Salada Verde
12 de março de 2009

Código ambiental ruralista

As propostas para reformulação do código ambiental de Mato Grosso chegaram ontem às mãos do governador Blairo Maggi, para surpresa de organizações da sociedade civil que ainda esperavam participar do processo. O documento, chamado de “futurista” pelo secretário-adjunto de mudanças climáticas do estado, Afrânio Migliari, foi construído com o consenso de quem está do mesmo lado: federações estaduais da Agricultura e Pecuária, dos Trabalhadores na Agricultura e das Indústrias, Assembléia Legislativa, Procuradoria do Estado, assistidos pela Ordem dos Advogados do Brasil e ministérios públicos Estadual e Federal.Para o governo, a sociedade civil estava devidamente representada pela ala ruralista na elaboração do novo código ambiental. O Formad, entidade de congrega mais de 40 organizações da sociedade civil preocupadas com a questão ambiental, foi excluído do processo, e se recorda que, desde 2006, quando as discussões começaram, as reuniões não eram devidamente divulgadas e frequentemente adiadas.Entre o que o governo, fazendeiros e parlamentares chamam de avanço está a garantia do direito adquirido de áreas que sejam consideradas consolidadas. Ou seja, se foi desmatada além do limite, vale a legislação que aceita reserva legal de 50%, mesmo dentro da Amazônia Legal. Depois da apreciação de Maggi, o documento passará mais uma vez pela Assembléia Legislativa. As ONGs prometem protestar.

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12 de março de 2009
Salada Verde
12 de março de 2009

Nova política de pesca em MT

O governo de Mato Grosso sancionou esta semana a lei que institui a política estadual de pesca. A partir de agora, qualquer um que excerça atividade pesqueira no estado precisará estar cadastrado no Registro Geral da Pesca, gerido pela Secretaria de Meio Ambiente, isso vale até para as finalidades científicas. Colônias de pescadores profissionais deverão emitir guias de trânsito de pescado e declaração de pesca individual a seus filiados. Os pescadores amadores também precisarão de carteira especial, regularizando assim a captura e transporte de até dez quilos de pescado mais um exemplar qualquer, que não poderão ser comercializados. O governo impôs ainda restrições quanto ao uso de armadilhas, entre outras providências. Confira na íntegra aqui. 

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12 de março de 2009
Salada Verde
12 de março de 2009

Traçando a história de Roessler

Bacharel em História e hoje cursando mestrado na mesma área pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Elenita Malta Pereira pesquisa as raízes do ambientalismo gaúcho desde 2005, quando desenvolveu trabalho sobre esse movimento entre 1971 e 2000. Vasculhando o passado nem tão distante, descobriu projetos e ações de Henrique Roessler, já abordado em O Eco (veja aqui). Seu mestrado se debruça sobre nova biografia do ambientalista, tentando descobrir como foi possível articular um projeto de proteção à natureza em uma época em que as questões ambientais mal eram reconhecidas no Brasil, entre 1939 e 1963. O estudo, disse ela, "pode esclarecer muito sobre atividades e ativistas que atuaram no sentido de proteger a natureza bem antes do boom dos movimentos sociais em todo o mundo", a partir dos anos 1960 do século passado. É possível conferir o material aqui (PDF/4.4Mb). E ela já tem outros artigos publicados, como A voz da primavera: As reivindicações do movimento ambientalista gaúcho (1971-1980), e O Ouro Negro - Petróleo e suas crises políticas, econômicas, sociais e ambientais na 2ª metade do século XX.

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12 de março de 2009
Salada Verde
12 de março de 2009

Para quem tem estômago

Para acompanhar Máfia Verde, livro de cabeceira de qualquer latifundiário da Amazônia, está chegando Reserva Legal: uma restrição grave ao uso economicamente viável do imóvel rural e uma violação ao direito de propriedade, do advogado Ozório Vieira Dutra. Ele defende, para satisfação de quem só pensa em lucrar sobre a floresta derrubada, que “o decreto da reserva legal” é uma imposição cujo ônus não pode ser arcado pelo proprietário rural.

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12 de março de 2009
Salada Verde
12 de março de 2009

Elefantes em declínio no Congo

A organização internacional Wildlife lançou esta semana novo alerta sobre o decréscimo de elefantes na República Democrática do Congo, na África. Segundo levantamento do pesquisador John Hart, as populações caíram 80% em cinquenta anos. Na metade do século passado, o número de elefantes no país era de cerca de 100 mil indivíduos. Hoje, não passam de 20 mil. Para realizar sua análise, Hart fez uma compilação de dados de inventários florestais, levantamentos e entrevistas com a população local. Atualmente, de acordo com notícia da Wildlife, existem apenas seis núcleos de populações no Congo, cinco delas em áreas protegidas. A caça para extração do marfim é o pior vilão da espécie no país.

