Comoção

Quase toda novela da Globo exibida em horário nobre consegue gerar comoção nacional ao tratar de certos temas. Mas, no caso de América, o tiro está saindo pela culatra. Liderados pela organização não-governamental inglesa WSPA (World Society for the Protection of Animals), ativistas de pelo menos 15 cidades brasileiras planejam manifestações no dia 7 de abril contra a “glamourização do rodeio”. Diversos fóruns de mídia independente na Internet não falam em outra coisa e têm altas pretensões: acham que podem liderar um boicote nacional à novela de Glória Perez. A emissora se defende, informando que tem um acordo com o Conselho Regional de Veterinária para garantir que nos rodeios cenográficos de América nenhum animal sofra maus-tratos. As cidades que já confirmaram protestos são Recife, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, São Caetano do Sul, Bauru, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Curitiba, Florianópolis, Blumenau, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Vila Velha.

Por andreia Andreia Fanzeres
5 de abril de 2005

Consumidoras ecológicas

Um perfil das consumidoras brasileiras feito pelo LatinPanel para a revista SuperHiper, da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), revela que 21% delas se dizem preocupadas com o meio ambiente e a saúde. Elas representam 23% das vendas. As mulheres são responsáveis pelas decisões de compra relativas a entre 70% e 80% das vendas de supermercado (entre R$ 49 bilhões e R$ 56 bilhões), daí o interesse nesse perfil. Essas mulheres sensíveis ao meio ambiente e à saúde, as “ecológicas”, se preocupam “com a procedência dos produtos que levam para casa”, têm até 29 anos (25%) e 50 anos ou mais (25%) e estão concentradas nas classes A e B, que representam 31% das consumidoras “ecológicas”. A quase totalidade delas, 99%, procura produtos saudáveis e acredita que os produtos naturais são mais saudáveis. Outros números: 98% estão preocupadas com os danos ao meio ambiente causados por agrotóxicos; 96% procuram comprar produtos que não prejudiquem o meio ambiente e estão dispostas a pagar mais por comida saudável; 93% lêem o rótulo dos produtos antes de comprá-los; 79% compram produtos orgânicos sempre que podem; 76% proibiriam, se pudessem, o comércio de produtos geneticamente modificados; 61% separam lixo reciclável de não-reciclável; 48% acham que os produtos com poucas calorias têm o mesmo sabor dos normais. Essas consumidoras são consideradas “as três faces que mais agregam valor aos serviços e produtos do auto-serviço: as preocupadas com o meio ambiente e a saúde (21% do total e 23% do consumo); as orientadas para marcas (13,7% da população pesquisada e 14% do consumo); e as pesquisadoras de preços e promoções (20,7% do total e 19% do consumo)”, diz a revista. Detalhe: os 23% do total de vendas que as ecológicas movimentam representam R$ 16 bilhões por ano.

Por andreia Andreia Fanzeres
5 de abril de 2005

Só orgânicos

Nos Estados Unidos, já existem redes de supermercados inteiramente dedicadas a produtos orgânicos. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acha que “esse modelo cabe perfeitamente no mercado brasileiro”. Por isso publica, no último número de sua revista SuperHiper, um perfil da rede americana Earth Fare, que abriu sua primeira loja em 1975, em Asheville, Carolina do Norte. A segunda loja foi instalada em Charleston, 22 anos depois. Daí em diante, a rede cresceu rapidamente. Hoje tem 10 unidades em quatro estados, empregando 950 funcionários. A matéria é assinada por Antonio Carlos Ascar, consultor de varejo, que diz que esse modelo é plenamente viável no Brasil: “há mercado e consumidor para torná-lo uma experiência de sucesso no país”.

Por andreia Andreia Fanzeres
5 de abril de 2005

Vida simples

As montanhas do Rio de Janeiro sempre exerceram enorme fascínio entre os moradores do estado. O colunista Paulo Bessa relembra suas experiências...

Por andreia Andreia Fanzeres
5 de abril de 2005

Pedra no caminho

Os montanhistas que acompanham o noticiário da área, são apaixonados pelas escaladas no bairro da Urca e estiveram no Rio de Janeiro entre 2003 e...

