Notícias

Sujeira na limpeza

Em fevereiro de 2004, a Associação Pro Teste avaliou 11 marcas de sabão em pó e concluiu que 8 delas continham perigosas quantidades de fósforo em suas fórmulas. O ingrediente deteriora o meio ambiente, por levar muito tempo para se decompor e provocar a eutrofização de rios e lagos, ou seja, o crescimento exagerado de algas, que diminui o oxigênio na água e compromete a biodiversidade. Segundo a companhia de saneamento de São Paulo, Cetesb, os detergentes em pó são responsáveis por até 40% do total do fósforo contido nos esgotos da região metropolitana. Na época, a ong encaminhou denúncia ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Alegou que as multinacionais Procter&Gamble (das marcas Ariel e Ace) e Unilever (Omo, Brilhante e Minerva) já tinham abolido o poluente na Europa. Depois de muitas reuniões, o Conama finalmente divulgou, semana passada, uma resolução restringindo o uso de fósforo nesses produtos. Agora, o que está na mira da Pro Teste são os amaciantes. Em abril, foram analisadas 15 marcas e a conclusão é de que todas elas degradam o meio ambiente. Seu ingrediente básico, o quaternário de amônio, não é biodegradável e “tem o poder de matar a vida aquática que encontrar pela frente”. A denúncia já chegou ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ministério Público.

Lorenzo Aldé ·
6 de maio de 2005 · 20 anos atrás
  • Lorenzo Aldé

    Jornalista, escritor, editor e educador, atua especialmente no terceiro setor, nas áreas de educação, comunicação, arte e cultura.

Leia também

Reportagens
27 de dezembro de 2024

Poluição química de plásticos alcançou os mais antigos animais da Terra

Estudos identificaram que proteínas geradas nas próprias esponjas marinhas eliminam essas substâncias prejudiciais

Reportagens
26 de dezembro de 2024

2024 é o primeiro ano em que a temperatura média da Terra deve ultrapassar 1,5ºC

Acordo de Paris não está perdido, diz serviço climatológico europeu. Confira a galeria de imagens com os principais eventos extremos de 2024

Salada Verde
26 de dezembro de 2024

Obra milionária ameaça sítio arqueológico e o Parna da Chapada dos Guimarães, no MT

Pesquisadores, moradores e empresários descrevem em documentário os prejuízos da intervenção no Portão do Inferno

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.