O Brasil possui registro de mais de 1900 espécies de aves, o que nos coloca em segundo lugar no ranking de país com a maior diversidade de avifauna do mundo, atrás apenas da vizinha latina, a Colômbia. A riqueza de cores, tamanhos e sons, aliadas à facilidade de observá-las transformou os observadores de aves (birdwatchers, em inglês) em parceiros na conservação desses animais, os mais monitorados do mundo. Nenhuma outra classe de vertebrados conta com cientistas e amadores tão atentos sobre a última aparição de determinada espécie do grupo.
Tal esforço rende boas histórias. Há algumas semanas, pedimos para um grupo de observadores de aves nos enviarem um relato sobre a avistagem que mais os emocionou. Compartilhamos essas histórias com vocês nas linhas a seguir. Clique nas fotos para visualizar os depoimentos.
Meu primeiro encontro com o Albatroz, por Fábio Olmos
“Os únicos albatrozes que eu conhecia eram aqueles encontrados mortos na praia, na maioria das vezes não muito inteiros e certamente nada cheirosos. Certa vez consegui participar de um cruzeiro de pesquisa do Instituto de Pesca de São Paulo onde eu iria ajudar o pessoal conduzindo pesquisa com os peixes e em troca teria a oportunidade de observar as aves em alto mar. Era um barco um tanto saltitante e a navegação não era das mais confortáveis para o eu interior, mas era o que eu precisava. Depois de uma navegação noturna e uma noite ansiosa, de manhã cedo eu estava na popa do barco e começaram a aparecer algumas pardelas e outros bichos. Tudo muito excitante até que percebi movimento logo acima de mim. Olhei e um albatroz-de-nariz-amarelo estava ali, parado no ar a uns 3 metros, olhando para mim com aquela cara de curiosidade. É um dos menores do grupo, com “só” 2,1 m de envergadura, mas foi espetacular. Bom, ele ficou ali alguns segundos e, sem bater as asas, saiu planando para se juntar às outras aves. Inesquecível“.
Fábio Olmos, biólogo e ornitólogo.
Me apaixonei na universidade, por Guilherme Brito
“Estou numa fase da vida de ornitólogo que está ficando cada vez mais difícil saber com qual observação mais vibrei… mas ficarei com o caso mais clichê. Vibrei muito ao observar meus primeiros sabiás-cica (Triclaria malachitacea) na Estação Biológica de Boracéia [unidade de conservação pertencente à Universidade de São Paulo e administrada pelo Museu de Zoologia]. A vibração foi porque essa ave, de uma certa maneira, me fez virar ornitólogo. Tinha acabado de entrar no estágio no laboratório de ornitologia do Departamento de Biologia do IBUSP e na primeira semana chegou um sabiá-cica macho que tinha morrido num criadouro. Os alunos mais velhos do laboratório estavam empolgados com o bicho e eu nunca tinha visto ou ouvido falar dele. Um periquitão de bico branco e barriga roxa! Anotei o nome e fui para a biblioteca… abri o livro do Forshaw “Parrots of the World” e descobri várias coisas: Que era papagaio endêmico da Mata Atlântica… que cantava como um sabiá… e que tinha um dimorfismo sexual de plumagem bem marcado. Me apaixonei. Então, quando vi pela primeira vez bichos desses totalmente selvagens eu vibrei […]. O meu primeiro avistamento faz tempo, talvez no começo dos anos 2000. Dentro da Estação Ecológica. Lá é muito úmido e era cedinho, estava com neblina baixa. Por sorte tinha uma família praticamente do lado do alojamento. Andei 50 m e os vi!“.
Guilherme Brito, ornitólogo e doutor em Zoologia pela Universidade de São Paulo.
