Falei nada
Em entrevista à última edição da revista Exame, Lula desmentiu seu chefe de gabinete. Gilberto Carvalho afirmou recentemente que, entre um cerradinho e soja, o presidente era soja. “Isso quem disse foi ele”, alfinetou Lula. Voltando à vedete tropical, comentou que “O fato é que temos 25 milhões de pessoas que moram na Amazônia. Elas querem televisão, carro, estrada, ferrovia, celular, bicicleta. Precisamos desenvolver aquela região. Apresentamos um programa da Amazônia sustentável em que discutimos o manejo da floresta e que tipo de indústria limpa podemos levar para a região. Queremos preservar a Amazônia para tirar proveito da biodiversidade, sobre a qual sabemos muito pouco”. →
Infra-estrutura da extinção
Um estudo recém publicado na revista internacional Conservation Biology mostrou que, se as obras de infra-estrutura planejadas pelo governo federal para a Amazônia forem de fato implementadas, mais oito espécies de aves endêmicas do bioma entrarão para a lista de ameaçadas de extinção até 2020. As duas vítimas mais graves serão a choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis) e o dançador-de-coroa-dourada (Lepidothrix vilasboasi), que se tornarão "criticamente em perigo" de extinção no final da próxima década. Segundo os pesquisadores, a maior surpresa, no entanto, não foi o número de espécies potencialmente ameaçadas, mas o local que ocorrem, as regiões de várzeas de certos rios, o que refuta a idéia de que as espécies de várzea seriam menos vulneráveis a alterações ambientais. Segundo o jornal Estado de S.Paulo, o estudo serve não só como uma demonstração do impacto sobre as aves da Amazônia, mas sobre a biodiversidade total da floresta. →
Ciências ambientais
O ministro do meio ambiente Carlos Minc deve aparecer na Unicamp nesta terça-feira para falar sobre política ambiental e mudanças climáticas. José Eli da Veiga, Carlos Nobre e o pesquisador Pedro Dias (USP) engrossarão os debates sobre o tema. Os dias 15, 16 e 17 estarão recheados de eventos e palestras sobre conservação da biodiversidade. →
Jazida ecológica
Vale lança Centro de Biodiversidade em jazida esgotada no estado de Minas Gerais. Previsão é que o projeto fique pronto em 2012 e sirva de exemplo para a mineração brasileira. →
Recife modelo
Kingman é um dos únicos recifes de coral do mundo que ainda não sentiram a depredação do homem. Livre da pesca e de outras atividades comerciais próximas a ele, o atol fica encravado no meio do oceano Pacífico . A National Geographic patrocinou uma expedição de cientistas para que fossem documentados as espécies que vivem na região. Em vídeo e fotos, a revista dá uma palhinha da biodiversidade riquíssima encontrada por ali. O local foi classificado como modelo para o que deve ser idealmente um recife de coral. →
Declínio no estoque
Ao reconstruir o histórico da pesca nas ilhas do Pacífico, os pesquisadores da British Columbia chegaram a um número preocupante. Entre 1950 e 2004, a redução no estoque pesqueiro em regiões ricas em biodiversidade do Pacífico pode ter sido de 54% a 86%. →
Baixando a bola
O comitê de meio ambiente do parlamento europeu votou, nesta segunda-feira, a favor de critérios de sustentabilidade mais fortes e objetivos menos ambiciosos para os biocombustíveis. A proposta de que 10% da produção de combustíveis tivessem origem agrária até 2020 caiu para 4% até 2015, com a condição de não atingir áreas úmidas com elevados estoques de carbono ou importância para a biodiversidade, comemorou a organização Wetlands International. A entidade defende que para atingir os 10% iniciais, os biocombustíveis teriam de ser produzidos necessariamente de áreas suscetíveis a desmatamentos no Brasil ou na Indonésia. →
Promessa antiga
Entre as promessas para solucionar o problema, Minc garantiu que, em breve, toda área protegida no país terá pelo menos um gestor. Não custa lembrar que essa foi a primeira dívida assumida por Marina Silva quando criou o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade, em maio do ano passado. Desde então nada foi feito. →
Reservas no buraco
