Notícias

Imazon: desmatamento mantém estabilidade, degradação dispara

Foram detectados 152 km² de desmatamento na Amazônia Legal em julho, um aumento de apenas 9%, comparado com o mesmo período do ano passado.

Redação ((o))eco ·
19 de agosto de 2013 · 11 anos atrás

O resultado do último mês no calendário do desmatamento – que começa em agosto e termina em julho do ano seguinte – foi apresentado na tarde desta segunda-feira (19) pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon e mostra que a perda de floresta na Amazônia Legal sofreu uma pequena alta de 9% em julho. Foram detectados 152 km² de desmate na Amazônia Legal, contra 139,5 km² registrados no mesmo mês no ano passado.

O Estado do Pará manteve-se no primeiro lugar do ranking de campeões em corte raso, responsável por 38% do total desmatado no período. A pavimentação do trecho da BR-163, que corta parte do estado, é apontada como responsável pelo aumento dos fatores de pressão sobre a floresta. Em entrevista publicada aqui em ((o))eco, Rômulo Batista, da campanha da Amazônia do Greenpeace, explica a preocupação com o aumento do desmatamento no entorno da estrada, que já atingiu a Terra Indígena do Baú, em Novo Progresso (PA).

Além do Pará, o desmate em julho ficou concentrado nos estados do Amazonas (28%), Mato Grosso (24%) e Rondônia (9%). No Amazonas, o desmatamento na região de Apuí tem se intensificado. O Ibama mantém uma base do Onda Verde na região para reprimir o desmate ilegal.

“Apuí tem um processo de ocupação diferente dos outros municípios do Amazonas. Foi formada devido a assentamentos o Incra e tem tradição com a pecuária. Os desmatamentos observados nesse município está muito centrado na área de assentamento, ao longo da Trasamazônica”, explica Heron Martins, do Imazon.

Com o tempo seco na Amazônia, foi possível monitorar 92% da área florestal, já que as nuvens se dissiparam.

Na taxa do acumulado do ano, que soma os números registrados em cada mês, entre agosto de 2012 e julho de 2013, o desmatamento aumentou 92%: Saltou de 1047 km² registrados entre agosto de 2011 a julho de 2012 para 2.007 km² no período posterior.

Degradação aumenta em julho
 
A degradação florestal somou 93 km² no mês de julho, um aumento de 237% comparado com julho de 2012, quando foram detectados 27,5 km² de floresta degradada. Os especialistas chamam de degradação florestal a ocasião onde há queimadas ou corte seletivo de árvores, mas não queda de toda área. É um estágio anterior do desmatamento em si, também conhecido como corte raso.
 
A temporada de aumento de queimada, que acontece normalmente nesta época do ano por causa do tempo seco, fez a taxa da degradação disparar. Porém, olhando para taxa acumulada no período (agosto 2012 a julho 2013), houve redução de 22% no número de degradação florestal. Neste período, o fenômeno atingiu 1.555 km². No período anterior (agosto de 2011 a julho de 2012), a degradação somou 2.002 km².

Mapa com toda a série histórica do Sistema de Alertas de Desmatamento do Imazon (SAD). Os dados podem ser comparados com a série oficial do governo brasileiro, medida pelos sistemas PRODES e DETER. Basta clicar no botão no canto inferior esquerdo.

 

Saiba Mais
Boletim do Desmatamento do SAD – Julho 2013 – PDF produzido pelo Imazon

Leia Também
Grandes desmatamentos voltam a ocorrer no Pará
Desmatamento na Amazônia em junho continua em alta
Imazon: desmatamento aumenta, degradação diminui

 

 

 

Leia também

Análises
23 de dezembro de 2024

Soluções baseadas em nossa natureza

Não adianta fazer yoga e não se importar com o mundo que está queimando

Notícias
20 de dezembro de 2024

COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas

Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados

Reportagens
20 de dezembro de 2024

Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial

Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.