A Associação O Eco é uma organização sem fins lucrativos dedicada à produção de conteúdo jornalístico e opinativo sobre temas ambientais, treinamento de profissionais de jornalismo e áreas afins para a comunicação ambiental e promoção de encontros, conferências e palestras relacionados ao tema. É uma organização comprometida com os próprios valores: ser a voz de quem não tem voz, independência editorial, transparência, tolerância e abertura, e esperamos que todos os membros, colaboradores e parceiros sigam este código de conduta e ética.
Este documento foi redigido com base nos nossos valores e princípios, não é exaustivo e deve ser revisado de forma periódica, acompanhando a evolução da sociedade e o respeito a novos direitos.
Esperamos que todos os membros, colaboradores e parceiros sigam este código de conduta e ética da Associação O Eco. O cumprimento deste código é fundamental para preservar os valores da organização e garantir que a Associação O Eco continue a ser uma referência na produção de conteúdo jornalístico e opinativo sobre temas ambientais.
SEÇÃO 1 – DAS REGRAS FUNDAMENTAIS
1.1 Missão e valores da organização
São as missões da Associação O Eco:
- Produzir conteúdo jornalístico e opinativo sobre temáticas ambientais;
- Treinar profissionais de jornalismo e áreas afins para comunicação ambiental;
- Promover encontros, conferências e palestras relacionados ao tema.
São valores éticos da Associação O Eco:
- Voz de quem não tem voz: Queremos dar voz a bichos e plantas, através daqueles que se interessam em protegê-los. Nós temos um lado a defender, mas como uma organização de jornalismo não nos envolvemos em campanhas ou ações ativistas e, quando o fazemos, deixamos claro para os leitores nossa posição.
- Independência editorial: Os conteúdos noticiosos são alheios aos interesses de grupos econômicos ou políticos. A redação é isolada de anunciantes, patrocinadores ou investidores e se compromete com apuração séria e baseada em boas práticas jornalísticas.
- Transparente: Prezamos pela transparência institucional e disponibilizamos acesso à relatórios, auditorias e outros documentos que deixam claro quem são seus patrocinadores e membros.
- Tolerante: Nossa perspectiva editorial é aberta a opiniões divergentes, acolhe controvérsias e estimula debates propositivos.
- Aberto: Aceitamos críticas e cobranças pelos seus princípios. Nos interessamos em dividir o espaço do site e promover a participação dos leitores.
1.2 Comportamento Profissional
Todos os membros, colaboradores e parceiros da Associação O Eco devem comportar-se de forma respeitosa, ética e profissional em todas as interações relacionadas à organização. Entendemos por isso:
Respeito: É importante tratar todas as pessoas com dignidade e cortesia, independentemente de sua posição, raça, gênero, orientação sexual, religião, opiniões políticas ou outra característica.
Ética: Todas as ações e decisões devem ser guiadas por princípios éticos e pelo respeito às leis e regulamentos aplicáveis. É inaceitável qualquer conduta ou atitude que viole os princípios éticos da Associação O Eco ou que prejudique a imagem da organização.
Profissionalismo: Os membros, colaboradores e parceiros devem atuar de acordo com os mais altos padrões profissionais e buscar sempre melhorar suas habilidades e conhecimentos. Além disso, devem seguir as melhores práticas jornalísticas e zelar pela precisão e imparcialidade do conteúdo produzido.
1.3 Má conduta
Todos os membros, colaboradores e parceiros da Associação O Eco não devem se envolver em comportamento profissional desonesto, discriminatório, fraudulento, conspiratório ou enganoso, ou cometer qualquer ação que prejudique a reputação da Associação O Eco e de seus parceiros.
Os profissionais sujeitos a este código não devem violar a lei ou agir de maneira antiética em nome da Associação O Eco ou de seus parceiros, mesmo que isso possa parecer ser no interesse ou benefício da empresa ou de suas parcerias.
Discriminação e assédio verbais, físicos ou por escrito podem resultar em punição grave, incluindo demissão ou ruptura de contrato. São exemplos de má conduta ou comportamentos de assédio:
- Racismo e xenofobia;
- Preconceitos de gênero e sexismo;
- Assédio moral;
- Assédio sexual;
- Agressão física;
- Insultos;
- Intimidação;
- Ameaças;
- Exposição ao ridículo;
- Chantagem sexual;
- Comentários de teor discriminatório.
Nós não toleramos qualquer tipo de má conduta. Não tomar ação ou ficar em silêncio quando testemunhar má conduta ou uma violação da lei é contra nossos princípios éticos.
