Guerras contra o meio ambiente

Estudo divulgado pela revista Conservation Biology (Biologia da Conservação) conclui que mais de oito em cada dez conflitos armados, entre 1950 e 2000, aconteceram em regiões mais ameaçadas e ricas em formas de vida do planeta. O estudo Guerra nos Hotspots de Biodiversidade foi conduzido por cientistas internacionais e compara os principais conflitos com os 34 focos de biodiversidade identificados pela ong Conservação Internacional. Esses locais (chamados de hotspots) abrigam mais da metade das espécies de plantas do globo e mais de 40% dos vertebrados. Mesmo assim, são ameaçados no mais alto grau. Vinte e três das 34 áreas foram alvos diretos de conflitos no período da pesquisa.  Os exemplos incluem a Guerra do Vietnã, quando o Agente Laranja destruiu a cobertura florestal e os mangues costeiros do país; a extração de madeira que ajudou a financiar guerras na Libéria, Camboja e República Democrática do Congo. A pressão sobre recursos naturais cresce com os refugiados de guerra. Eles acabam caçando, cortando ou coletando lenha para cozinhar ou construir acampamentos. Mais armamento circulando se traduz em mais caça ilegal de animais selvagens. No Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo, 95% dos hipopótamos foram aniquilados. “Milhões das pessoas mais pobres no mundo vivem nos hotspots e dependem de ecossistemas saudáveis para sobreviver. Portanto, existe uma obrigação moral, assim como uma responsabilidade social e política, de proteger esses lugares e todos os recursos e serviços que eles provêem”, afirmou o presidente da Conservação Internacional e um dos autores do estudo, Russell A. Mittermeier, em nota da entidade.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Carnaval bem vigiado

Quem pretende passar o carnaval em Trindade, em Paraty (RJ), terá vizinhos um tanto incomuns: membros do Batalhão Ambiental, Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Durante todos os dias de folia eles estarão de vigia nas praias do Meio e Caixadaço, as mais visitadas da região, para impedir agressões ao meio ambiente. A partir desta sexta (20), estão proibidos acampamento, estacionamento de traillers, shows, eventos noturnos e comércio de ambulantes. A determinação é da direção do Parque Nacional da Serra da Bocaina, que abrange grande parte da área.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Jovens contrabandeiam peixes no Amazonas

Fiscais do Instituto Chico Mendes (ICMBio) apreenderam na última semana cerca de sete mil filhotes de aruanã-preto (Osteoglossum ferreirai)  no Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas. Os peixes estavam em poder de dois adolescentes que contrabandeavam os alevinos pelas hidrovias na unidade de conservação. Eles seriam entregues a um suposto traficante colombiano. A pesca do aruanã é proibida nesta época do ano, quando os animais se reproduzem. Os alevinos desta espécie ficam protegidos dentro da boca do macho adulto e, para capturá-los, o peixe adulto é inevitavelmente pêgo. Junto com os aruanãs, também estavam sete tartarugas adultas que seriam vendidos em cidades próximas à unidade de conservação. Os animais são muito apreciados pela gastronomia local. Os adolescentes foram multados em mais de 200 mil reais. Pagarão como?

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Crise afeta setor de reciclados

Com a queda no preço das commodities em nível global, os valores de compra e de venda de itens que podem ser reciclados despencou. Por isso, a não-governamental Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), de São Paulo, promete divulgar, na próxima semana, um levantamento nacional das baixas nos valores de recicláveis. Mas já se sabe, por exemplo, que alguns materiais estão sendo comercializados até 70% mais baratos. Além da crise no preço das commodities, a queda também foi influenciada pelo período do ano. Os meses de dezembro a março são geralmente ruins para o setor. Segundo o Cempre, isso provavelmente tem feito com que catadores de reciclados tenham migrado para outras atividades.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Vale condenada a criar reserva

