Notícias

O narigudo Quati-de-cauda-anelada

O homenageado desta semana, o quati Nasua nasua, parece querer exibir um respeitável perfil. Foto: Lucas Mandacaru/Flickr

Rafael Ferreira ·
13 de setembro de 2013 · 12 anos atrás

Foto: Lucas Mandacaru/Flickr
Foto: Lucas Mandacaru/Flickr

A palavra quati, que é o nome popular dos mamíferos do gênero Nasua, deriva do termo tupi akwa’tim, que significa “nariz pontudo”, numa clara referência ao comprido focinho dos seus representantes. A mesma associação é feita no nome científico do gênero: em latim Nasua (nasus) também significa “nariz”. Os membros deste gênero “narigudo”, que inclui o guaxinim, se distribuem por quase todo o continente americano, do sudoeste norte-americano à maior parte da América do Sul, possuindo três espécies: Nasua narica (Sudoeste dos Estados Unidos, México, América Central e Colômbia), Nasua nelsoni (Ilha de Cozumel, México) e Nasua nasua (América do Sul)

O quati-de-cauda-anelada, quati-de-bando ou quati sul-americano (Nasua nasua) vive em áreas florestadas nas regiões tropical e subtropical da América do Sul. É encontrado em sua maior parte nas planícies do leste da Cordilheira dos Andes; Colômbia e Guianas seguindo ao sul para o Uruguai e norte da Argentina (exceto no Chile, único país da América do Sul onde a espécie é não encontrada).

A espécie é identificada, de novo, por seu focinho comprido e garras que lembram as de um urso. Seus pelos são castanhos claros ou negros, com o ventre mais claro e anéis predominantemente brancos na cauda. A sua cabeça é delgada, acompanhando o longo nariz, orelhas pequenas, patas negras e cauda longa que se equilibrar e fazer sinais. O peso varia de 2 a 7,2kg e o comprimento total de 85 a 113cm, metade dos quais corresponde à cauda. Exemplo de dimorfismo sexual, os machos normalmente são maiores que as fêmeas.

Os Nasua nasua são animais diurnos que vivem em grandes bandos formados por fêmeas e machos jovens, num total de 4 a 20 indivíduos que percorrem as matas a procura de alimento. Onívoros, sua dieta consiste principalmente de frutas, mas também de pequenas aves, ovos, insetos, vermes ou larvas presentes no solo e troncos de árvores. Embora gregários, um macho com mais de 2 anos de idade pode ter hábitos solitários e só se juntar ao grupo para o acasalamento.

Comunicam-se produzindo sons suaves, que parecem lamúrias. Quando ameaçados, os sons são substituídos por cliques e rugidos. O soar do alarme faz com que os quatis escalem rapidamente as árvores (o que fazem com facilidade graças às suas garras) e, em seguida, pulem para o chão e se dispersem. Por segurança, a espécie dorme no alto das árvores, para se proteger de seus predadores que incluem as raposas, onças, jaguarundis, cães domésticos e pessoas.

O período reprodutivo começa no fim da primavera, período máximo de abundância de frutas. As fêmeas de um grupo entram no cio ao mesmo tempo e acasalam com vários machos. O período de gestação é de cerca de 10 a 11 semanas. As fêmeas produzem de 2 a 6 filhotes que, por mais de um mês, permanecerão com as mães em seus ninhos, formados em partes ocas de árvores.

O N. nasua é uma espécie abundante e bem comum na sua área de ocorrência, com densidade populacional que varia de região para região. Apesar de uma queda da população por ameaças como a perda de habitat (redução de florestas por desmatamento) e caça, ainda não é considerada em risco. Por este motivo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) classifica a espécie como de Pouca Preocupação (Least Concern).

 

 

Leia também
Fauna amazônica em risco: o sauim-de-coleira
Fauna marinha: a anêmona-gigante
Coral-de-fogo: o toque que queima

 

 

 

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.