1.4 Tratamento de Informações Confidenciais
Como profissionais de jornalismo, é importante que sigamos as práticas éticas na coleta e tratamento de informações confidenciais. Exemplos de informações confidenciais incluem dados sensíveis de fontes, informações comerciais confidenciais, informações médicas confidenciais e dados pessoais confidenciais. São nossos princípios éticos:
- Proteger a privacidade e a confidencialidade de nossas fontes sempre que necessário, a menos que haja uma razão legítima e justificável para divulgar tais informações;
- Certificar-se de que as informações confidenciais só sejam divulgadas com a devida autorização da fonte;
- Evitar publicar informações que possam prejudicar ou prejudicar indevidamente qualquer pessoa ou grupo;
A violação desta seção do Código de Ética pode resultar em ações disciplinares, incluindo demissão, bem como em consequências legais e éticas graves. Além disso, a violação da confidencialidade de nossas fontes pode prejudicar a confiança do público em nossa organização e na integridade do jornalismo como um todo. É importante que todos os membros da equipe sigam estes princípios éticos a fim de preservar a integridade de nossa organização e do jornalismo.
Mais informações sobre nossas políticas de privacidade estão publicadas e podem ser acessadas aqui.
1.5 Uso de Propriedade Intelectual
A propriedade intelectual é um conjunto de direitos exclusivos concedidos ao titular para uso, comercialização ou exploração de sua criação, tais como marcas, patentes, desenhos industriais, obras literárias, artísticas e outras criações intelectuais. Estes direitos asseguram ao titular o direito exclusivo de controlar e lucrar com sua criação, protegendo-a contra uso não autorizado por terceiros.
Todos os colaboradores da Associação O Eco devem respeitar os direitos de propriedade intelectual, incluindo direitos autorais, marcas comerciais e outros direitos conexos.
É proibido o uso não autorizado de propriedade intelectual, incluindo a cópia, distribuição, exibição ou exploração comercial de materiais protegidos por direitos autorais, marcas comerciais ou outros direitos conexos, sem a permissão prévia e escrita do detentor dos direitos.
Todos os colaboradores da Associação O Eco devem fornecer crédito adequado e devido aos detentores de direitos de propriedade intelectual e respeitar quaisquer restrições ou limitações impostas pelos detentores de direitos.
A Associação O Eco não será responsável por quaisquer danos ou prejuízos resultantes do uso não autorizado de propriedade intelectual por seus colaboradores. Cada colaborador é responsável por seu próprio uso de propriedade intelectual e deve garantir que seus atos não infrinjam os direitos de terceiros.
1.6 Conflitos de Interesse
Conflito de interesse ocorre quando há uma incompatibilidade entre os interesses pessoais de um colaborador da Associação O Eco e os interesses da organização. Isso pode ocorrer em situações em que o colaborador tem algum interesse financeiro ou pessoal em uma questão que está sendo discutida ou cobrada pela organização. Estes conflitos podem prejudicar a integridade e a imparcialidade da organização, e é importante que sejam evitados ou, se necessário, tratados de forma adequada. Todos os colaboradores da Associação O Eco devem evitar situações de conflito de interesse e, se forem identificados, devem ser comunicados imediatamente à liderança da organização para a resolução adequada.
1.6.1 Declaração de Conflitos de Interesse
A Associação O Eco se compromete a fornecer informações imparciais e precisas para seus leitores. Para garantir a integridade de nossos conteúdos, todos os membros do nosso time, incluindo jornalistas, gestores, designers, consultores e outros colaboradores, devem seguir diretrizes claras quanto a conflitos de interesse.
Em caso de conflito de interesses, nossos colaboradores devem declará-los de maneira clara e objetiva. Isso inclui situações em que há ligações financeiras, políticas ou outras relações pessoais com fontes, patrocinadores, investidores ou indivíduos relacionados a um assunto que esteja sendo reportado. Se um colaborador tiver um conflito de interesses, ele deve ser afastado da reportagem sobre o assunto.
Além disso, todos os colaboradores da Associação O Eco devem evitar situações que possam ser vistas como conflitos de interesse. Isso inclui participação em campanhas políticas, grupos de advocacy ou outras atividades que possam afetar sua capacidade de fornecer informações imparciais e precisas para nossos leitores. Caso um colaborador esteja em dúvida quanto a uma situação, ele deve consultar a liderança da organização antes de tomar qualquer ação.