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12 de março de 2009
Salada Verde
12 de março de 2009

Aprenda a identificar uma árvore

O curso Identificação de Árvores Nativas do Cerrado será realizado entre os dias 21 e 28 de março na Universidade de Brasília. Organizada pela Rede de Sementes do Cerrado, a oficina é destinada às pessoas interessadas em conhecer a biodiversidade da região. Durante o encontro, que inclui atividades práticas e teóricas, os participantes farão coleta de material botânico, descrição de folhas e discussões sobre ecologia, conservação e recuperação da floresta.

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12 de março de 2009
Salada Verde
11 de março de 2009

Restinga baiana (des) protegida

Uma das últimas restingas baianas, localizada no município de Maraú, extremo sul do estado, recebeu um reforço de peso para sua conservação. A bióloga Clara Sampaio Dias de Souza fez um levantamento da riqueza das espécies de plantas aquáticas e palustres (de terrenos alagados com as chuvas) da região. De acordo com o Jornal da Unicamp, as condições de acesso ao local têm melhorado gradativamente com a urbanização imposta pelo governo. Em longo prazo, isso pode acarretar degradação do ambiente. O trabalho da pesquisadora está aberto na Internet, neste link.

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11 de março de 2009
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11 de março de 2009

Peixes inéditos em Brasília

Mais doze espécies inéditas de peixes foram descobertas e passam a integrar os livros de ciência. O achado é do pesquisador Pedro de Podestá Uchôa de Aquino, mestre em biologia pela Universidade de Brasília. Durante um ano, ele trabalhou no Parque Nacional da capital e encontrou os animais nos córregos das bacias do Bananal e de Santa Maria/Torto. Apesar de próximo a uma área urbana densamente povoada, o local ainda é bem protegido. Para Aquino, este foi o motivo principal para o sucesso do estudo. Mais informações aqui.

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11 de março de 2009
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11 de março de 2009

Amazônia desenganada

Cientistas britânicos reunidos em encontro sobre mudanças no clima em Copenhagen (Dinamarca), onde em dezembro será realizada nova reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), anunciaram que o aquecimento da terra destruirá qualquer tentativa de salvar a floresta amazônica. Isto é, mesmo severas reduções no desmatamento e emissões de carbono não surtirão efeito na morte futura da floresta. Segundo novo estudo sobre o tema, o primeiro a quantificar a interferência da temperatura na morte do bioma, no cenário mais pessimista, com aumento de até 4º C na temperatura, 85% da floresta serão perdidas. No mais otimista, com aumento de 2ºC, entre 20% e 40% da floresta desaparecerão em 100 anos. Logo, a hora de agir contra o aquecimento planetário é agora. A notícia é do britânico Guardian.

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11 de março de 2009
Salada Verde
11 de março de 2009

Tocantins exaurido de usinas

Quem um dia se sentiu um tiquinho aliviado por conhecer volumosas cachoeiras preservadas no Jalapão pode começar a ter as esperanças abaladas. O governo do Tocantins já está com tudo pronto para transformar o que restam de quedas d’ água no Cerrado em aproveitamentos hidrelétricos. E não apenas no Jalapão, mas no resto dos recursos hídricos do estado como um todo. Há previsões, por exemplo, de barramentos até dentro de unidade de conservação federal, a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, na cachoeira da Fumaça. E também dentro do Parque Estadual do Jalapão, na cachoeira da Velha. Por enquanto é tudo planejamento, veja aqui.Saiba mais:Jalapão, o Cerrado ainda está aqui

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11 de março de 2009
Salada Verde
11 de março de 2009

Energia para mineração

A Vale e a IMS Engenharia iniciaram no final do ano passado pesquisa exploratória de minério de ferro no noroeste de Mato Grosso, mais propriamente dentro do assentamento Iracema, criado pelo Incra em 1998. As ocorrências desses minérios são conhecidas desde a década de 1970 e as sondagens seguem a todo o vapor. A menos de 200 quilômetros dali, e colada às terras indígenas, a Votorantim pesquisa zinco no município de Aripuanã, onde, sem nenhuma coincidência, o Consórcio Águas da Pedra termina de construir a usina hidrelétrica de Dardanelos, que fornecerá 261 MW.Dúvidas sobre o impacto ambiental a um dos poucos atrativos naturais que restaram no arco do desmatamento e principalmente sobre o custo-benefício à sociedade paralisaram uma dezena de vezes o processo de licenciamento, aprovado pelo governo de Mato Grosso. Quando o caso ainda estava quente nas mãos da Justiça, ninguém sabia da instalação de mineradoras na região, que obviamente necessitarão de muito mais energia se constatarem viabilidade econômica nas explorações. Agora que elas já estão lá, fica a evidente questionar a real necessidade de sacrificar a cachoeira, uma vez que a Empresa de Pesquisa Energética tem mais de 80 outros empreendimentos hidrelétricos planejados para a mesma região, que, por sinal, já é abastecida por pequenas centrais hidrelétricas que registram todos os meses sobras de energia. Saiba mais: Ver para crer É duro ser turistaÍndios contra hidrelétricas

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11 de março de 2009
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