Da persistência ao triunfo, por João Quental
“Houve diversas aves que, ao longo dos anos, despertaram em mim grande alegria ao vê-las ou fotografá-las. Mas destaco a saíra-apunhalada (Nemosia rourei) como aquela que provocou, talvez, a maior emoção. Passei vários anos procurando-a nas serras do Espírito Santo, sempre acompanhado do guia e amigo Gustavo Magnago. Foram 9 viagens ao longo de 7 anos, sem que tivesse visto nem sombra da ave. Em todas essas viagens, ela era, senão a única, minha principal meta. Passávamos em média 4 ou 5 dias percorrendo a região onde ela costuma aparecer, tocando a voz da espécie, olhando com nossos binóculos as copas das árvores, indo e voltando por estradas de chão, sempre inutilmente. Na última viagem, em junho de 2016, já havia praticamente desistido dela. Inclusive porque a saíra não era vista há mais de dois anos, provocando certa inquietação nos observadores locais, um medo mais do que justificado, diante de uma população da espécie que parece ser bem pequena (não há muito consenso, mas é possível que não passe de 20 indivíduos). Então, numa manhã bem enevoada, um grupo de 3 aves ouviu o playback que fazíamos no alto de um monte na chamada Mata dos Caetés (no município de Vargem Alta) e se aproximou de nós durante uns 3 minutos, tempo suficiente para fazer algumas poucas fotos e compensar essa procura de muitos anos“.
João Quental é professor e fotógrafo de aves, com mais de 1.400 espécies de aves brasileiras já registradas, e imagens em diversos livros e publicações brasileiras e estrangeiras.
O encantador Gavião-pega-macaco, por Uêdson Jorge Araújo Rêgo
“A observação de aves em minha vida é uma forma de terapia, quando saio para observar aves eu esqueço de tudo e entro em um outro mundo. A ave que mais me gerou emoção foi o Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), foi em um monitoramento de aves no Parque Estadual da Cantareira – Núcleo Engordador, no Projeto cidadão cientista da SAVE Brasil, então apareceu o Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e eu pude observar com o binóculos toda sua imponência. Fiquei muito emocionado.
Foi em um Sábado, 29 de outubro de 2015, estava um dia quente.
Começamos a fazer o monitoramento às 6:30 da manhã e quando já estávamos no final do percurso de ida ouvimos a vocalização do Gavião-pega-macaco, então encoberto pela copas das árvores. Foi aí que chegamos a uma clareira, e a Tatiana Pongiluppi, coordenadora do projeto na época, me emprestou o binóculos, e pude finalmente ver o Gavião-pega-macaco”.
Uêdson Jorge Araújo Rêgo, 49 anos, pernambucano, mora em SP desde a infância. Trabalha com jardinagem e flores. Observador de aves há 4 anos, autodidata, curioso sobre o assunto está sempre estudando pesquisando sobre aves e árvores.
Vibro com todas, por Tietta Pivatto
“Puxa, agora você me pegou (risos). Pois não tenho exatamente uma ave em especial, vibro com todas elas. Às vezes as mais comuns, no meio da cidade, são capazes de me surpreender, como a primeira vez que vi um gavião-do-rabo-branco voando sobre a praça da República, ou o jovem sabiá-laranjeira que tinha acabado de dar seu primeiro voo ser atacado impiedosamente por um bem-te-vi bem embaixo da minha janela, aqui na Aclimação. Posso falar do meu deslumbramento na primeira manhã no Pantanal, com aquela absurda exuberância de natureza e sinfonia das aves. Ou da minha primeira harpia, vista no dia do meu aniversário em 2005. Ou da vez que vi uma tiriba-branca no Espírito Santo e chorei de emoção. E sem falar no prazer que sinto ao testemunhar o encantamento de outras pessoas pelos passarinhos… Para mim tudo faz parte: além das aves, também o lugar, as pessoas que estão comigo, a razão de eu estar naquele lugar procurando um passarinho“.
Tietta Pivatto, bióloga, observadora de aves e escritora.
