Ciência amazônica em pauta
Tem início em Manaus (AM), nesta segunda-feira (17), a conferência científica Amazônia em Perspectiva: Ciência Integrada para um Fundo Sustentável. O encontro reunirá cerca de mil pesquisadores e estudantes de diversos países para debater sobre os resultados de estudos sobre clima, biodiversidade, uso e cobertura de terra no maior bioma brasileiro. Além disso, os diferentes cenários de alteração ambiental causados pelo desmatamento e aquecimento global também estarão em pauta. O evento é organizado, entre outros, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Museu Paraense Emílio Goeldi. Mais informações aqui. →
Oceanos à beira do colapso
Cerca de 500 pesquisadores reunidos no Congresso Mundial de Biodiversidade Marinha, que ocorre desde terça (11), Espanha, lançaram um novo alerta ao planeta: é preciso agir rápido, pois os oceanos estão à “beira do colapso”. Além da falta de conhecimento sobre o que as águas escondem – somente duas mil das mais de um bilhão de bactérias marinhas são conhecidas, por exemplo -, os problemas causados pelo homem estão sempre no topo da lista dos grandes vilões. Superexploração pesqueira, aquecimento global e temperatura das águas são alguns deles. Somente as chamadas zonas mortas, os bolsões de água com níveis de oxigênio tão baixos que tornam impossível a existência de vida, por exemplo, crescem em um ritmo de 5% ao ano, alertam os pesquisadores. Segundo eles, este não é mais um discurso apocalíptico, mas um importante aviso do que pode vir a acontecer, diz notícia do espanhol El País. →
A tal da sustentabilidade
O conceito demanda cuidado. Estudos mostram que sustentável, em geral, significa apenas que uma atividade é menos destrutiva que outra e não que ela garante a conservação. →
Sobre o PAC na Amazônia
Nesta quinta (6), a ONG Preserve Amazônia promoverá um debate sobre causas e prevenção do desmatamento em larga escala na maior floresta tropical do planeta. Na ocasião, o presidente da entidade, Marcos Mariani, debate com Phillip Fearnside, cientista do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) acerca do impacto causado pelas rodovias planejadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sobre a biodiversidade da região. Além disso, um manifesto público favorável à decisão do ministro Carlos Minc, de suspender por 60 dias a licença de pavimentação da BR-319 (Manaus - Porto Velho), também é esperado. O encontro está marcado para às 17h30min, no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. →
Indisponibilidade hídrica
Uma das novidades do relatório deste ano foi abordar também os impactos dos hábitos humanos na disponibilidade hídrica global. Cerca de 50 países já enfrentam dificuldades na obtenção de água potável em níveis moderados ou graves, e o número de pessoas que sofrem com escassez sazonal deste bem deve aumentar como consequencia das mudanças climáticas. Além disso, o crescimento da população mundial e o aumento do consumo fizeram dobrar a exploração humana sobre os recursos naturais nos últimos 45 anos. Por tudo que demonstra o relatório, a ONG conclui que nem o objetivo mais modesto da Convenção de Diversidade Biológica – o de reduzir até 2010 o ritmo da perda de biodiversidade – será cumprido. →
Relatório-catástrofe
A WWF acaba de lançar seu relatório anual Planeta Vivo, com informações atualizadas sobre a saúde da natureza global. Através de índices temáticos criados para monitorar o estado da biodiversidade, a ONG mostra, por exemplo, que nos últimos 35 anos a biodiversidade no mundo reduziu a um terço. A degradação provocada pelos homens atualmente extrapola em 30% a capacidade da Terra em se regenerar. Ainda segundo a WWF, se o consumo humano sobre os recuros do planeta continuarem no mesmo ritmo, por volta do ano de 2030 nós precisaremos do equivalente a duas Terras para manter nosso estilo de vida. →
Estado de emergência na Chapada
A situação continua crítica no Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia. Há mais de uma semana, incêndios considerados criminosos atingem diversas regiões no interior da unidade de conservação. Os brigadistas já conseguiram controlar o foco de calor que atingiu cerca de dez mil hectares na cidade de Ibicoara e outros menores. Nesta terça-feira, no entanto, extensas linhas de fogo queimam as áreas de Capão Correia, Marimbus (onde fica Lençóis, principal ponto turístico da região), Chapadinha, Cachoeira do Ramalho e zona urbana de Mucugê. Os danos para a biodiversidade ainda são incalculáveis. →
Prioridades do Fundo
Nem Minc, e tampouco Ferraz, souberam dizer qual o enfoque deste primeiro projeto – já que ainda não tinham conversado com os demais membros do Comitê. Mas são sete as áreas passíveis de investimentos pelo Fundo Amazônia: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico e econômico; conservação e uso sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas. →
