ZEE para gregos e troianos

A novela em torno do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) da Baixada Santista, que já dura dez anos, está prestes a terminar. Na última semana, uma comissão especial formada no Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo se reuniu para discutir os destaques feitos por ambientalistas à proposta do grupo responsável pelo ZEE. Dezoito pontos estiveram em debate. Na próxima quinta-feira (12), está marcado um novo encontro do grupo. Segundo o oceanógrafo Fabrício Gandini, da não-governamental Instituto Maramar, as discussões não devem acabar no dia 12. Serão necessários outros encontros para que o grupo chegue a um desenho final, o que deve durar mais uns 30 dias. “Nunca ficará a contento (o desenho do ZEE), mas há uma luta grande para avançarmos na questão ambiental e as perspectivas são boas”, diz.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Onde tem soja, tem asfalto

As obras de asfaltamento da estrada que ligará um dos silos do Grupo André Maggi e outro da Bunge no município de Brasnorte à cidade de Sapezal (MT) estão prontas para começar, na semana que vem. A construtora Sanches Tripoloni já está com as máquinas preparadas para asfaltar os trechos que faltavam para a soja do oeste de Mato Grosso chegar ao porto de Porto Velho por estradas totalmente asfaltadas. O trajeto desta via belisca, mas não atravessa nenhuma terra indígena.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Escoamento por terra indígena

O escoamento de soja de Mato Grosso para Rondônia e em seguida para o porto de Itacoatiara, no Amazonas, administrado pelo grupo do governador Blairo Maggi, tem adotado outros caminhos possíveis. O melhor deles passa por dentro da Terra Indígena Utiariti, uma gigante de cerca de um milhão de hectares de Cerrado que pertence aos índios Pareci. A estrada de terra de 63 quilômetros que liga as cidades de Campo Novo do Parecis ao rio Papagaio, em Sapezal, corta a área protegida e é aguardada com ansiedade também pelos índios. Além de melhorar seu acesso às cidades da região, eles esperam um aumento do faturamento que ganham cobrando pedágio às carretas, que deverão optar mais pelo caminho pavimentado. O Ibama ainda não liberou a licença de instalação do empreendimento.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Por que parou?

O Ministério do Meio Ambiente convidou as instituições que vinham executando o programa Proambiente, que dava assistência rural e ambiental a pequenos produtores na Amazônia, para uma conversa em Brasília na semana que vem. O programa incentivava concretamente que eles optassem por culturas menos impactantes em resposta à forte pressão da pecuária. Mas há dois anos foi suspenso por falta de repasse de recursos. Em Juína, no noroeste de Mato Grosso, a entidade executora do programa, Ajopam, estima que precise de apenas mil reais por ano para cada família atendida. Esse programa é visto como exemplo para o tão esperado pagamento por serviços ambientais. Ou era.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Sem acordo

Segue indefinido o posicionamento do Ibama em relação ao programa MT Legal, aprovado em Mato Grosso no final do ano passado. Enquanto produtores rurais esperam que o órgão federal feche um acordo para “não punir” quem se cadastrar na iniciativa estadual de regularização ambiental, os fiscais continuam suas ações rotineiras, para desagrado do estado. A nova legislação dá mais um ano para que quem tenha déficit de reservas legais e áreas de preservação permanente requerer licenciamento e faz o infrator assinar um termo de compromisso prometendo mais uma vez entrar na linha. A única coisa que o fazendeiro vai ter que fazer no momento em que manifestar sua vontade de se regularizar é parar imediatamente de executar atividades em áreas de preservação permanente – uma recomendação um tanto quanto tardia para o estado que em 2007 firmou compromisso público de recuperar beiras de rios, topos de morros e áreas de nascentes até 2010.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Poucos dias para respirar tranquilo