Viagem atrás de uma ave enigmática, por Carlos Gussoni
“Era uma curta viagem à Bolívia com quatro amigos, minha segunda ida ao domínio da Cordilheira dos Andes. Apenas seis dias para ver inúmeros lifers. Dentre eles, o astro da viagem: uma estranha ave noturna frugívora, que se orienta utilizando ecolocalização e constrói seu ninho nas entradas de cavernas. Qual ornitólogo não gostaria de ver uma ave tão peculiar? Pousamos em Santa Cruz de la Sierra na madrugada de 07 de abril de 2012 e já nos dirigimos para Villa Tunari (Cochabamba), onde se localiza o belo Parque Nacional Carrasco, morada do guácharo (Steatornis caripensis). Tínhamos apenas dois dias no local para encontrar a ave. Ao chegarmos, nos deparamos com chuvas intensas. Mesmo assim, como todo birder fanático, caminhei sozinho ao Parque Nacional debaixo de chuva… Chegando ao local, me deparei com o aviso: fechado devido às chuvas intensas! Não pude acreditar que o clima ia me impedir de ver um sonho de criança… Resolvi esperar a chuva passar no local. Após poucas horas, felizmente o tempo abriu. Mas não havia ninguém no parque! Resolvi perguntar nas casas dos arredores se alguém conhecia um funcionário ou guia local… Para minha alegria, descobri que um dos guias voltaria à recepção do parque em breve, já que a chuva tinha cessado. Voltei para a cidade para chamar os amigos, aguardamos ansiosamente e eis que chega Julio, o guia local. Fomos muito bem recepcionados e, nos primeiros minutos de conversa, ansioso, perguntei sobre os guácharos. Nosso guia comentou que alguns indivíduos deveriam estar na famosa “Cueva del Repechón”, mas não deu garantia plena. Antes que a chuva voltasse, já partimos em direção à entrada da caverna. Atravessamos um rio turbulento, percorremos uma bela trilha na mata e chegamos a uma placa informativa sobre os guácharos, localizada um pouco antes da entrada da caverna, mas ainda sem visão para a mesma. Nosso guia nos explicou muito bem sobre as particularidades da ave, mas eu estava ansioso para observá-la e só conseguia pensar no momento em que chegaria ao destino. No meio da explicação, eis que ecoam na mata os gritos do guácharo! Obviamente, mesmo com o coração disparado, não podia interromper a fala do Julio. Esperei ansiosamente o término das explicações e nos dirigimos à caverna. Nela observamos nove indivíduos, incluindo dois ninhos com dois filhotes em cada. Uma visão incrível de uma das aves mais fantásticas que já observei. E uma das vezes em que uma ave fez lágrimas de emoção escorrerem na floresta… Para quem tiver interesse em escutar os gritos do guácharo e ver as fotos dessa passarinhada, o material está disponível aqui“.
Carlos Gussoni, doutor em Zoologia pela UNESP de Rio Claro, com especial interesse por comportamento de aves na natureza, observa aves desde os 11 anos de idade e já registrou mais de 1600 espécies na natureza.
Ixobrychus involucris, muito prazer, por Guto Carvalho
“O vento sul balança o juncal. Chuva. A bota de borracha mantém a lama afastada, mas não é suficiente para manter aquecido os pés já doloridos. Procurar raridades na Lagoa do Peixe é uma experiência única. Papa-piri, Boininha, Bate-bico, os nomes coloridos dessas pequenas aves escondem a dificuldade de observá-las. O juncal se impõe, milhares de hastes perfiladas num padrão vertical. Agora o foco está no Socoí-amarelo, uma mini-garça mimética, um fantasma que há mais de dez anos procuro sem sucesso. Batista é um profundo conhecedor das aves da região, garantiu que poderia estar ali. Mas isso não basta… diversas vezes, ao longo da última década estivemos cara a cara eu e o socoí, mas em nenhuma vez eu pude observá-lo. De repente o Luciano grita – Socoí-amarelo! e repete falando o nome científico, Ixobrychus involucris pra não deixar dúvida!!!
