Cortinas abertas para o Fundo Amazônia

No dia 1º de agosto, o presidente Lula assinou um decreto responsável por criar o Fundo Amazônia, cuja intenção é arrecadar até um bilhão de dólares em um ano através de doações para cuidar da maior floresta tropical do planeta. Foram precisos quase dois meses, no entanto, para o pontapé inicial do projeto, o que aconteceu nesta sexta-feira. Na ocasião, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e representantes do Comitê Orientador do fundo se reuniram na sede do BNDES (RJ), banco responsável por gerir as finanças, para definir as prioridades das ações.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Crise econômica não é problema

O curioso, no entanto, é que Minc e o diretor do BNDES, João Carlos Ferraz, receberam a imprensa antes de iniciarem os trabalhos estratégicos com o comitê (formado por representantes dos governos estadual, federal e da sociedade civil). Resultado: não tinham uma novidade para contar. Mas, em tempos de recessão econômica, precisaram responder à pergunta óbvia: afinal, será que empresas privadas e governos internacionais ainda estão dispostos a investir no Fundo? Para o ministro, sim. “Não vai influir em nada. Muitas empresas querem se associar a ações verdes, e já estamos em contato com diversos interessados”, garantiu. Mas não contou exatamente quantos ou quem seriam.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Pós-Quioto é esperança

Segundo Minc, o Brasil deve anunciar três empresas doadoras em dezembro, na conferência de negociações Pós-Quioto que está agendada para a Polônia. “Aliás, estes encontros são muito importantes, porque os países começam a se mostrar mais propensos a transferências de recursos”, disse. Até agora, no entanto, apenas a Noruega formalizou um investimento no valor de um bilhão de dólares – pagos até 2015. Mesmo assim, a primeira parcela ainda não foi depositada. “O primeiro projeto do Fundo Amazônia deve começar em 2009”, afirmou Ferraz, do BNDES.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Prioridades do Fundo

Nem Minc, e tampouco Ferraz, souberam dizer qual o enfoque deste primeiro projeto – já que ainda não tinham conversado com os demais membros do Comitê. Mas são sete as áreas passíveis de investimentos pelo Fundo Amazônia: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico e econômico; conservação e uso sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Governo apreende madeira no Pará

Em seu tradicional apelo midiático, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou de mais uma fiscalização promovida pelo Ibama na Amazônia. Desta vez, pelo menos, os resultados foram positivos: ao todo, cerca de 50 mil metros cúbicos de toras de madeira ilegal foram apreendidos em uma região a 200 quilômetros a leste do município de Altamira, no Pará. O volume é suficiente para encher 2.500 caminhões. Minc cedeu seis mil m3 para o governo do Pará, que deve vender cada tora por 500 reais. Trata-se de um das maiores confiscos da história do país.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Áreas úmidas protegidas

O secretariado da Convenção de Ramsar, acordo internacional que protege pântanos, charcos, banhados e outras áreas úmidas em todo mundo, reportou neste mês de outubro que os governos de Portugal, México, Alemanha, França e Peru designaram novos sítios a serem resguardados. Apenas no México foram 15 novas áreas. Para saber mais sobre esses lugares, você pode entrar neste atalho. Quem também fez bonito foi o governo português, que apenas no Arquipélago de Açores designou 11 novas áreas, elevando a 28 o total de zonas úmidas protegidas naquele país. Entre elas, estão as formosas Furnas Vulcânicas, que podem ser conferidas aqui. O Brasil também faz parte da Convenção de Ramsar e possui, nada mais nada menos, do que a maior planície alagável do planeta, o Pantanal. Mas quem está acompanhando os debates sobre a expansão da cana de açúcar no bioma, liderado pelos ministros Carlos Minc e Reinhold Stephanes, sabe dos maus bocados que a região enfrenta.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Novo clima para o Direito

Embaixada Britânica e Instituto O Direito por um Planeta Verde promovem na próxima semana (dias 28 e 29), em Brasília, um debate entre países amazônicos sobre leis e outras normas com influência na barafunda climática onde a humanidade se meteu. A idéia é que as nações da região conheçam seus "marcos regulatórios" e os ajustem e melhorem para um combate conjunto aos prometidos efeitos negativos das alterações do clima. A Floresta Amazônica de pé é peça chave nesse trabalho. O embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Collecott, promete aparecer por lá.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Para ajudar os pingüins

Pingüins sempre apareceram em vários pontos da costa brasileira, mas este ano a situação foi para lá de anormal. Só no litoral paulista foram avistadas 800 dessas aves que não voam, sem contar as centenas que aportaram em praias nordestinas. Agora, o Ibama/SP produziu um folheto para tentar orientar e contar com a ajuda da população para salvar espécimes da morte certa em mãos desavisadas. O material impresso e eletrônico ensina como identificar o estado do animal e traz procedimentos e fones de contato de órgãos públicos. "Muitas pessoas ainda acreditam que os pingüins devem ser socorridos e colocados na geladeira, o que é um erro. Se forem colocados em locais frios, esses animais morrem, pois já chegam ao litoral brasileiro enfraquecidos e, muitas vezes, doentes. A solução é comunicar as autoridades ambientais mais próximas e, se houver possibilidade, transportá-lo até as instituições de apoio, onde receberão tratamento veterinário e alimentação", diz o analista ambiental Jury Seino, em nota distribuída pelo Ibama. Resta conferir se haverá capacidade nos órgãos públicos para atender aos chamados da população.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Contra o decreto cavernoso

Ministérios do Meio Ambiente e das Minas e Energia, além da Casa Civil, seguem recebendo críticas à proposta de decreto que, segundo espeleólogos, pode facilitar a destruição de oito em cada dez cavernas brasileiras. A Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e o Espéleo Grupo de Brasília (EGB) enviaram ofícios aos órgãos públicos onde levantam o risco da "elaboração de uma proposta unilateral, na qual prevaleceriam interesses econômicos". Todos querem mais debates e participação real da sociedade civil no processo. "A destruição de cavernas não é uma medida aceitável para angariar recursos a fim de preservar as cavernas que restarem. Cabe ao Estado e à Sociedade garantir a conservação deste importante patrimônio, além disso, o governo não pode dispor de nossas cavernas como forma a conseguir recursos para cumprir suas obrigações". Um abaixo-assinado eletrônico também foi organizado.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Pastagens degradadas

Vale lembrar que não falta espaço para aumentar produção: o Brasil tem cerca de 150 milhões de hectares de pastagens degradadas, área semelhante a do estado do Amazonas. Tudo fruto dos maus tratos impostos ao solo por pecuaristas, apoiados na certeza de obter mais terras logo adiante.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008