Reação parlamentar

Depois de muito protesto dos espeleólogos e nenhuma abertura do governo federal para rever o decreto que permite a destruição de 80% das cavernas brasileiras, começaram a surgir as primeiras alternativas legislativas. O deputado Mendes Thame (PSDB) entrou com um projeto para sustar a aplicação do decreto 6.640/08, ainda no fim de 2008. A argumentação foi fácil. Bastou se valer das justificativas mais que consensuais defendidas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia. O projeto do parlamentar ainda precisa passar pelas comissões de Minas e Energia, de Meio Ambiente e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Por Salada Verde
19 de janeiro de 2009

Com a palavra, o entendedor de cavernas

Mas se depender do relator do projeto, o deputado José Otávio Germano (PP-RS), a investida não deve prosperar. Segundo ele, não se pode atribuir às cavernas valor cultural ou ecológico antes de uma verificação no local. Ele também acha improcedente afirmar que as cavernas não estejam atrapalhando o desenvolvimento do país e cita a usina de Tijuco Alto, no sul de São Paulo, e projetos do grupo Votorantim parados por causa das malfadadas cavidades. Ele diz que é preciso resolver “o problema das cavernas” para os empreendimentos serem viabilizados. Se resolver o problema é destruir as cavernas, o nobre parlamentar não precisava nem se alongar em argumentos desenvolvimentistas.

Por Salada Verde
19 de janeiro de 2009

Conversa fiada no DF

Com estandartes e baluartes, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), lançou, na última sexta (16), o que estão chamando de "primeiro bairro ecológico" do país. Trata-se do Setor Noroeste, novo palco para a especulação imobiliária da (cada vez mais inchada) capital federal plantar muitos prédios e apartamentos. Nas promessas governistas, a área deverá usar luz do sol para gerar energia, aproveitar água da chuva para manter parques e lagos, instalar sistema pneumático para coleta de lixo etc. Faltou avisar que sua construção vai acabar com mais de 800 hectares de Cerrado, bem em frente ao Parque Nacional de Brasília (Água Mineral). Neste fim de semana, o mesmo governo licenciou outros condomínios - Lago Sul 1, Jardins do Lago 1 e 2, Ecológico Village 3 e Quintas Bela Vista. Serão tão ecológicos quanto o primeiro?

Por Salada Verde
19 de janeiro de 2009

Convites certificados para Obama

O presidente-eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, já começa seu mandato dando mostras de que o meio ambiente pode ser mesmo uma de suas bandeiras. Os convites e envelopes para sua posse, que acontece na próxima terça (20), foram produzidos com papel certificado e estampam o selo do Forest Stewardship Council (FSC) Reciclado. Para quem não lembra, o selo deve garantir que toda a cadeia de produção do papel seja ambientalmente responsável, tanto os materiais “virgens”, quanto os reciclados. Mais de um milhão de convites foram distribuídos.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

Bunge na mira dos federais

As atividades da Bunge Alimentos no Piauí estão na mira da Polícia Federal. Na última quarta (14), o Ministério Público Federal solicitou investigações sobre supostas irregularidades ambientais cometidas pela empresa. O pedido foi feito porque há indícios de que ela esteja desmatando áreas de Cerrado para fabricar lenha e alimentar seus fornos. O uso de lenha como matriz energética já havia sido suspensa em março de 2008, por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na época, a empresa entrou com recurso contra a decisão. Se o inquérito da polícia confirmar que a Bunge continua usando lenha de Cerrado, ela estará cometendo dois crimes ao mesmo tempo: utilização ilegal do produto e desobediência à decisão do TRF.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

Soluções na internet

A viagem acabou, um livro vem aí e o legado está todinho na internet. A aventura de estudantes franceses que captaram 70 mil euros para viajar por 21 países e divulgar soluções inovadoras nas áreas de energia, transporte, construção e descarte pode ainda ser assessada no site do projeto “Shake your planet” (inglês e francês). O site é uma espécie de blog onde eles contam o dia-a-dia da viagem e de maneira interativa mostram mapas, entrevistas e muitas fotos de idéias ambientalmente interessantes que já são realidade em alguns lugares do mundo.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

Tequila traz problema para o México

Não é só o Brasil que vem sofrendo com a monocultura. O agave-azul, planta com a qual se faz a tequila, tem consumido cada vez mais terras no México, de forma desordenada. Sua expansão trouxe grave degradação ambiental no país, diz pesquisa da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Pela lei mexicana, o agave-azul só pode ser produzido em pontos restritos de Jalisco e em outros quatro estados considerados “áreas geográficas de origem da planta”. O plantio exagerado da espécie foi provocado, em parte, pelo boom do consumo de tequila nos últimos 15 anos. Além da perda de matas nativas e plantações, o cultivo do agave provoca substituição de práticas tradicionais e marginaliza pequenos proprietários, diz notícia do site Science Daily.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

Estudo sobre bioetanol em Campinas

Semana que vem começam as obras do futuro Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas (SP). Ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, tem como objetivo o desenvolvimento de um programa para mecanização de canaviais com baixo impacto sobre o solo, permitindo um plantio direto e com gasto reduzido de água. Cerca de 8 milhões de reais serão investidos na obra, que deve ficar pronta em setembro e terá espaço para 80 pesquisadores. O centro será instalado nas dependência do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Hoje, mais da metade da cana no centro-sul do país é colhida com queima da palha, o que gera graves danos ambientais.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

Banalização das unidades de conservação

O projeto do deputado Sérgio Ricardo (PR/MT), para criar uma unidade de conservação no entorno de uma lagoa, no meio do Centro Político Administrativo de Cuiabá, foi sumariamente vetado pelo governador Blairo Maggi esta semana. Também pudera. Além de não vir acompanhado de justificativa técnica, o projeto não passou pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e não foi motivo de nenhuma consulta pública. Num estado em que toda e qualquer área nativa que resta deveria ser protegida antes que passassem as motosserras, gasta-se tempo e dinheiro público para dar status de unidade de conservação ao quintal do poder legislativo.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009

2009 na pindaíba ambiental

Na justificativa do veto ao projeto do deputado, Maggi deixou bem claro que não pretende investir na criação de novas unidades de conservação em Mato Grosso este ano. Frisou que não existe planejamento financeiro para isso, nem mesmo para cumprir com as atividades essenciais de manejo e conservação às unidades existentes.

Por Salada Verde
16 de janeiro de 2009