1.6.2 Proibição de participação
Nossos colaboradores não devem participar de negociações, ações ou outras atividades que possam resultar em conflitos de interesses. Isso inclui, mas não se limita a, negociações com fontes, anunciantes, grupos de interesses e outras partes que possam afetar sua imparcialidade. Se um colaborador descobrir que está envolvido em um conflito de interesses, ele deve declará-lo imediatamente e recusar-se a participar dessas atividades. Caso contrário, ele pode estar sujeito a sanções disciplinares, incluindo demissão ou ruptura do contrato vigente.
1.6.3 Exceções
Em alguns casos específicos, a participação em determinadas atividades ou negociações que possam aparentar conflito de interesse pode ser permitida, desde que sejam cumpridos certos critérios e protocolos. Por exemplo, essas exceções podem incluir situações em que a participação é necessária para a realização de uma investigação jornalística, ou quando a atividade em questão é claramente pública e sem relação com o trabalho do colaborador. Essas exceções serão avaliadas pelo Comitê de Ética, que será rigoroso para garantir a integridade e a transparência do trabalho da empresa.
SEÇÃO 2 – DOS FUNDAMENTOS DO JORNALISMO
A objetividade jornalística é um aspecto crucial da ética e da integridade profissional. Como organização de jornalismo sem fins lucrativos, a Associação O Eco se compromete em produzir conteúdo de qualidade e imparcial, baseado em fatos e evidências. É importante que todos os membros da equipe mantenham a objetividade em todas as situações e evitem influências externas, incluindo pressões políticas, econômicas ou outras formas de influência que possam prejudicar a integridade jornalística. Além disso, a equipe deve ser aberta a perspectivas diferentes e manter a imparcialidade na cobertura de temas controversos. A objetividade jornalística é a chave para manter a confiança dos leitores e a credibilidade da organização.
Abaixo estão listados os fundamentos nos quais a Associação O Eco se baseia para produzir um jornalismo respeitoso, ético e profissional:
2.1 Princípios básicos
2.1.1 Falando a verdade
- Buscamos a integridade, a honestidade, a precisão e a justiça ao apresentar informações, não alterando ou fabricando fatos ou dados;
- Fornecemos um contexto adequado para todas as notícias;
- Ouvimos perspectivas diversas para incluir visões importantes sobre o assunto que escrevemos;
- Verificamos as fontes e garantimos que sejam confiáveis. Quando possível, informamos o público sobre nossas fontes, suas motivações e condições para fornecer informações. Se tivermos dúvidas sobre a informação, deixamos de fora ou esclarecemos que ainda não foi comprovada;
- Corrigimos rapidamente e completamente quaisquer erros, tornando fácil para o público apontá-los;
- Se incluirmos críticas em uma reportagem, damos a oportunidade para as pessoas ou organizações responderem;
- Diferenciamos claramente entre fato e opinião em todo o conteúdo.
2.1.2 Relação com a comunidade
- Somos respeitosos com nosso público e com as pessoas que são retratadas em nossas reportagens. Pensamos sobre como nossas ações e escolhas podem afetar não apenas a história que estamos contando, mas também a comunidade e, com a natureza global da internet, o mundo como um todo.
2.1.3 Conduta profissional
- Não copiamos ou abusamos de direitos autorais alheios;
- Cumprimos nossas obrigações com as fontes, o público e a comunidade.
2.1.4 Natureza do nosso jornalismo
- Nossos jornalistas podem compartilhar suas opiniões pessoais nas redes sociais;
- Estimulamos nossos jornalistas a discutir questões importantes relacionadas ao jornalismo e defender a liberdade de informação;
- Garantimos que anunciantes, patrocinadores e colaboradores não afetem o conteúdo editorial;
- Nossos jornalistas devem revelar qualquer participação em atividades comunitárias ou políticas relevantes para sua área de cobertura, seja em declarações gerais no site ou em histórias relacionadas;
- Mesmo se nossa organização estiver envolvida em questões que cobrimos, forneceremos cobertura objetiva e neutra, divulgando nossa afiliação para fins de transparência, mas sem uma abordagem promocional.
2.1.5 Equilíbrio e Justiça
- Buscamos garantir a justiça na cobertura, incluindo não apenas as vozes poderosas, mas também as que normalmente são negligenciadas;
- Queremos contribuir para uma sociedade mais equânime e por isso buscamos fontes diversas, considerando gênero, raça, distribuição geográfica, posições políticas e outras características;
- Não apresentaremos vários pontos de vista quando um ponto de vista já tenha sido estabelecido como verdadeiro com credibilidade;
- Em situações de notícias de última hora, procuraremos comentários das principais partes envolvidas, mas caso eles não estejam disponíveis imediatamente, publicaremos a história sem eles, deixando claro que não conseguimos obter algum comentário e atualizaremos conforme necessário.