Em um rompante de transparência de fazer inveja à ex-ministra Marina Silva, o ministro de Meio Ambinte Carlos Minc, revelou nesta terça-feira o tamanho do abacaxi que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMbio terá que descascar para colocar o mínimo de infra-estrutura e gente nas áreas protegidas do País. “Algo não vai bem no reino das unidades de conservação. O quadro é esse, não vamos esconder”, disse Minc em coletiva de imprensa. →
Tenho pressa
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão que vem cambaleando desde que foi criado no ano passado, ganhou a atenção do novo ministro na semana passada. Durante reunião com membros da diretoria, Carlos Minc disse que quer pressa no seu processo de estruturação e consolidação. Ele também garantiu que vai se esforçar para que o edital do concurso público para contratação de pessoal seja publicado já no próximo mês. Ao todo, serão contratados 210 novos servidores. →
Estudo de um caso perdido: o falcão de Maurício e a Biologia da Conservação
A queda vertiginosa da população do falcão das Ilhas Maurício levou pesquisadores a decretarem que sua extinção era inevitável. O esforço de um biólogo mudou essa história. →
Evolução lenta
Um levantamento feito pelo IBGE na última semana mostrou que as áreas destinadas a unidades de conservação no Brasil cresceram de 6,5% em 2003 para 8,3% em 2007. Com isso, o país soma mais de 712.660 km² de áreas protegidas em nível federal. Entre os biomas, a Amazônia é que a que detém a maior área, concentrando mais de 15% das unidades. A Caatinga e os Campos Sulinos são os que possuem menos regiões protegidas. No total, o número de UC´s passou de 251 para 299 no período. Chamado “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008”, o estudo avaliou outros 22 parâmetros ambientais no país, além do crescimento das unidades. Segundo o Instituto, grande parte destes parâmetros – divididos nos temas atmosfera, terra, água doce, oceanos, mares e áreas costeiras, biodiversidade e saneamento – ainda estão negativos ou mantêm uma evolução muito lenta. A notícia é da Folha Online. →
Créditos do Cerrado
Mesmo tendo sido pouquíssimo varrido pela ciência, o Cerrado brasileiro é considerado uma das regiões mais ricas em biodiversidade mundial. E mantê-lo de pé pode ser uma jogada para lá de proveitosa. É o que mostra um estudo das ONGs Conservação Internacional, The Nature Conservancy e da Universidade Federal de Goiás. Segundo as análises, a recuperação ambiental das áreas degradadas e a manutenção dos remanescentes do bioma podem render no mínimo US$ 20 bilhões em créditos de carbono. Os pesquisadores destacam que o Cerrado “maduro” tem potencial para retirar o dobro de CO2 da atmosfera que a Amazônia. E afirmam que a quantia estimada é conservadora, já que os dados de desmatamento usados no estudo podem estar defasados. A notícia é do Estado de S. Paulo. →
Outsiders
Um encontro inédito promete agitar a vida dos moradores das Ilhas Reunião, território francês no Oceano Índico, entre os dias 7 e 11 de julho. Nestas datas, será realizada a primeira conferência de áreas pertencentes à União Européia (mas localizadas fora do Velho Continente) com foco no aquecimento global e perda de biodiversidade. A intenção é desenvolver políticas e ações eficientes em busca de sustentabilidade energética e manejo de ecossistemas, por exemplo. Não custa lembrar que estas regiões são as primeiras a sofrer com os efeitos devastadores das mudanças climáticas. →
Carteira da preservação
Criada em novembro de 2006 pelo Ibama, em parceria com o Ministério Público Federal e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, a Carteira Fauna Brasil tem o objetivo de levantar recursos e investí-los em projetos de conservação de animais silvestres e recursos pesqueiros. Até agora, 2,7 milhões de reais oriundos de um Termo de Compromisso assinado entre o Ibama e empresas responsáveis por estudos sísmicos para a prospecção de petróleo já foram injetados em sete iniciativas de proteção à fauna marinha. Elas estão em diferentes locais da costa brasileira. →