O sangue gelou, hora de manter a calma e agir rápido, pois o bichinho se embrenha no juncal e lá desaparece. Mas agora eu sabia onde ele estava. Me agarro então a esta ideia, e sabendo onde procurar, fixo o campo e liberto o olhar. A fria garoa, qual spray gelado na face não seria um problema, exceto porque turva o binóculo e acrescenta gotas de dificuldade na lente.
O vento lateral induz o movimento horizontal da brenha do junco. Tudo se move. Pra lá e pra cá. O playback ainda tocava, quando um padrão lateral de movimento, que negava o fluxo do junco e seguia contra o vento, pouco mais que um ponto vermelho, um olho?….mas por poucos instantes. Logo o junco o cobriu e impediu o tracking – nesses momentos o instinto nos força a mudar o foco do olhar, buscar ao lado, acima, abaixo. Nego ceder ao instinto, não me deixo enganar, persisto, sem nem piscar. A garoa, o vento, aquele momento que custa a passar, até que ressurge atrás da haste! Sim!!! Um pequeno olho vermelho, que revela um bico – não, não era uma uma folha de junco – uma pata se move lentamente, passo a passo, flutuando a meia altura, agarrado nas hastes qual um pequeno orangotango, sim! Ali estava ele, socoí-amarelo, muito prazer!”
Guto Carvalho é Birdwatcher, editor, produtor cultural e profissional de comunicação. É criador e organizador do AvistarBrasil – Encontro Brasileiro de Observação de Aves.
Para bom observador, todo encontro é bom agouro, por Karlla Barbosa
“Adoro ir para o campo observar aves, ver a diversidade de coloridos e formas das aves. Na verdade, nunca fui focada em número de espécies ou colecionar espécies raras na minha lista de “lifers”. Sou do tipo que gosto de espécies comuns, que vibro com as aves que estão em vários locais e mesmo em parques urbanos. Mas se eu pudesse descrever um momento mágico de ver uma espécie que amo ver até hoje, eu diria que foi a primeira vez que vi um ninho de acauã (Herpetotheres cachinnans) no Pantanal. Nesse dia, eu estava na árvore monitorando outras espécies através de técnica de rapel, mas quando o vi um indivíduo adulto de acauã do meu lado e um filhote fofinho dentro do ninho a emoção foi tão grande que quase caí. Sim, é um gavião comum preto e branco, e que segundo a lenda ele traz mau agouro. Bom, eu não concordo, pois para mim sempre que escuto sua vocalização em campo minhas energias se renovam e sinto que tudo vai dar certo. Somos privilegiados pela rica e diversa avifauna que temos no Brasil, com espécies e ambientes para todos os gostos“.
Karlla Barbosa é bióloga, atualmente faz doutorado em Zoologia (UNESP), pesquisando o efeito da urbanização nas aves migratórias, e é coordenadora de projetos na SAVE Brasil/BirdLife International. Observa e estuda aves a mais de 12 anos.
Olá, meu nome e Luiz ,natural de Porto Velho Rondônia.
Passei por duas experiências noturnas ,
Uma na floresta amazônica estrada Br 319.
Ao parar o veículo observei o céu como de costume era lua cheia com um halo lunar ,e percebi que uma
Ave passou muito alto com a claridade ela passou e depois foi desaparecendo .
Já na data de hoje 26 de abril de 2020 na cidade, em Porto velho RO pouco mais a meia noite
Ao costume de observar a noite
Tempo escuro com formação de friagem nuves rápidas vento não tão forte.
Vi uma ave branca tamanho não era médio
Voando a altura não tão baixa mas nitidamente observei a cor branca e asas em movimento.
Resumindo algum registro desse aparecimento e qual ave pode se tratar ?
