Essa novela ainda não acabou

Está muito enganado quem acredita que a polêmica em torno do enxofre no diesel da Petrobras acabou depois do acordo judicial firmado em Brasília no final de outubro. Ele que impunha certas medidas para compensar a não entrada em vigor dos padrões mais rígidos de emissão previstos em uma resolução do Conama de 2002. Acontece que uma discussão hoje cedo na Faculdade de Economia e Administração da USP mostrou que as posições continuam muito distantes. Os representantes da Petrobras continuam posando de vítimas, enquanto a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) joga a culpa na Agência Nacional de Petróleo (ANP). O promotor do Meio Ambiente de São Paulo, José Eduardo Ismael Lutti, por sua vez, não reconhece o acordo.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Cenas dos próximos capítulos

Mas as melhores intervenções foram, como quase sempre, do professor Paulo Saldiva. Ele destruiu os argumentos dos representantes da Petrobras, reclamou da falta de estudos dos impactos sobre a saúde das políticas públicas nas áreas de mobilidade e energia, e disse ainda que a burocracia do Conama e do governo federal não tem competência técnica para lidar com um tema complexo como a qualidade do ar. E avisou: biodiesel vai ser outro problema, pois ninguém se deu ao trabalho de medir os seus impactos sobre a saúde dos moradores das nossas grandes cidades.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Pagamento atrasado a consultores

O Ministério do Meio Ambiente tem atrasado em mais de um mês o pagamento de consultores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) contratados pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC). O MMA deve cerca de 70 mil reais aos contratados. Na gestão Marina Silva, os atrasos desse tipo não costumavam passar de uma semana.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Rocco de volta

Rogério Rocco, que depois de um desafeto com o Carlos Minc foi retirado da superintendência do Ibama no Rio de Janeiro, voltará ao cenário da gestão ambiental como coordenador de unidades de conservação pelo Instituto Chico Mendes. Ele ficará responsável por atividades em 33 áreas no Rio, Espírito Santo, parte de São Paulo e de Minas Gerais.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Tarde demais?

Está marcada para amanhã (10) a tão esperada audiência pública para discutir a mudança do local de construção da barragem da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia. Foram convidados representantes da Agência Nacional das Águas (ANA), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ibama. Na prática, a audiência não deve mudar muita coisa no curso das obras, já que o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª região, desembargador Jirair Aram Meguerian, suspendeu na noite da última quinta-feira a liminar que impedia as obras iniciais da hidrelétrica. As atividades do Enersus, consórcio responsável pela hidrelétrica, já recomeçaram.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Guerra comercial no rio Madeira

Nestas indas e vindas sobre o futuro de Jirau, Carlos Minc, claro, já deu seu palpite. Para ele, a Odebrecht, responsável pela outra usina do Madeira, a de Santo Antônio, é que está boicotando as ações da Enersus. Para balizar o argumento de que há uma “guerra comercial” por trás das construções, o ministro do Meio Ambiente informou que os advogados responsáveis pela liminar que parou as obras em novembro eram os mesmos da Odebrecht. Em sua resposta, a construtora afirmou que os advogados atendem vários clientes e que ela não tem nada a ver com os ambientalistas que encabeçaram a liminar.Para ler o que já foi publicado sobre o assunto, clique aqui.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Expectativas em baixa

Poznan - Faltam apenas três dias para o fim das negociações na Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas na Polônia e o próprio secretário-executivo da Convenção, Yvo de Boer, começou a preparar os espirítos para o que pode ser um dos maiores fracassos diplomáticos dos últimos tempos. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que “talvez tenhamos uma proposta menos elaborada para Copenhague [ em 2009, quando terminam as negociações para o acordo climático pós-Kyoto] .” Ele explicou que pode não haver tempo suficiente para que os 192 membros da ONU cheguem a um acordo muito detalhado e que um texto mais amplo seria então mais apropriado. Mas se esse texto, mesmo que não seja detalhado, falhar em mostrar claramente quais serão as metas numéricas de redução de efeito estufa, o fracasso será evidente, afirmou De Boer.

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Poznan está gelada

Poznan - Está difícil quebrar o gelo das negociações na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Todo mundo sabe que de Poznan não se pode esperar resultados finais, mas sim processuais. Ou seja, as propostas que surgem aqui serão as que determinarão a ambição do próximo acordo climático, o chamado pós-2012, ano em que termina o primeiro período do Protocolo de Kyoto. As ONGs estão assustadas com a falta de ambição dos governos em reduzirem as emissões de gás carbônico. A Oxfam, por exemplo, instalou nesta terça esculturas de gelo na entrada do centro de convenções onde ocorrem os debates.  

Por Salada Verde
9 de dezembro de 2008

Estratégia certeira

Você já viu este filme, mas em Minas Gerais, aqui mesmo em O Eco. Lá, deputados aliados a pecuaristas e mineradoras que têm sido multados pelo Instituto Chico Mendes por explorar clandestinamente dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, arrumaram a mesma saída. Conseguiram aprovação em comissões permanentes da Câmara de um projeto que simplesmente transforma em Área de Proteção Ambiental (APA) 48 mil hectares do parque. A medida permitirá, na prática, que todas as atividades irregulares tenham continuidade, fazendo valer a tesde de que o crime ambiental compensa.

Por Salada Verde
8 de dezembro de 2008

De parque à APA, novamente

Como deputados mineiros, governo catarinense propõe que restingas do Parque Estadual do Tabuleiro virem Área de Proteção Ambiental. Especulação imobiliária agradece.

Por Salada Verde
8 de dezembro de 2008