. Em seguida, adubá-la sistematicamente e não se esquecer de por água. Só então se pode aproveitar sua sombra. O companheiro pode até entender muito de transações com outros países. Mas não sabe nada sobre plantar árvores. Confundiu-as com a soja, grão que virou símbolo de seu governo.

Por Carolina Elia
14 de abril de 2005

Passou

A comissão do Senado americano que examinava a indicação de Stephen Johnson para dirigir a Environmental Protection Agency (EPA), órgão regulador do meio ambiente nos Estados Unidos, resolveu aprová-lo por 17 votos a 1 e enviar seu nome para ser confirmado pelo plenário. O voto contra foi do senador democrata Thomas Carper em protesto pela recusa do governo Bush de custear estudos sobre emissões de poluentes por usinas de energia elétrica.As regras do Senado lhe dão o direito de segurar a nomeação. Carper ainda não disse o que pretende fazer. A notícia é do The New York Times (gratuito, pede cadastro).

Por Carolina Elia
13 de abril de 2005

A saga de um camarão

O aeroporto de Los Angeles está obrigado a remover à mão 486 toneladas de terra que estão no seu terreno e servem de habitat para diminuto camarão que se encontra na lista de espécies ameaçadas nos Estados Unidos. A novela do que fazer com os crustáceos durou seis anos e, em determinado momento, pensou-se até na criação de uma área de preservação dentro do próprio aeroporto. A idéia foi descartada porque os camarões, em área de preservação, isolados do resto do aeroporto, poderiam atrair mais pássaros do que seria recomendável para local que opera aviões. Além do mais, seria ilegal. A lei americana impede que se faça qualquer coisa em aeroportos que resulte na atração de pássaros, que podem ser sugados pelas turbinas de aviões e causar acidentes. Diante dessa situação decidiu-se pela remoção do camarão e de praticamente todo o ecossistema que existe à sua volta. Daí a retirada das 486 toneladas de terra. Notícia do The Los Angeles Times (área gratuita).

Por Carolina Elia
13 de abril de 2005

A igreja e o jardim

Nos anos setenta, no Brooklyn, uma vizinhança resolveu limpar um terreno baldio colado à uma igreja presbiteriana. Dona do imóvel, seu pastor não tinha como cuidar dele e topou a proposta. Com os anos, o local virou um tremendo jardim, tratado à pão-de-ló pela comunidade e essa área no Brooklyn, antes deprimida, acabou valorizada. A igreja resolveu vender o terreno para arrecadar fundos. Os vizinhos protestaram. O caso ainda não chegou à Justiça, conta o The New York Times (gratuito, pede cadastro). Mas está nas ruas do bairro e na própria igreja, onde fiéis levantam cartazes contra a decisão do padre em plena missa

Por Carolina Elia
13 de abril de 2005

Imagens de Salgado

Na The New Yorker, fotografias feitas pelo brasileiro Sebastião Salgado na Antártica. Faz parte do projeto do fotógrafo de capturar imagens dos últimos locais da Terra onde a natureza está relativamente intocada

Por Carolina Elia
13 de abril de 2005

Mapa da mina

O Instituto de Pesquisa Ecológica (Ipê) e o Centro Brasileiro de Biologia da Conservação (CBBC) vão promover um curso para ensinar pesquisadores sócio-ambientais a conseguir recursos para seus projetos. Os organizadores notaram que este é um dos grandes desafios dos profissionais que atuam no meio. O curso será realizado entre os dias 14 e 17 de maio na sede do Ipê, em Nazaré Paulista (SP). Alguns dos assuntos que estarão em pauta: como escrever uma proposta, quais as principais estratégias de levantamento de recursos financeiros, como identificar agências financiadoras e como estabelecer parcerias de longo prazo com doadores. Os alunos também vão assistir a palestras de técnicos do Ipê e da ong norte-americana Idea Wild.

Por Lorenzo Aldé
13 de abril de 2005

Lá em Anapu

O Ibama fez uma vistoria surpresa em Anapu, Pará, e flagrou 27 empresas vendendo madeira ilegal na região. Ao todo foram apreendidos 40 mil metros cúbicos de madeira em toras e serradas, conta O Globo. A operação aconteceu na primeira semana de abril e tudo o que aconteceu até agora foi aplicação de multas.

Por Carolina Elia
13 de abril de 2005