Amanhã à noite, a coalizão pró-etanol feito à base de milho também tentará surfar a onda verde da posse de Obama com o Baile da Energia Limpa. É puro marketing. O etanol produzido com milho pelos americanos é reconhecidamente uma das culturas mais poluentes do mundo. →
Os eventos verdes tiveram seu pontapé inicial na noite de sábado, com o Baile da Celebração Máxima e Impacto Mínimo, provavelmente a festa mais amiga do meio ambiente desses dias em Washington. Seus organizadores usaram pratos e copos feitos de material reciclável, do mesmo modo que as toalhas de mesa, e boa parte da energia utilizada para iluminar o local e tocar música foi gerada através da instalação de placas solares. Ele competiu pelas atenções no sábado com o Baile Legal, um evento mais modesto, patrocinado pelo Sierra Club, uma das mais antigas organizações ambientalistas do mundo. →
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo acaba de vencer ação na justiça contra o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra). Pela decisão do juiz Guilherme Andrade Lucci, da 2ª Vara Federal de Campinas, o órgão está proibido de realizar toda e qualquer atividade para o assentamento de novas famílias na área da Fazenda São Luis, em Cajamar, interior paulista. Não há licença ambiental. O território está todo dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e 80% são tombados como monumento natural, na Serra do Japi. Por isso o MPF quer sua proteção. A fazenda foi invadida em 2004 e até hoje permanece sem regularização. Em 2006, o Incra deu início a compra de terras para futura regularização das famílias, nenhuma com licenciamento. →
Responsável por uma nova técnica de plantio de mudas nativas da Mata Atlântica na degradada área do Vale do Paraíba do Sul (RJ), o Novo Horizonte 1 recebeu visitas ilustres no último 7 de janeiro. Na ocasião, os novos secretários de Educação, Meio Ambiente e Agricultura do município de Paty dos Alferes foram à sede do projeto coordenado pelo engenheiro André Rívola – localizada em Paulo de Frontin - e reiteraram que a preservação ecológica é uma das maiores bandeiras do recém-empossado governo local. →
Durante a visita, os políticos conheceram a sede administrativa do Novo Horizonte 1, a oficina de sementes, a sala de preparação de substrato e o laboratório de técnicas de plantios florestais. A maior surpresa, no entanto, ficou para o fim, quando Rívola e Roberto Feital (engenheiro ambiental do projeto) mostraram o viveiro principal com capacidade de produzir 170 mil mudas anuais de vegetação nativa. Está em fase final de montagem e semeadura. →
Estudos realizados na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), em conjunto com a Northeastern University, de Boston (Estados Unidos), chegaram à uma técnica que reduz em até dez vezes a emissão de poluentes no uso de plástico como combustível. Com isso, ficou mais viável pensar na utilização desses materiais para geração de energia. Por ser um derivado do petróleo, o plástico apresenta alto poder calorífico, equivalente ao da gasolina e maior que o do carvão mineral. No entanto, a técnica não é utilizada em grande escala porque sua queima gera poluentes cancerígenos. →
Depois de muito protesto dos espeleólogos e nenhuma abertura do governo federal para rever o decreto que permite a destruição de 80% das cavernas brasileiras, começaram a surgir as primeiras alternativas legislativas. O deputado Mendes Thame (PSDB) entrou com um projeto para sustar a aplicação do decreto 6.640/08, ainda no fim de 2008. A argumentação foi fácil. Bastou se valer das justificativas mais que consensuais defendidas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia. O projeto do parlamentar ainda precisa passar pelas comissões de Minas e Energia, de Meio Ambiente e Constituição e Justiça e de Cidadania. →
Mas se depender do relator do projeto, o deputado José Otávio Germano (PP-RS), a investida não deve prosperar. Segundo ele, não se pode atribuir às cavernas valor cultural ou ecológico antes de uma verificação no local. Ele também acha improcedente afirmar que as cavernas não estejam atrapalhando o desenvolvimento do país e cita a usina de Tijuco Alto, no sul de São Paulo, e projetos do grupo Votorantim parados por causa das malfadadas cavidades. Ele diz que é preciso resolver “o problema das cavernas” para os empreendimentos serem viabilizados. Se resolver o problema é destruir as cavernas, o nobre parlamentar não precisava nem se alongar em argumentos desenvolvimentistas. →
Com estandartes e baluartes, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), lançou, na última sexta (16), o que estão chamando de "primeiro bairro ecológico" do país. Trata-se do Setor Noroeste, novo palco para a especulação imobiliária da (cada vez mais inchada) capital federal plantar muitos prédios e apartamentos. Nas promessas governistas, a área deverá usar luz do sol para gerar energia, aproveitar água da chuva para manter parques e lagos, instalar sistema pneumático para coleta de lixo etc. Faltou avisar que sua construção vai acabar com mais de 800 hectares de Cerrado, bem em frente ao Parque Nacional de Brasília (Água Mineral). Neste fim de semana, o mesmo governo licenciou outros condomínios - Lago Sul 1, Jardins do Lago 1 e 2, Ecológico Village 3 e Quintas Bela Vista. Serão tão ecológicos quanto o primeiro? →
O presidente-eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, já começa seu mandato dando mostras de que o meio ambiente pode ser mesmo uma de suas bandeiras. Os convites e envelopes para sua posse, que acontece na próxima terça (20), foram produzidos com papel certificado e estampam o selo do Forest Stewardship Council (FSC) Reciclado. Para quem não lembra, o selo deve garantir que toda a cadeia de produção do papel seja ambientalmente responsável, tanto os materiais “virgens”, quanto os reciclados. Mais de um milhão de convites foram distribuídos. →