2.2 Do fazer jornalístico
2.2.1 Entrevistas
- Nós não pagamos por entrevistas;
- Antes de publicar, podemos, a nosso critério, fornecer transcrições das entrevistas aos entrevistados, mas não permitimos revisões;
- Se solicitado, poderemos avaliar a possibilidade de fornecer aos entrevistados uma lista de perguntas antecipadamente, cabendo ao editor e o repórter a decisão final.
2.2.2 Obscenidades
- Apenas usaremos palavras ofensivas em citações diretas se forem importantes para a história.
2.2.3 Clickbait e Métricas
- Nós seremos precisos ao descrever o conteúdo de histórias em títulos e postagens nas mídias sociais.
2.2.4 Correções
- Se houver um erro em uma publicação nas mídias sociais, publicaremos uma correção com uma indicação de que é uma correção. Manteremos o link para a publicação original incorreta e deixaremos ela visível;
- Em casos de correções ou reformulações em histórias on-line, exibiremos todas as alterações feitas para clarificar o conteúdo.
2.3 Relação com as fontes
2.3.1 Confiabilidade e atribuição de fontes
- Nós evitamos citar fontes que possuam um conflito de interesse relacionado à história. Por exemplo, não citamos cientistas que realizaram um estudo financiado pelo fabricante do medicamento em questão. Essas fontes podem ser usadas apenas para informações básicas, mas suas opiniões não devem ser destacadas nas histórias;
- Incluímos links para a atribuição de fontes em histórias online e incluímos também a atribuição da fonte na própria história, além de links que fornecem informações adicionais, se disponíveis.
2.3.2 Fontes anônimas
- Permitiremos o uso de fontes anônimas apenas em casos em que acreditarmos que a história é importante o bastante e tivemos fracasso em obter informações por outros meios viáveis.
2.3.3 Fontes confidenciais
- Divulgaremos aos nossos leitores o motivo de usarmos fontes confidenciais, como medo pela segurança ou pelo emprego da fonte. Reconhecemos que muitas fontes não podem falar publicamente, então usamos informações e citações de fontes confidenciais apenas se considerarmos confiáveis e se tiverem um bom motivo para isso.
2.4 Informações e dados relevantes
2.4.1 Precisão
- Nós nos esforçamos para garantir a precisão das informações que publicamos. Verificamos as informações fornecidas por nossas fontes antes de publicar uma história. Só utilizamos fontes anônimas se a informação for verificada com 3 fontes independentes;
- Se houver dúvidas quanto à precisão de uma informação, evitamos espalhar rumores falsos e reconhecemos o que não sabemos. Pedimos ajuda à comunidade para verificar ou corrigir nossas informações se necessário.
2.4.2 Privacidade
- Nós não divulgamos tudo o que as celebridades e os funcionários públicos fazem ou dizem, mesmo que tenham pouca privacidade. Decidimos caso a caso, avaliando o valor notícia da ação da pessoa pública;
- Além disso, usamos discrição ao entrevistar e divulgar informações de vítimas de trauma ou espectadores de eventos traumáticos, pois entendemos que isso pode causar mais danos.
2.4.3 Nomeando suspeitos
- Não revelaremos o nome de suspeitos criminais antes de acusações oficiais;
2.4.4 Omissão de nomes
- Publicamos nomes de pessoas envolvidas em histórias, a menos que haja uma razão convincente para não o fazer;
- Não publicamos nomes de vítimas de agressão sexual sem seu consentimento;
- Não publicamos nomes de pessoas mortas antes de sua confirmação oficial por parte das autoridades competentes;
- Tomamos cuidado ao identificar vítimas de sequestro se elas correrem perigo;
- Negamos a atenção a assassinos em massa ao não publicar seus nomes, mas cobrimos outros detalhes do crime baseados no valor jornalístico;
- Consideramos possíveis danos às fontes que enfrentam intolerância antes de identificá-las nas histórias.
2.4.5 Menores de idade
- Não identificamos crianças envolvidas em crimes por nome ou foto;
- Sempre pedimos permissão aos pais antes de entrevistar ou tirar fotos de uma criança, solicitando a assinatura de um Termo de Autorização de Imagem sempre que possível.
2.4.6 Diversidade
- Incentivamos nossos jornalistas a buscar fontes diversas tanto em histórias específicas quanto na cobertura diária.
