Diamantina segue em chamas

Permanece crítica a situação no Parque Nacional da Chapada Diamantina, no interior da Bahia. Duas semanas após o início dos incêndios, quatro grandes focos de calor ainda atingem o interior e o entorno imediato da unidade de conservação. Sem contar os menores, que ocorrem simultaneamente e não foram combatidos. Até agora, a estimativa é que as chamas tenham atingido cerca de 20 mil hectares de floresta nativa, incluindo porções de Cerrado. Dois aviões e um helicóptero do governo estadual ajudam as brigadas e o Corpo de Bombeiros no combate ao fogo. Para piorar o quadro, os veículos dos quais o parque dispõe estão avariados. Não há previsão de chuva para os próximos dez dias. Veja, ao lado, um mapa dos incêndios.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

Greve da fiscalização

A Associação Nacional dos Fiscais Federais do Meio Ambiente (Anfeema) divulgou hoje que seus filiados farão uma paralisação de 24 horas amanhã em protesto contra a morosidade no processo de criação de um cargo para fiscais no Ibama e agora também no Instituto Chico Mendes. O assunto vem sendo discutido no instituto federal desde 2002. Hoje, técnicos e analistas ambientais atuam como fiscais depois que realizam um curso básico de formação e têm seu nome incluído numa portaria. Esta é apenas uma das reivindicações dos servidores para reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

Promessa da Força Federal

Os fiscais cobram de Carlos Minc o cumprimento da promessa que o ministro do Meio Ambiente fez em setembro durante uma coletiva de imprensa, quando disse que 1.480 servidores com portaria de fiscalização migrarão do Ibama para uma Força Federal de Combate aos Crimes Ambientais. Na pauta de reivindicações, além de melhoria na formação dos fiscais e nas condições de trabalho, exigem ainda que sejam abertas mais três mil vagas no Ibama e no Instituto Chico Mendes para que o quadro seja suficiente para atender a demanda dos ilícitos ambientais pelo país.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

Audiências para uma piração

O deputado estadual José Riva (PP) andou divulgando que ainda neste mês vão começar as audiências públicas para discussão de seu projeto de lei que inventa o “Sistema de Unidades de Proteção Chico Mendes”. Na prática, o projeto transforma toda a região noroeste de Mato Grosso em três grandes áreas de proteção ambiental que serviriam para compensar a falta de reserva legal em propriedades e assentamentos no eixo da BR-163, retirando dos proprietários o dever de pagar e cuidar da recuperação da vegetação nativa no norte do estado. A compensação ocorreria, portanto, fora da bacia hidrográfica, a despeito da existência de outras unidades de conservação que já existem por ali, mas esse é apenas um dos aspectos mirabolantes do projeto que ferem a legislação ambiental federal. A região ainda tem o maior fragmento de floresta que resiste no arco do desmatamento, em meio às intensas pressões de corte promovidas pelos próprios políticos locais, que têm na região seu cabide eleitoral.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

Chico Mendes incomoda

Desde agosto, quando o projeto foi apresentado pela primeira vez, recebeu algumas emendas. Uma delas, do deputado João Malheiros, versa sobre a mudança do nome do “sistema de preservação” de Riva. Em vez de Chico Mendes, Arne Sucksdorff, um cineasta sueco.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

Reunião com os índios

Começa hoje em Brasília uma reunião a portas fechadas entre a Funai e os índios enawene nawe, que no mês passado incendiaram um canteiro de obras no rio Juruena contra a construção de um complexo hidrelétrico. O assunto é considerado tão vital que na quarta (5), participam Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética, Aneel, Ibama, Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas, Ministério Público Federal e Opan.

Por Salada Verde
4 de novembro de 2008

A energia de Carlos Minc

Depois do bafafá que a aprovação da proposta de Carlos Minc para a questão do diesel mais limpo no Brasil provocou em vários setores da sociedade, o ministro resolveu se pronunciar. Hoje (3), o Ministério do Meio Ambiente divulgou uma carta assinada por Minc em que ele avalia que, “dentro da adversidade”, a pasta conseguiu o melhor resultado entre os possíveis. Ele também fez questão de ressaltar que, desde 2002, quando foi determinada a redução do enxofre no diesel, “o governo federal e o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) não tomaram as medidas enérgicas necessárias” para evitar o descumprimento da resolução que trata do tema, o que só veio a acontecer quando ele assumiu a pasta.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Cinco anos em cinco meses

O ministro do Meio Ambiente alega ainda que, mesmo tendo sofrido pressões das áreas econômica e governamental, envolvidas em interesses não exatamente ambientais ou ligados à Saúde, não arredou o pé. Além disso, lembrou que o ministério está elaborando um Plano Nacional de Qualidade do Ar, com medidas que vão além do diesel, e que o papel dele agora é verificar se o Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela Cetesb e governo de São Paulo, que determinou a realização de varias ações para compensar o não cumprimento da resolução. “Claro que não comemoramos. O ideal era a resolução ter sido cumprida, o que foi inviabilizado em cinco anos. Do ponto de vista em que enfrentamos o problema, há cinco meses, as decisões sob nossa responsabilidade foram todas transparentes e elogiadas”, disse.Veja também:A mamata do diesel sujoFrase antecipada para 2012Entidades repudiam proposta sobre dieselPassivo ambiental do diesel sujoJustiça exige diesel mais limpo

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Atropelando a Mata Atlântica

Mal foi eleito para a prefeitura de Guaramirim (SC), Nilson Byllaardt (PMDB) já trocou os pés pelas mãos quando o assunto é preservação da Mata Atlântica. Em entrevista ao jornal A Notícia, ontem, ele anuncia a criação da Fundação Municipal de Meio Ambiente e avisa que "Não vamos fugir da lei, ela existe para ser cumprida. Nós temos de preservar o meio ambiente, mas também preservar o desenvolvimento da cidade. Há leis ambientais que tentam engessar o agricultor e nós precisamos pensar na produtividade. Precisamos discutir com os parlamentares de que Santa Catarina não é o Amazonas".

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Caso particular, regra geral

Sem dúvida, caro prefeito. Até porque a devastação ecológica no Amazonas não chega aos pés do que se registra em Santa Catarina. Conforme um tradicional ambientalista daquele estado, a agricultura familiar está praticamente extinta em Guaramirim e, agora, o desenvolvimento mira morros preservadas para investimentos em plantios de palmeira real e de eucalipto. Sem falar na especulação imobiliária. A água consumida pela população municipal vem da Serra do Mar, do município vizinho de Schroeder (SC). Já a água que irriga os arrozais vem das matas e morros preservados na própria região. "Além da exigência do candidato a prefeito saber ler e escrever, deveria se exigir também algum tipo de teste para ver se ele não é um analfabeto "ambiental", disse o ecologista.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008