Levantamento do jornal O Estado de S.Paulo mostra que apenas 41 dias dos 366 no ano passado apresentaram boa qualidade do ar na capital paulista. No restante, isto é, em 89% dos dias, ao menos uma das 22 estações de medição da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) registrou concentração de poluentes acima do limite seguro para a saúde. Dos 41 dias totalmente bons, 17 ocorreram em sábados ou domingos. Além disso, dez destes dias estavam concentrados em janeiro, mês de férias e no qual a frota de veículos na cidade cai 40%, o que significa que eles ainda são os grandes vilões da má qualidade do ar em São Paulo.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Nem andares altos escapam da poluição

O poluente que mais preocupa os órgãos ambientais paulistas é o ozônio, também o principal responsável pelos dias de má qualidade do ar medidos pela Cetesb. E os mais suscetíveis não são apenas os que vivem perto vias com grande fluxo de veículos. Áreas com alta concentração de edifícios também são favoráveis ao acúmulo poluente. A conclusão é do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Segundo suas medições, nestas áreas, quanto mais alta a medição, maior era a concentração do poluente. Segundo pesquisadores da universidade, isso deve-se ao ato de que a substância depende da luz solar para se formar.

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Aves dos estados

O Eco mostrou recentemente que pássaros ilustram bandeiras, hinos e dão nome a vários municípios brasileiros. Antes, o biólogo Roberto Gonçalves de Oliveira identificou as aves símbolos dos 27 estados e do Distrito Federal, que adotou o uiraçu-verdadeiro. Confira uma prévia ilustrada do livro As aves-símbolos dos estados Brasileiros aqui. Você pode ler belezas como essa: "Em derredor agrupa-se da mata. Quando o canto, veloz, muda em cascata, Tudo se queda, comovido, a ouvi-lo: O mais nobre sabiá susta a sonata, O canário menor cessa o pipilo. Eu próprio sei quanto esse canto é suave; O que, porém, me faz cismar bem fundo Não é, por si, o alto poder dessa ave: O que mais no fenómeno me espanta, E' ainda existir um pássaro no mundo Que se fique a escutar quando outro canta!"

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Educação à base de multa

Enquanto Barcelona vem movendo mundos e fundos para melhorar alguns pontos na sua agenda ambiental, como mostrou O Eco, Madri enfrenta problemas típicos de grandes e populosas cidades. A capital espanhola mobilizará 300 policiais para multar os sujões da metrópole que vê suas ruas cheias de garrafas quebradas, pichações e baganas de cigarro, além das manhãs de domingo cheirando a urina e cocô de cachorro. As sanções poderão chegar a 1,5 mil Euros (cerca de R$ 4,5 mil). Foi noticiado pelo jornal A Notícia (SC).

Por Salada Verde
9 de março de 2009

Fina flor da especulação

A edição de fevereiro da revista Retrato do Brasil traz interessante reportagem sobre como grandes grupos econômicos se apoderaram da construção de pequenas centrais hidrelétricas, espalhando essas barragens em todos os cantos do país, dentro ou fora de terras indígenas, inclusive. "O concessionário passa a ter o contrato e o recurso da PCH. Ele vende a produção prevista da usina, com autorização da Aneel, licença ambiental, financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], tudo garantido por lei, e com o negócio consolidado, que tem um fluxo de caixa de longo prazo assegurado. Vende o fluxo de caixa líquido. Vende, por exemplo, para um fundo de pensão, que, com 12% ao ano de retorno, fica feliz. Mas, como o negócio rende 30%, ele embolsa a diferença e passa o projeto para alguém construir. Em resumo: o especulador não constrói um metro de usina, não produz um único kW e assim mesmo se apropria de parte do lucro. Esse setor das PCHs, da energia eólica, no âmbito do Proinfa, com base na legislação da Aneel, virou a fina flor da especulação financeira”, diz a reportagem. Confira aqui.Saiba mais:Maior central hidrelétricaRemando contra a corrente no PantanalAssalto à central hidrelétrica

Por Salada Verde
9 de março de 2009