Na carona do Fórum Sócial Mundial, recém encerrado em Belém (PA), a vermelhíssima revista Teoria e Debate reúne textos dos "ex" Marina Silva e Hamilton Pereira (secretário do Ministério do Meio Ambiente), entrevista com Lula, artigos de professores universitários, sociólogos e afins. Se o governo colocar mesmo em prática essa teoria toda, a Amazônia agradece. →
Alguns biocombustíveis, como os feitos de milho, podem causar mais danos à saúde humana do que os de origem fóssil. Isso é o que sugere um estudo publicado ontem (3) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, no qual os ônus financeiros associados aos diferentes combustíveis foram mapeados. O custo ambiental e para a saúde humana de um galão de gasolina fica em torno de 71 centavos de dólar, para 72 centavos de dólar a mesma quantidade de etanol à base de milho. Nesta conta, estão associados problemas causados por uso de agrotóxicos, por exemplo. A esperança é na próxima geração de biocombustíveis, como os feitos a partir de resíduos orgânicos ou plantas cultivada em terras marginais não utilizadas para cultivar alimentos, diz notícia do britânico Guardian. Para eles, o custo seria de 19 a 32 centavos de dólar. →
Em sonora publicada na sua página oficial, o deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) faz um discurso inflamado para os agricultores. Ele avisa que, caso o Ibama ou a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma) solicitem a averbação de terras destinadas à reserva legal, o proprietário deve recursar o pedido, já que um decreto presidencial estendeu o prazo até 11 de dezembro. Ele se baseia no fato de que as discussões sobre o novo código para julgar crimes ambientais ainda estão em andamento e afirma que a determinação sofrerá alterações. “Vamos mexer na lei e com a nova lei é que vamos determinar como vamos administrar isso, se é preciso averbar, se é preciso ficar na propriedade ou não”, diz. O político está certo, mas só quanto às datas que cita. Discurso pregando o não-cumprimento da lei pega muito mal e pode prejudicar os próprios produtores no futuro. →
A superintendência do Ibama/BA iniciou, no último final de semana, uma operação para livrar os banhistas de Porto da Barra e outras praias do litoral norte baiano do incômodo causado por lanchas, jet-skis, quadriciclos, carros, cavalos e outros animais. De acordo com a legislação municipal e federal, as embarcações têm tráfego limitado em 200 metros da praias e veículos são proibidos de circularem nas areias. A regra, no entanto, não é respeitada. A região de Guarajuba, no município de Camaçari, apresenta um problema ainda maior: um trecho classificado pelo órgão ambiental como área de reprodução de tartarugas é usado e abusado por indigestos visitantes. A notícia é do jornal Tribuna da Bahia. →
A nova Constituição boliviana, aprovada em referendo em janeiro e que entra em vigor no próximo sábado (7), foi considerada por setores de Direita um retrocesso na democracia do país latino, por supostamente dar mais poderes para o presidente Evo Morales. No cenário ambiental, todavia, ela promete ser um um avanço. Isso porque cria o Ministério do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, dando a ele 21 atribuições, entre elas a definição do desenho da política nacional de terras e território e a regulação do direito sobre os recursos naturais. A nova pasta vai incorporar certas atribuições de ministérios extintos com a nova carta magna, como o de Água e Desenvolvimento Rural. Segundo resultado oficial, divulgado ontem (2), a nova constituição foi aprovada por mais de 61% dos eleitores bolivianos. →
O Ibama determinou ontem (2) a proibição da pesca no Rio Paraíba do Sul, que corta o interior dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, até 31 de maio. A restrição foi motivada porque, em novembro passado, um acidente no município de Resende (RJ) provocou o vazamento de 7,5 mil litros de pesticida, levando à contaminação da água e à mortandade de peixes em diversos municípios. A medida visa permitir a recuperação dos estoques pesqueiros. Desde novembro, a pesca está proibida em função do período de defeso. O veto se estende desde Resende até São João da Barra. →
Vale lembrar que não é só a Bolívia que vem buscando aperfeiçoar sua política ambiental. Em setembro passado, o Equador aprovou sua nova Constituição, também dando mais importância ao meio ambiente. No documento, a natureza foi reconhecida como “sujeito de direitos”, isto é, com direito a “existir, perdurar, manter e regenerar seus ciclos vitais, sua estrutura, funções e processos evolutivos”. Também está proibida a privatização e qualquer forma de propriedade sobre serviços ambientais. →
A Colômbia não foi a única agraciada com novas espécies de anfíbios. Pesquisa da Universidade de Delhi, publicada no última edição do Zoological Journal of Linnean Society, de Londres, traz a descrição de 12 espécies descobertas na Índia, como esta aí ao lado (Philautus akroparallagi). Tratam-se de sapos que vivem em árvores na região dos Ghats, a oeste do país, e incluem uma área predominante montanhosa, de clima quente e muita floresta. O pesquisador S D Biju afirma que os habitats regionais estão sendo destruídos rapidamente, algo que pode comprometer novas descobertas. Outras fotos e o artigo completo (em inglês) podem ser conferidos nesse atalho. →
Uma matéria da revista New Scientist revela que, dentro de um século, os habitantes da Espanha e Itália viverão sob um calor intenso e contínuo. É o que diz um grupo de pesquisadores do Instituto Real de Meteorologia da Holanda. Segundo estudos com modelos de computador baseados nas expectativas do aquecimento global, é possível que as temperaturas no sul da Europa aumentem de dois a três graus centígrados, fato que provocaria escassez de chuvas e consequente aridez nos solos. Como se não bastasse, o ar quente acumulado acima dessas áreas pode afetar a circulação dos ventos, modificando o clima em regiões mais ao norte. →
Segue rolando no Ministério Público Federal, seção de Patos de Minas, a ação pelo fechamento da mina de zinco da Votorantim em Vazante, no noroeste de Minas Gerais. Reportagens se acumulam, em O Eco, Globo Minas, Folha Universal, Folha de S. Paulo, entre muitos outros veículos, enquanto a empresa segue negando que as milhares de dolinas tenham qualquer ligação com sua atividade. As licenças emitidas por órgãos ambientais são um de seus principais argumentos. Em casos como esse, tempo é tudo para a mineradora. →