Por andreia Andreia Fanzeres
5 de abril de 2005

Epidemia

Um primo do Ebola, o Marburg, ataca na África, mais precisamente em Luanda, capital de Angola. Diz o Guardian (gratuito) que o vírus já matou 150 pessoas e a cidade vive dias de pânico.

Por Manoel Francisco Brito
5 de abril de 2005

A disputa do lastro

Juíza americana decidiu que a Environmental Protection Agency (EPA), órgão regulador do meio ambiente nos Estados Unidos não tem autoridade para eximir os navios que chegam ao país de cumprir a legislação federal com relação à qualidade da água que usam em seus lastros. Navios em geral equilibram seu balanço permitindo a entrada de água em compartimentos estanques que existem em seus cascos. Normalmente, livram-se dessa carga extra quando chegam aos seus portos de destino. E aí reside o problema. Além da qualidade da água, normalmente de 5ª categoria, junto com ela vêm organismos ou espécies exóticas que tendem a desiquilibrar ecossistemas em países estrangeiros. A EPA desde 1999 desistiu de controlar a água dos lastros de navios, argumentando que o trabalho era mais apropriado à Guarda Costeira. Grupos ambientalistas entraram na Justiça e a decisão favorável ao seu pleito saiu no dia 31 de março, segundo o San José Mercury News (gratuito, pede cadastro).

Por Manoel Francisco Brito
5 de abril de 2005

Futuro imperfeito

O The Los Angeles Times (área gratuita) conta a história do Vale Hetchy, na Califórnia, que desapareceu em 1923, alagado pela represa O’Shaughnessy. O Hetchy era um local especial, dono de um ecossistema muito semelhante ao de região vizinha, onde o governo federal acabou criando o Parque Nacional de Yosemite. A decisão de afundar o gêmeo do Parque nunca foi muito bem engolida nos Estados Unidos e lá se vão quase 20 anos que se ouve os clamores para botar a represa abaixo e trazer o Hetchy de volta à tona. Derrubar a represa é fácil. A questão mesmo é imaginar o tipo de Hetchy que reaparecerá na superfície. Ninguém sabe e, por isso mesmo, o jornal encomendou a um romancista que conhece muito bem a área, Greg Sarris, para imaginar como será esse futuro. Ele conclui que serão necessários ao menos um século para restaurar a área em seu antigo esplendor.

Por Manoel Francisco Brito
5 de abril de 2005

A aventura da propina

O The Wall Street Journal (só para assinantes) tem ótima reportagem dando todos os detalhes por detrás da história da propina de 750 mil dólares que a Monsanto pagou a um burocrata indonésio para liberar o plantio de seus trangênicos no país. Foi uma novela envolvendo prostitutas, casamentos de última hora, viagens a cenários de mil e uma noites e paixão avassaladora por uma estrela do cinema indonésio.

Por Manoel Francisco Brito
5 de abril de 2005

Família em perigo

Começou na semana passada nos Estados Unidos uma mobilização nacional para salvar a família Toklat, que comprovadamente há seis décadas circula pelos terrenos que formam o Parque Nacional do Denali, no Alaska. Os Toklat são na verdade uma matilha de lobos – a mais fotografada e pesquisada da história. Há quase 60 anos, ela é acompanhada diariamente por biólogos e cientistas, que formaram um corpo de pesquisa sobre a evoluçnao de um grupo de lobos único em todo o mundo. O problema é que os Toklat, um grupo que hoje, além do macho e da fêmea alfa, inclui outros nove animais, vira e mexe sai dos limites do Denali e, de dois meses para cá, pelo menos 3 deles, o macho alfa e duas fêmeas, caíram vítimas das armadilhas de caçadores. Os líderes do protesto em favor dos Toklat querem que o governo federal crie uma zona de exclusão para caçadores nas fronteiras do parque. Temem que se alguma providência não for tomada breve, a família vai desaparecer. A reportagem é do The Washington Post (gratuito, pede cadastro).

Por Manoel Francisco Brito
4 de abril de 2005