2.4.7 Raça e Gênero
- Usaremos informações sobre raça, etnia, gênero e orientação sexual apenas se elas forem importantes para a história que estamos contando, caso contrário não as incluiremos;
- Referimos pessoas transgênero pelo gênero que eles escolherem apresentar publicamente.
2.4.8 Aspas
- Editaremos erros gramaticais em todas as fontes;
- Permitiremos a separação de frases em uma citação com atribuição clara. (Exemplo: “Eu vou para a guerra”, disse o presidente. “Mas apenas se necessário”.)
2.4.9 Plágio e Atribuição
- Nós consideramos que incluir um link para a fonte digital é suficiente em algumas situações. Não é necessário mencionar o nome da fonte no texto se a informação for comum;
- Quando utilizamos palavras exatas de alguém, devemos usar aspas e creditar a fonte.
2.5 Temas sensíveis
2.5.1 Situações de Reféns
- Consideraremos as opiniões das autoridades em situações de reféns, mas manteremos o direito de publicar mesmo que as autoridades tenham uma opinião diferente;
- Nosso objetivo principal ao cobrir situações de sequestros é contribuir para uma solução pacífica e não dar destaque às demandas dos sequestradores.
2.5.2 Bombas e outras ameaças
- Antes de publicar uma história sobre uma ameaça de bomba, vamos consultar as autoridades locais para avaliar sua credibilidade, mas manteremos o direito de publicar mesmo que as autoridades tenham uma opinião diferente.
2.5.3 Discurso de ódio
- Vamos levar em consideração os sentimentos de quem foi ofendido por expressões de ódio ao decidir se o publicamos ou não;
- Nós apoiamos leis locais, nacionais ou internacionais para combater o discurso de ódio.
2.5.4 Material Sensacionalista
- Somente publicaremos conteúdo sensível que possa ser ofensivo para grupos específicos depois de avaliarmos se há um forte interesse público e valor jornalístico na publicação;
- Não publicaremos conteúdo sensível apenas com o objetivo de aumentar a receita, como o tráfego digital.
2.5.5 Saúde Mental e Suicídio
- Trataremos a saúde mental e o suicídio com a mesma importância que damos a outros assuntos de saúde;
- Usaremos termos precisos, como “morreu por suicídio”, e evitaremos expressões insensíveis;
- Não forneceremos informações detalhadas sobre como uma pessoa morreu por suicídio;
- Não usaremos manchetes ou imagens chocantes em histórias sobre suicídio;
- Escolheremos imagens que retratem a vida da pessoa que morreu por suicídio e não o momento da morte;
- Incluiremos informações sobre recursos para pessoas em crise de saúde mental.
2.6 Do comportamento dos jornalistas
2.6.1 Atividades comunitárias
- Nossos jornalistas precisam informar qualquer participação sua em atividades comunitárias, especialmente aquelas relacionadas a tópicos que eles possam cobrir, tanto publicando uma declaração geral em nosso site quanto incluindo essa informação em histórias relevantes;
- Manteremos a cobertura factual, com uma voz objetiva, mesmo quando a nossa organização estiver envolvida nos tópicos que cobrimos. Vamos revelar nossa afiliação para ser transparentes, mas não deve haver uma presença promocional de nossa afiliação no conteúdo ou tom da cobertura.
2.6.2 Interesses Financeiros
- Nossos jornalistas não podem ter ações em empresas que eles cobrem regularmente;
- Se um jornalista tem interesses em uma empresa que precisa ser objeto de apuração, ele deve informar ao seu editor imediatamente. O editor então irá decidir se um outro jornalista deverá cobrir a história.
2.6.3 Presentes, viagens gratuitas e outras regalias
- Nossos jornalistas podem aceitar ingressos, passes gratuitos ou ter os custos de viagens pagos para eventos que estão cobrindo, mas não podem aceitar benefícios adicionais para amigos ou familiares;
- Nossos jornalistas deverão incluir no texto publicado quando receberam ingressos, passes gratuitos ou os custos de viagens pagos para eventos que foram cobertos;
- Devem revelar qualquer presente que receberem a seus editores e decidir como lidar com ele de forma a preservar a integridade da organização, incluindo devolvê-lo, divulgá-lo, pagá-lo, doá-lo para caridade, etc.;
- Quando viajam internacionalmente, os jornalistas devem usar bom senso para decidir se manter a política de presentes é culturalmente aceitável. Se um presente for aceito e violar a ética da organização, deve ser divulgado e/ou doado para caridade.
