Manaus, AM — Cinco novas espécies de cobras come-lesmas foram descobertas em florestas tropicais do Equador e Peru por pesquisadores sul e norte-americanos. Quatro delas já estão ameaçadas ou vulneráveis, segundo critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês).
A descoberta foi publicada em um artigo no jornal científico Zookeys, em 14 de junho, que inclui também uma nova árvore evolutiva para esse grupo de serpentes que vivem nas Américas do Sul e Central.
As come-lesmas são um grupo de cobras que possuem uma mandíbula modificada, que permite a elas sugarem caramujos de dentro de suas conchas. Não possuem veneno e são inofensivas para o homem, podem até mesmo contribuir no controle de pragas. Elas estão entre os grupos de serpentes arborícolas mais diversos do mundo, com 70 espécies já registradas.
Entre as recém-descobertas, a Dipsas bobridgelyi está sob maior risco de extinção e é considerada Ameaçada pelos critérios da IUCN, principalmente devido à perda de habitat.
Ela foi registrada em apenas quatro remanescentes de florestas tropicais que vêm sendo fragmentados e degradados pelo desmatamento. Apenas duas dessas áreas estão sob proteção de unidades de conservação: Reserva Tropical Buenaventura no Equador e a Reserva Natural Tumbes no Peru.
A D bobridgelyi foi descoberta durante expedições no Equador, entre 2013 e 2107. Ao longo desses estudos, foram encontradas outras duas novas espécies: a Sibon bevridgelyi, com status Vulnerável, e a Dipsas klebbai, que sofre menos risco de desaparecer.
As outras duas espécies foram descobertas por pesquisadores do Peru e Equador. Tanto a Dipsas oswaldobaezi quanto a Dipsas georgejetti são consideradas vulneráveis.
Os estudos ajudaram a corrigir informações sobre a distribuição de espécies de serpentes na América do Sul e América Central, mas ainda há muito o que avançar nos estudos taxonômicos de cobras, segundo os próprios responsáveis pelas descobertas.
“Nós suspeitamos que existam numerosas espécies a serem descritas em todos os gêneros desse grupo”, afirma o estudante de pós-graduação do Museu Americano de História Natural, Alejandro Arteaga, autor principal do artigo.
“Infelizmente, nosso tempo para descobri-las está ficando curto. Essas cobras são inofensivas para humanos, mas humanos não são inofensivos para elas”, completa.
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Olá, Vandré! Como vai? Muito bacana sua matéria! Gostaria somente de lhe pedir, por gentileza, para checar uma informação. Em poucas palavras, a IUCN categoriza as espécies assim: LC (pouco preocupantes), NT (quase ameaçadas), VU (vulneráveis), EN (em perigo), CR (criticamente em perigo), EW (extintas na natureza), EX (extintas), DD (dados insuficientes), NE (não avaliadas).
Uma espécie tratada como ameaçada se encontrará entre as categorias VU, EN ou CR. Assim sendo, creio que, quando citou "…ameaçadas ou vulneráveis…", talvez tenha pensado em "…em perigo ou vulneráveis…".
Obrigado pela atenção!
Otima reportagem, parabéns.