Espécies endêmicas correm risco
Segundo Gonçalves, as áreas atingidas são de fundamental valor para a biodiversidade da região. “Não há como fazer ainda uma avaliação das perdas, mas as áreas em chamas são muito importantes, com espécies endêmicas e raras. Há, por exemplo, pelo menos duas espécies de orquídeas que só ocorrem em Ibicoara”, afirma. Não existem ainda registros sobre a fauna atingida, mas a presença de gaviões nos focos de calor indica que muitos animais sucumbiram aos incêndios. →
Reintrodução deveria ser centro do debate
Para Marcelo Rocha, presidente da ONG SOS Fauna, essa transferência de atribuições não é garantia de que a situação vai melhorar, mas que ela ficará “menos pior” do que é hoje. “O estado é um pouco mais competente”, diz. Segundo ele, o Ibama não tem estrutura nem capacitação para cuidar dos animais apreendidos, por exemplo. Ele também salienta que o que deveria estar mesmo em questão é a reintrodução da fauna silvestre depois de aprendida. Atualmente, a soltura na natureza não é feita ou é muito pouco praticada, por isso alguns animais passam anos engaiolados. Segundo o diretor de Biodiversidade e Florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel, outros estados, como Paraná e Minas Gerais, devem assinar em breve acordos dessa natureza. →
Desmatamento é pior que crash financeiro
O mercado financeiro encolheu entre 1 trilhão e 1,5 trilhão de dólares nas últimas semanas. É muito, mas bem menos do que o mundo está perdendo com o desmatamento. Quem diz isso não é nenhum ambientalista, mas um estudo de um bancão alemão, o Deutsche Bank. A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), assinado por economista do Deutsche, foi feito a pedido da União Européia. Os desperdícios anuais com derrubada de florestas são superiores a 2 trilhões de dólares e, dependendo dos cálculos utilizados, a cifra final do desperdício pode chegar a 5 trilhões de dólares. Além do custo ser maior, ele é contínuo, diz notícia da BBC News. →
Pássaros em perigo
O Congresso Mundial de Conservação, da IUCN, que termina nesta quinta em Barcelona, apresentou mais um estudo nada animador sobre o estado da biodiversidade ao redor do mundo. Desta vez, o alerta foi sobre a situação dos pássaros. A BirdLife International divulgou seu balanço indicando que populações de diversas espécies apresentam tendência negativa desde a avaliação anterior, feita em 2004. Usando a base de dados da Lista Vermelha da IUCN - também lançada esta semana - a ONG apontou 180 espécies como criticamente ameaçadas de extinção. O estudo revela um quadro especialmente complicado para as aves migratórias, pois muitas das chamadas Áreas Importantes para Pássaros (IBA, na sigla em inglês) estão sendo substituídas por agricultura. O estudo da BirdLife pode ser lido na internet. Inclusive com buscas diretas de espécies brasileiras. Clique aqui. →
Fundo para biodiversidade
Nos quatro dias do congresso em Barcelona, em que 8 mil participantes circularam por diversos workshops e assembléias, o resultado mais evidente é a percepção de que as coisas vão mal na proteção da biodiversidade. "Os governos não estão cumprindo seu compromisso de diminuir a perda de biodiversidade até 2010, estamos no caminho errado", resume Sebastian Winker, da IUCN. A meta de 2010 foi assinada pelos países do G8+5 (grupo dos países ricos mais economias emergentes, entre elas o Brasil) e Winker é o responsável por avaliar os avanços. O dado mais contundente é que a Lista de Espécies ameaçadas de extinção ainda continua bem larga, como noticiou O Eco. Para ajudar a reverter o quadro, o GEF (Global Environmental Facility) anunciou em Barcelona a criação de um fundo. Por enquanto 10 milhões de dólares estão garantidos e, segundo um dos gerentes do GEF, existem empresas, como a Pegeout, interessadas em contribuir. →
US$ 1 milhão para biomas
Indígenas, extrativistas, ribeirinhos e agricultores familiares no Cerrado e em áreas de transição para Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal têm até 13 de outubro para enviar pedidos de doação de dinheiro ao Programa de Pequenos Projetos Ecossociais. O PPP-Ecos é executado pelas Nações Unidas e doará este ano um milhão de dólares para projetos de uso sustentável da biodiversidade e fortalecimento de comunidades tradicionais. Os recursos serão repassados a organizações civis sem fins lucrativos, escolhidas por meio de um edital que pode ser acessado aqui. →
Por que conservar a natureza afinal?
Há várias respostas. Pode-se dizer que ela nos é útil. Ou então, que protegê-la garante nossos recursos naturais. Mas o melhor é responder que a natureza é bonita e enriquece as nossas vidas. →