2.6.4 Atividades Políticas
- Nossos jornalistas não devem cobrir questões políticas envolvendo seus parentes para preservar a integridade da cobertura. Se isso não puder ser evitado, o envolvimento familiar será revelado.
2.6.5 Redes sociais
- Nossos jornalistas têm liberdade para expressar suas opiniões nas redes sociais;
- Encorajamos nossa equipe a compartilhar coisas interessantes nas mídias sociais, como retweets, reblogs, compartilhamentos e postagens. Eles devem fornecer contexto apropriado quando necessário;
- Os membros da equipe devem identificar-se claramente em seus perfis de mídia social, e se estiverem usando o perfil para fins profissionais, devem identificar-se como trabalhadores da nossa organização.
- Os membros da equipe devem se comportar nas redes seguindo as mesmas diretrizes do comportamento presencial, com Respeito, Ética e Profissionalismo
2.7 Do comportamento da organização
2.7.1 Prêmios e concursos
- Nós aceitaremos prêmios em concursos oferecidos por organizações de Advocacy, mas precisamos ser claros sobre o apoio ao ponto de vista deles;
- Se ganharmos um prêmio em um concurso no qual não nos inscrevemos, analisaremos a natureza do concurso e tomaremos uma decisão de acordo com nossos valores gerais.
2.7.2 Notícias e publicidade
- Nós proibimos anúncios de empresas com flagrante práticas de desrespeito ao meio ambiente;
- Não permitimos que os anunciantes influenciem a escolha ou o conteúdo das histórias e imagens;
- Não permitimos que financiadores da organização influenciem na escolha ou o conteúdo das histórias e imagens se estas não fugirem ao escopo do projeto/contrato;
2.7.3 Comentários on-line
- Nós removemos qualquer linguagem ofensiva ou discurso de ódio em comentários, mas mantemos erros de ortografia e gramática;
- Permitimos que os comentários sejam feitos sem identificação da pessoa que fez o comentário.
- Nós damos publicidade à nossa política de comentários, que pode ser lida aqui.
2.7.4 Censura
- Não permitiremos que nossos materiais sejam censurados, mesmo que isso cause atrasos;
- Em situações militares, levaremos em consideração questões de segurança e respeito às tropas, mas manteremos nossa autonomia na tomada de decisões.
2.7.5 Trabalho freelance de funcionários
- Nós permitimos que funcionários trabalhem como freelancers, desde que eles peçam autorização ao seu chefe direto antes de começar o trabalho;
2.7.6 Relação com freelancers e “fixers”
- Nós daremos crédito publicamente ao trabalho de freelancers, corretores e tradutores, a menos que isso coloque alguém em risco. Pagaremos o valor de mercado pelos serviços deles, mas não pelo trabalho como fontes para uma história.
2.7.7 Remoção de conteúdo
- Salvo para cumprir com uma ordem judicial, nós nunca apagaremos conteúdo de nossos sites;
- Se a história for prejudicar a reputação de alguém e estiver desatualizada, nós a atualizaremos e mencionaremos que a história foi atualizada;
- Em casos extremos, como abuso ou perigo para a segurança pessoal, consideraremos exceções à nossa política;
- Apagaremos postagens imprecisas nas mídias sociais, mas notaremos as exclusões em postagens futuras.
2.7.8 Aceitar dinheiro
- Nossos patrocinadores não têm o poder de mudar o conteúdo ou decisões de publicação;
- Eles podem sugerir a escolha de temas especiais, mas não têm controle sobre as reportagens que seguimos e como as contamos;
- Se as contribuições dos patrocinadores forem relevantes e importantes, elas serão usadas como fontes em histórias relacionadas ao financiamento;
2.7.9 Reportagens sobre nossa organização
- Vamos escolher um jornalista interno para cobrir a notícia quando algo relevante acontecer dentro da nossa organização, mas sempre permitiremos que outro editor de alto nível revise a história antes de publicá-la.
2.8 Sobre conteúdo audiovisual e outras tecnologias
2.8.1 Foto e Vídeo
- Identificaremos claramente a origem de todas as fotos ou vídeos usados;
- Usaremos imagens genéricas somente se claramente rotuladas;
- Verificaremos imagens ou vídeos de mídias sociais antes de usá-los.