A mineradora Vale e a Geoexplore Consultoria e Serviços, que presta serviços para a empresa, foram obrigadas pela Justiça Federal a criar uma reserva florestal na região de Carajás, sul do Pará. É o preço por terem provocado um incêndio na Floresta Nacional de Carajás, em julho de 2003. De acordo com o Ministério Público Federal, o fogo foi provocado pela Geoexplore. Em sua defesa, as empresas alegaram que não precisavam fazer nenhum tipo de indenização porque a área queimada havia se regenerado sozinha. A desculpinha não colou e, no último dia 12, as empresas foram condenadas. Além de terem provocado o incêndio, ambas teriam sido negligentes com o fato, tendo chamado os bombeiros somente uma semana depois de o fogo iniciado. A Vale informou que irá recorrer.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Impactos da cana no país

Para quem ainda não viu o novo relatório da ONG Repórter Brasil sobre os impactos da cana no Brasil, lançado no final de janeiro, vai uma canjinha. Além de continuar sendo o campeão em casos de trabalho escravo, o setor foi líder em multas elevadas aplicadas em 2008, pelo Ibama. Em São Paulo, elas foram motivadas pela emissão de poluentes em desacordo com a legislação; em Pernambuco, todas as 24 usinas no estado foram multadas por não cumprirem as leis de áreas de proteção permanente e reservas legais; no Mato Grosso do Sul, o Pantanal é cada vez mais ameaçado pela expansão das lavouras. E este são apenas alguns exemplos do que a cana pode causar aos biomas do país e aos brasileiros. Para conferir o relatório completo, clique aqui.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Desvelando omissões

Depois de uma profunda investigação sobre o licenciamento de uma usina termelétrica em Barcarena, no Pará, o promotor de Justiça Raimundo Moraes, do Ministério Público Estadual, concluiu que o processo “é um exercício para desvelar as omissões. Então, o principal problema é exatamente que os empreendedores, no estudo de impacto, omitem as verdadeiras dimensões do projeto, omitem os verdadeiros impactos. Não tratam das compensações e das medidas mitigadoras, portanto não agem de uma forma correta, honesta com a sociedade. Eles procuram de alguma forma fazer que os verdadeiros impactos sejam omitidos, sejam escondidos. Esse é o principal problema no processo de licenciamento ambiental”. Plá! Para conferir uma entrevista completa com ele, veiculada pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde, clique aqui.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Sobre a termoelétrica

O licenciamento citado por Raimundo Moraes está em curso na Baía de Guajará, em Barcarena, a 45 minutos de barco de Belém. A usina termelétrica da Vale, segundo entidades civis, trará vários danos sócio-ambientais à região. Em palestra durante o último Fórum Social Mundial, o promotor salientou o lançamento na atmosfera de 18,3 kg/ano de mercúrio pela termelétrica, que poderá funcionar com carvão importado de Moçambique ou da Colômbia. Ele denunciou, ainda, que a usina despejará 12 toneladas de gesso/hora e 13 toneladas de cinzas/hora no ar. A planta já obteve Licença Prévia do governo estadual.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Amazônia perdeu uma Venezuela

Um relatório das Nações Unidas, lançado esta semana em Nairóbi (Quênia, África), mostra que oito países amazônicos (incluindo Brasil) são responsáveis pela perda de 17% da floresta, nos últimos 30 anos. A área equivale a quase todo o território da Venezuela, por exemplo.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009

Rosado mostra a que veio

Mal sentou no trono da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, o deputado Berfran Rosado (PPS) já mostra que lá chegou para dar apoio irrestrito às lavouras de eucaliptos. O meio ambiente e o Pampa que se danem. Ontem, declarou, em encontro com delegação da fronteira oeste que pedia uma planta da multinacional Stora Enso, que esses "São investimentos que vêm para melhorar uma região, combater desigualdades e avançar em termos de geração de empregos e oportunidades de renda e trabalho", conforme nota do governo de lá. A implantação da empresa depende até de mudanças na legislação federal. Nota completa aqui.

Por Salada Verde
20 de fevereiro de 2009