Poderá ser uma Garça branca com habito noturno?
Agradeço dês de já uma possível resposta
Email [email protected]
Pois é. Como eu disse no depoimento, observar aves é sempre emocionante. Acabei de voltar da Colômbia, onde participei de um FAMTour para operadoras de ecoturismo, e obviamente o tour que escolhi era de observação de aves. Durante a atividade tive o privilégio de observar 224 espécies, muitas delas lifers, mas duas já entraram pra lista dos "uau!!!": em uma das manhãs, o guia que nos acompanhava identificou, distante, o canto de um Chestnut-breasted Wren (Cyphorhinus thoracicus), uma ave da família do uirapuru, mas que só vive em grandes altitudes nas florestas andinas. Por via das dúvidas, ele tocou o canto da ave. E para minha surpresa, havia outra muito, mas muito perto de nós, embrenhada nos arbustos, que respondeu com um canto melodioso e tão lindo, que me emocionei na hora. Ficamos mais de 10 minutos ouvindo aquele canto sem sequer conseguir ver o passarinho, mas foi suficiente pra eu me derreter em lágrimas. Há muito tempo não era pega de surpresa por uma ave dessa forma, me desarmou completamente, rs… E para fechar esse mesmo dia, um grupo com oito galos-da-serra-andinos, uma espécie que há anos faz parte da minha "wish list", simplesmente nos presenteou com um display frenético bem na nossa frente, espontaneamente. Observar aves é assim, toda saída tem uma surpresa especial!
Olá, meu nome e Luiz ,natural de Porto Velho Rondônia.
Passei por duas experiências noturnas ,
Uma na floresta amazônica estrada Br 319.
Ao parar o veículo observei o céu como de costume era lua cheia com um halo lunar ,e percebi que uma
Ave passou muito alto com a claridade ela passou e depois foi desaparecendo .
Já na data de hoje 26 de abril de 2020 na cidade, em Porto velho RO pouco mais a meia noite
Ao costume de observar a noite
Tempo escuro com formação de friagem nuves rápidas vento não tão forte.
Vi uma ave branca tamanho não era médio
Voando a altura não tão baixa mas nitidamente observei a cor branca e asas em movimento.
Resumindo algum registro desse aparecimento e qual ave pode se tratar ?
Poderá ser uma Garça branca com habito noturno?
Agradeço dês de já uma possível resposta
Email [email protected]
gostei muito deste artigo parabens
amo aves
muito legal este artigo, sou admirador das aves brasileiras
eu amo aves
Pois é. Como eu disse no depoimento, observar aves é sempre emocionante. Acabei de voltar da Colômbia, onde participei de um FAMTour para operadoras de ecoturismo, e obviamente o tour que escolhi era de observação de aves. Durante a atividade tive o privilégio de observar 224 espécies, muitas delas lifers, mas duas já entraram pra lista dos "uau!!!": em uma das manhãs, o guia que nos acompanhava identificou, distante, o canto de um Chestnut-breasted Wren (Cyphorhinus thoracicus), uma ave da família do uirapuru, mas que só vive em grandes altitudes nas florestas andinas. Por via das dúvidas, ele tocou o canto da ave. E para minha surpresa, havia outra muito, mas muito perto de nós, embrenhada nos arbustos, que respondeu com um canto melodioso e tão lindo, que me emocionei na hora. Ficamos mais de 10 minutos ouvindo aquele canto sem sequer conseguir ver o passarinho, mas foi suficiente pra eu me derreter em lágrimas. Há muito tempo não era pega de surpresa por uma ave dessa forma, me desarmou completamente, rs… E para fechar esse mesmo dia, um grupo com oito galos-da-serra-andinos, uma espécie que há anos faz parte da minha "wish list", simplesmente nos presenteou com um display frenético bem na nossa frente, espontaneamente. Observar aves é assim, toda saída tem uma surpresa especial!