- Editaremos ou manipularemos imagens somente se não afetarem seu conteúdo noticioso ou significado para nossa audiência;
- Antes de documentar momentos privados ou traumáticos, pediremos a permissão às partes envolvidas;
- Usaremos drones para capturar imagens se houver necessidade;
- Fotografaremos reencenações somente se ajudarem na compreensão do problema e rotularemos claramente como tal;
- Rotularemos claramente as fotos e vídeos posados ou reencenados;
- Se acreditarmos que podemos ajudar em alguma determinada situação, em vez de apenas documentá-la, faremos isso e avisaremos nossa audiência;
- Ocultaremos imagens ou as pixelizaremos somente para proteger a identidade de alguém ou evitar material gráfico ou violento;
- Ao usar música em histórias em vídeo, consideraremos seu efeito emocional e evitaremos usá-la se a história for neutra;
2.8.2 Áudio
- Usaremos edições no áudio de jornalistas para remover falhas sem importância;
- Permitimos a edição intensiva e reordenação dos áudios, desde que sejam mencionadas as alterações e não alterem o significado original;
- Nossos jornalistas podem combinar som de diferentes fontes desde que representem fielmente o que aconteceu.
2.8.3 Jornalismo de dados
- Em projetos colaborativos, pode haver diferenças em relação aos valores éticos com nossos parceiros. No entanto, informaremos ao nosso público sobre as políticas diferentes;
- Incluiremos todos os dados em seu contexto apropriado e forneceremos os dados originais para download, a menos que seja proibido por um acordo de uso. Qualquer acordo será divulgado;
- Protegeremos os dados da melhor forma possível contra invasões e cobriremos os custos técnicos razoáveis por fornecê-los.
2.8.4 Infográficos e conteúdo interativo
- Iremos organizar nossos infográficos e conteúdo interativo de forma que os usuários possam entender os pontos principais da história de forma fácil e interligada;
- Vamos permitir alguma liberdade criativa, para fins estéticos, ao representar eventos por meio de gráficos ou animações.
2.8.5 Conteúdo gerado por usuários
- Antes de usar conteúdo criado por usuários, evitaremos situações que possam ser perigosas para as pessoas envolvidas. Alertamos os potenciais provedores de conteúdo criado por usuários para não colocarem a si mesmos ou a outros em risco ao coletar informações ou imagens.
SEÇÃO 3 – DOS MEIOS DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS
A Associação O Eco tem como objetivo resolver de forma rápida e eficaz todas as disputas relacionadas a seu código de ética e conduta profissional. Para tanto, oferecemos três etapas diferentes para resolução de conflitos.
Conversação: A primeira etapa para resolução de disputas é a busca por uma solução amigável. Isso significa que as partes envolvidas devem tentar chegar a um acordo por conta própria. Isso pode incluir conversas diretas e negociação. O objetivo é encontrar uma solução que satisfaça as necessidades e interesses de ambas as partes, sem a necessidade de uma intervenção externa. Se uma solução amigável for alcançada, será formalizada por escrito e as partes comprometer-se-ão a cumpri-la.
Mediação: A segunda etapa do processo de resolução de disputas consiste em mediar o conflito. Durante a mediação, um mediador imparcial é designado para ajudar as partes envolvidas a chegar a um acordo amigável. O mediador não tem autoridade para tomar decisões ou impor soluções, mas ajuda a facilitar uma comunicação eficaz entre as partes, permitindo que elas explorem alternativas de resolução.
A mediação pode ser realizada de forma presencial ou virtual, dependendo da conveniência das partes envolvidas. Durante a mediação, o mediador ouve ambas as partes, identifica questões-chave e ajuda a promover um diálogo construtivo para encontrar uma solução que satisfaça as necessidades e interesses de ambas as partes.
A mediação é uma opção viável e eficaz para a resolução de disputas, pois permite que as partes mantenham o controle sobre a solução, e não sejam obrigadas a aceitar decisões impostas por terceiros. Além disso, a mediação pode ser mais rápida e menos onerosa do que processos judiciais.
Processo judicial: A terceira etapa para resolução de disputas, caso não haja acordo através da mediação, é o recurso aos tribunais. Nesta etapa, as partes envolvidas apresentam suas alegações e argumentos a um juiz ou a um conjunto de juízes que decidirá sobre o caso. Este processo é conduzido de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis e pode ser uma opção para resolver questões mais complexas ou desacordos profundos.
Cabe destacar que o objetivo é sempre encontrar uma solução justa e equilibrada, levando em consideração os direitos e interesses de todas as partes envolvidas. O recurso aos tribunais deve ser visto como uma última opção, após todas as outras possibilidades de mediação e negociação terem sido esgotadas.
A Associação O Eco espera que todos sejam capazes de resolver suas disputas através das primeiras duas etapas de conversação e mediação. No entanto, se isso não for possível, estamos preparados para buscar uma solução através do processo judicial.
