Morreu ontem em Campinas, aos 80 anos, um dos principais físicos brasileiros. Cesar Lattes, diz o obituário da Folha de S. Paulo (só para assinantes), fez parte do grupo que revolucionou o ensino de física no Brasil e entre seus feitos científicos está a confirmação da existência de uma partícula batizada como méson pi. →
O The Wall Street Journal (só para assinantes) traz reportagem registrando o mais novo boom agrícola no Meio Oeste americano: o investimento em refinarias para a produção de etanol a partir do milho. Diz o texto que é difícil achar alguém que não tenha colocado dinheiro nesse negócio. O que o fez ficar tão atrativo recentemente é regulamentação federal recomendando que o etanol seja misturado à gasolina para reduzir a poluição provocada pelas emissões de motores à combustão. O problema é que há tantas refinarias hoje em produção que o preço do produto começou a desabar. O governo americano teme que essa oscilação do preço para baixo acabe deixando muita gente quebrada. →
As frotas de ônibus das principais cidades brasileiras podem passar a ser movidas a gás natural. A Petrobras assinou um convênio com os ministérios de Minas e Energia e Cidade se comprometendo a manter o preço do gás a 55% do valor do diesel por dez anos. Em contrapartida, as prefeituras incentivariam a conversão dos transportes coletivos de diesel para gás. O Globo afirma que 1 bilhão de litros de diesel são consumidos anualmente só no Rio e em São Paulo. →
Os ingleses gostam da idéia de serem ecologicamente corretos, mas reclamam que dói no bolsa. Sai caro preferir serviços e produtos que não prejudiquem o meio ambiente. Numa tentativa de mudar este raciocínio, o governo lançou uma campanha para incentivar as companhias a darem descontos para consumidores que economizem energia. Há grupos especializados também em convencer as donas de casa que preservar o meio ambiente vale a pena. A história ta no The Guardian(gratuito). →
Nos Estados Unidos, está cada vez mais complicado para a turma pró-desenvolvimento econômico a qualquer preço apresentar justificativas financeiras para devastar o meio ambiente com obras de infra-estrutura. É que hoje há no país economistas capazes de fazer contas convincentes em favor da preservação da natureza. Muito se deve a John Loomis, professor da Universidade do Colorado e um dos primeiros a tentar, de forma sistemática, atribuir valor ao meio ambiente. A reportagem está na edição de março da Outside (gratuita). →
A Grist (gratuita) escreve que a indicação de Stephen Johnson para dirigir a Environmental Protection Agency, o órgão regulador do meio ambiente nos Estados Unidos, foi ovacionada pelos ambientalistas americanos. Nada de mais se levar em conta que Johnson, funcionário de carreira da EPA, é um respeitadíssimo cientista ambiental. Mas pensando em quem o indicou, George Bush, velho inimigo dos verdes, não deixa de ser ou uma escolha ou uma recepção surpreendente. →
O Norte dos Estados Unidos está sendo invadido por corujas. De várias espécies. No estado de Minnesota. De janeiro para cá, ornitologistas reportaram ter avistado 2 mil e 500 corujas por lá. No ano passado inteiro, diz o The New York Times (gratuito, pede cadastro), não fora vistas mais do que 42. A razão para esta migração que ecologistas estão chamando de histórica é a súbita e radical queda na população de roedores – principal alimento da corujada – nas florestas boreais do Canadá e Alaska. Não se sabe porque os ratos de floresta sumiram. Mas a sua falta obrigou as aves a descer para o Sul em busca de comida. →
Kees Moeliker é um biólogo holandês cuja fama vem do estudo sistemático dos hábitos de uma espécie de pato comum no Norte da Europa. Graças a ele, sabe-se que a estratégia reprodutora dos bichos envolve a curra das patas e que cerca de 10% da espécie acaba formando casais homossexuais. Ano passado, ele fez a sua mais incrível descoberta científica. Os patos são chegados a uma necrofilia. Está tudo registrado em filme e o feito lhe valeu o prêmio Ig Nobel, uma paródia do Nobel entregue à pesquisadores que se dedicam ao estudo de coisas que não tem qualquer importância ou que são inusitadas. Moeliker vai dar palestra em Londres, conta o Guardian (gratuito), e os ingressos já estão esgotados. →
Na Bulgária, ativistas ambientais também correm perigo de vida, conta o Environmental News Service (gratuito). Albena Simeonova, uma ativista do Greenpeace metida na organização da oposição à construção de uma usina nuclear no país, desde fevereiro não passa um dia sem receber ameaças de morte. Algumas são feitas pessoalmente, na rua. Simeonova vem sendo vilificada pela indústria de energia búlgara, que há anos a acusa de ser contra o desenvolvimento e a geração de empregos. Daí a lhe darem um tiro, não vai faltar muito. →
O ditador do Zimbabwe, Robert Mugabe, admitiu ontem que a safra agrícola de seu país deste ano será insuficiente para alimentar a população. O Environmental News Service (gratuito) informa que a crise deve ser bem mais grave, pois Mugabe, habitualmente, enfrenta crises de abastecimento mas sempre diz que a safra foi excelente. O Zimbabwe é um dos países africanos com maior degradação ambiental. →