3.1 Consequências de Descumprimento
Este é um dos aspectos mais importantes do Código de Ética da Associação O Eco, pois estabelece as consequências para os colaboradores que descumprirem as normas aqui estabelecidas. É importante ressaltar que o descumprimento deste Código pode prejudicar não apenas a imagem da organização, mas também a confiança do público em nosso trabalho e a integridade das fontes e informações trabalhadas. É por isso que as consequências de descumprimento são rigorosas e incluem desde advertências formais até a rescisão de contrato.
3.1.1 Comitê de Ética
A Associação O Eco estabeleceu um Comitê de Ética para garantir o cumprimento deste Código de Ética e para investigar e tratar qualquer questão ou denúncia relacionada a descumprimento do mesmo.
Formação: O Comitê de Ética é composto por membros da Diretoria Executiva da Associação O Eco, de seu Conselho de Administração, de seus Associados, bem como por representantes da equipe editorial e outros profissionais relevantes, escolhidos pela Diretoria Executiva da organização.
Rotina de Atuação: O Comitê de Ética se reúne quando acionado para revisar questões relacionadas ao cumprimento deste Código de Ética e para discutir e tomar decisões sobre questões específicas.
Ação: Qualquer pessoa pode acionar o Comitê de Ética, apresentando à Diretoria Executiva da organização uma denúncia escrita com informações detalhadas sobre a questão. O Comitê de Ética investigará a questão e, se necessário, tomará medidas para resolver o problema, incluindo a aplicação de sanções. O Comitê de Ética também pode propor medidas preventivas para evitar futuros descumprimentos do Código de Ética.
São quatro as possíveis medidas a serem tomadas a partir da recomendação do Comitê de Ética:
- Advertência verbal ou escrita;
- Perda de direitos ou privilégios;
- Reparação ou indenização por danos causados;
- Suspensão temporária ou demissão.
Advertência verbal ou escrita;
A advertência verbal ou escrita é um tipo de punição que pode ser aplicada quando um membro da organização descumpre algum aspecto do código de ética. Neste tipo de advertência, o membro é chamado ou recebe uma comunicação escrita explicando a natureza da infração cometida e instruindo sobre a necessidade de correção imediata do comportamento.
A advertência verbal ou escrita é geralmente a primeira medida a ser tomada em caso de descumprimento do código de ética, visando corrigir o comportamento inadequado sem recorrer a sanções mais graves. No entanto, em caso de reincidência ou de infrações graves, outras medidas disciplinares podem ser tomadas.
Perda de direitos ou privilégios
A perda de direitos ou privilégios é uma consequência de descumprimento do código de ética que pode incluir a revogação de acesso a informações confidenciais, proibição de participação em projetos específicos, revogação de permissões de uso de propriedade intelectual da organização, entre outros. Esta medida é aplicada quando o colaborador viola de forma significativa as normas estabelecidas pelo código de ética e pode prejudicar a integridade da organização. A perda de direitos ou privilégios pode ser temporária ou permanente, dependendo da gravidade da infração.
Reparação ou indenização por danos causados
A reparação ou indenização por danos causados é uma consequência aplicável quando o descumprimento do Código de Ética da Associação O Eco resulta em danos a terceiros ou à própria organização. Neste caso, o colaborador responsável pode ser obrigado a reparar os danos causados, sejam eles financeiros, materiais ou imateriais. A quantia a ser paga como indenização será avaliada de acordo com as circunstâncias do caso concreto, levando em conta, por exemplo, o valor dos danos causados, a intensidade do descumprimento do código de ética e outros fatores relevantes. A reparação ou indenização por danos causados pode ser uma medida complementar a outras sanções previstas no Código de Ética da Associação O Eco, como a advertência verbal ou escrita ou a suspensão temporária ou demissão.
Suspensão temporária ou demissão;
Suspensão temporária ou demissão é uma das medidas mais graves que pode ser tomada em caso de descumprimento do Código de Ética. A suspensão temporária significa que o funcionário é afastado de suas atividades por um período determinado, sem receber salário. Já a demissão significa a rescisão imediata do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Essas medidas são aplicadas quando o infrator não cumpre as normas estabelecidas no Código de Ética, como por exemplo, em casos de conduta antiética ou que prejudique a imagem da organização. É importante destacar que essas medidas só devem ser adotadas após uma investigação rigorosa e após esgotados os demais meios de resolução de disputa previstos no Código de Ética.
Atualizado em abril de 2024
